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Livros #38: Três novidades portuguesas no Guia Michelin 2015

por Raul Lufinha, em 22.11.14

La Guía Michelin 2015 España & Portugal .jpg

 

José Avillez, Leonel Pereira e Pedro Lemos estão de parabéns!

Os seus restaurantes são as 3 únicas novidades portuguesas de um guia Michelin 2015 que, sendo o melhor resultado de sempre para Portugal...

... atribui a Espanha mais 20 estrelas, aumentando inexplicavelmente o já de si injustificado enorme fosso entre os dois países.

– BELCANTO, duas estrelas:

Um feito histórico para José Avillez, o primeiro duas estrelas de Lisboa e o justo reconhecimento do melhor restaurante da cidade!

Duas estrelas que (como se comprova agora, uma vez que o restaurante pouco tem mudado) eram merecidas logo no ano da abertura – este devia ter sido o momento da terceira! As experiências que o BELCANTO proporciona estão ao nível do que melhor se faz internacionalmente!

Nota ainda para o facto de o guia inacreditavelmente não ter conseguido encontrar na cidade de Lisboa um único projecto que merecesse receber este ano pela primeira vez uma estrela – mas em Madrid viu 5 novas estrelas, em Espanha viu 19 novas primeiras estrelas, em toda a Itália viu 27…

– SÃO GABRIEL, uma estrela:

No ano passado, com a chegada de Leonel Pereira, o SÃO GABRIEL merecia ter ganho duas estrelas!

Este ano, ter uma é curto, sabe a pouco!

E Leonel Pereira é um chef três estrelas – o guia pode dar-lhe a classificação que quiser; quem come no SÃO GABRIEL sabe que tem uma experiência três estrelas!

– PEDRO LEMOS, uma estrela:

Mais uma estrela que demorou tempo a chegar. Há uns três / quatro anos (quando ia com frequência ao Norte, o que ultimamente não tem acontecido) era o meu restaurante preferido na cidade do Porto – recordo em especial umas memoráveis bochechas de bísaro com filhoses – e já nessa altura se sentia que no dia em que o guia corrigisse a injustiça de ignorar o Porto, seria o principal candidato.

Esta estrela atribuída agora ao restaurante PEDRO LEMOS faz ainda pensar como a história podia ser hoje bem diferente se na devida altura o guia tivesse distinguido Pedro Lemos e, pelo menos, outros 3 chefs que na capital estavam então igualmente em grande forma, porventura até superior – Leonel Pereira (PANORAMA), Henrique Mouro (ASSINATURA) e Alexandre Silva (BOCCA).

Aqui se vê também a elevada relevância do guia – é um árbitro com interferência no resultado, para o bem e para o mal.

 

N.B. – Estes comentários têm por base os guias Michelin, não o guia “España & Portugal”.

Para muita gente, o guia “España & Portugal” é “o” guia, é o modelo de guia. Mas não é assim!

Analisando a realidade espanhola e os restantes guias que a Michelin publica em diversas geografias pelo mundo fora, verifica-se que Espanha (tal como a Dinamarca) tem inúmeras razões de queixa dos franceses.

Ora Portugal é prejudicado duas vezes: estamos incluídos no guia espanhol e somos prejudicados pela forma como os franceses tratam a cozinha espanhola que lhes fez frente; e depois, pior ainda, o nosso guia é feito em Espanha e por espanhóis.

O que não podemos é cair no erro de pensar que a forretice do guia “España & Portugal” é o modelo Michelin – não é!

Por exemplo, em Itália há 328 restaurantes estrelados: 8 de três estrelas, 40 de duas estrelas, 280 de uma estrela!

 

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publicado às 19:06


2 comentários

De Filipe a 24.11.2014 às 17:36

Os meus parabens ao Belcanto pela sua segunda estrela ao Sao Gabriel e ao Pedro Lemos pelas primeiras, mas nao posso deixar de achar triste esta mania que nos temos de achar que somos sempre "diminuidos".
Portugal a nivel de TRADICAO GASTRONOMICA pode comparar-se as melhores cozinhas do mundo, mas a formação dos cozinheiros nao é a mesma que em Espanha com certeza, a Espanha conta com alguns dos melhores chefes do mundo que revolucionaram a cozinha.
Se os espanhois sao favorecidos porque é que o Mugaritz nao tem 3 estrelas? E porque é que o Quique da Costa levou tanto tempo para conseguir a sua terceira estrela, devemos ter um pouco mais de humildade para podermos progredir, acho que existem chefes em Portugal que seguem o seu proprio caminho como Jose Avillez ou Ricardo Costa, e que têm capacidades de fazer muito pela cozinha portuguesa, mas nao acho escandaloso o The Yeatmen nao ter ganho a 2 estrela (por enquanto), acho mais estranho o Vila Joya nao ter perdido 1 estrela por exemplo. O fado é o que melhor carcteriza o nosso Pais...e a nossa forma de pensar assim continua a ser....triste como o fado

De Raul Lufinha a 24.11.2014 às 21:44

Mas é claro que os espanhóis são prejudicados pelo guia francês!!!
É isso que digo acima!
O que acrescento é que Portugal é ainda mais prejudicado, é prejudicado duas vezes:
-- primeiro, porque estamos incluídos nesse guia que é demasiado exigente para com os espanhóis… pelo que acabamos por ser objecto dos mesmos critérios exagerados que prejudicam os espanhóis (e que não são coerentes com o que a Michelin faz noutros guias – embora haja outros injustiçados históricos, como o NOMA de René Redzepi em Copenhaga, que continua com 2**; ou o WD~50 de Wylie Dufresne em NY, que nunca passou da primeira estrela);
-- e depois, porque o guia francês sobre Portugal é essencialmente feito em Espanha e por espanhóis.

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