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Chef Walter Blazevic, Professor Virgílio Loureiro, Produtor Pedro Verdelho
Nascidos em altitude no Douro Superior, os gastronómicos vinhos Dona Berta estiveram no LISBOÈTE para um inesquecível jantar vínico, desenhado à medida pelo chef Walter Blazevic e comentado pelo Professor Virgílio Loureiro – o enólogo da casa – bem como pelo produtor Pedro Verdelho.
I – Mar & Aipo
Lingueirão, Búzios, Aipo (ao natural e num puré com castanhas e cogumelos) e Pão de Batata (com castanhas e anis) | Walter Blazevic abriu o jantar com sabores intensos a mar e a aipo, para deixar o vinho brilhar.
Dona Berta Vinhas Velhas Reserva Branco Rabigato 2015 | Excelente exemplo do carácter desta casta muito cultivada no Douro mas até aqui pouco trabalhada a solo, o varietal de Rabigato é o mais emblemático dos vinhos Dona Berta. Tem aromas delicados, sendo marcado por notas minerais e por uma acidez incrível que funciona muito bem à mesa, apresentando uma excelente estrutura e uma textura sedutoramente cremosa, tendo um final longo e complexo. Mas, como disse provocadoramente o Professor Virgílio Loureiro ao iniciar a sua apresentação, «não vou explicar a complexidade, espero que a sintam!»
II – As muitas cores das cenouras
Coelho Confit e as suas Cenouras | Apesar da diversidade cromática do acompanhamento, são só cenouras! Efetivamente há cenouras de variadíssimas cores! Tendo depois umas ligeiras notas de laranja, que realçavam ainda mais o sabor. Grande momento de Walter Blazevic!
Dona Berta Vinhas Velhas Reserva Branco Rabigato 2008 | Já mais adulto e evoluído do que o de 2015, o Rabigato de 2008 comprova novamente a enorme aptidão gastronómica da casta... e também a sua natureza de vinho de guarda!
III – Exercícios vínicos
Professor Virgílio Loureiro e os dois primeiros brancos | Ao longo do jantar, o Professor Virgílio Loureiro não se limitou apenas a comentar os vinhos e a contar deliciosas histórias dos tempos do Eng. Hernâni Verdelho, o fundador dos vinhos Dona Berta! Com efeito, foi também desafiando os presentes a testarem outras harmonizações para além das previstas inicialmente no guião construído pelo chef Walter Blazevic e por João Jorge, responsável pela seleção vínica do LISBOÈTE, transformando deste modo a experiência num estimulante jogo de comparações e descobertas!
IV – Visita à cozinha
Walter Blazevic e Pedro Verdelho | Não foi só o chef que veio à sala. O produtor dos vinhos Dona Berta também foi à cozinha.
V – Garoupa & Pezinhos
Garoupa, Pezinhos de Porco, Ragôut de Feijocas, Infusão Fumada de Hortelã-da-Ribeira | Para provocar o vinho, Walter Blazevic juntou carne e peixe num único momento!
Dona Berta Reserva Tinto 2012 | As castas tradicionais do Douro, num vinho cheio de vida!
VI – A carta de vinhos... e os vinhos da carta
João Jorge e Pedro Verdelho | O responsável pela seleção de vinhos do LISBOÈTE com o produtor dos vinhos Dona Berta. Ou seja, duas artes tão diferentes quanto imprescindíveis para se apreciar bom vinho num restaurante: o elaborar a carta de vinhos… e o produzir os vinhos da carta.
VII – Barriga de Porco & Sousão
Barriga de Porco Ibérico, Arroz Caldoso dos seus sucos e sangue, Castanhas | Para dar luta ao Sousão, Walter Blazevic apostou em sabores fortes e reconfortantes. Muito bom!
Dona Berta Sousão Reserva tinto 2013 | Um extraordinário vinho varietal, com uma acidez vibrante, que enaltece o carácter da casta quando cultivada em altitude.
VIII – Lebre… com Tinto
Lebre, Puré de Couve Roxa, Abóbora, Uvas e Pão Frito | Prato muito completo e equilibrado de Walter Blazevic, sem arestas!
Dona Berta Reserva Tinto 2005 | Uma frescura desconcertante… para um vinho proveniente de um ano tão quente!
IX – Duas sobremesas… com o branco de uma vinha centenária
Queijo Chèvre Granja dos Moinhos, Crocante de Tomilho, Compota de Figo, Alperce e Frutos Secos | Muito bom, com Walter Blazevic a deixar os produtos falarem por si!
Crocante de Marmelo, Mousse de Maçãs e Peras, Caramelo Salgado, Gelado de Requeijão e Pimenta da Jamaica | Destaque para o jogo de temperaturas entre o quente do crocante de marmelo e o frio do gelado de requeijão, numa sobremesa de Walter Blazevic em que o caramelo salgado e o gelado de requeijão estavam maravilhosos!
O branco das sobremesas | Professor Virgílio Loureiro, João Jorge e Pedro Verdelho, com o vinho que acompanhou os dois momentos mais doces da noite e fechou um jantar que fica na memória.
Dona Berta Vinha Centenária Reserva Branco 2009 | Um vinho que celebra as vinhas velhas durienses.
X – Trabalho de equipa
Os responsáveis pelo jantar | Professor Virgílio Loureiro, João Jorge, Chef Walter Blazevic, Pedro Verdelho, Professor Manuel Malfeito Ferreira.
Finalmente, um agradecimento especial à Mariana Monte, sempre muito atenta e simpática a tomar conta da sala!
Ver também:
– Jantares vínicos no LISBOÈTE:
– Provas Dona Berta:
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Calçada Marquês de Abrantes, 94, Lisboa, Portugal
Chef Walter Blazevic
Pedro Verdelho, Maria Fernanda Verdelho, Virgílio Loureiro
Produzidos no Vale do Côa, em pleno Douro Superior…
… o que mais fascina nos vinhos Dona Berta…
… é a sua extraordinária vocação gastronómica!
São vinhos – quer os brancos, quer os tintos…
… que dão uma imensa vontade de comer!
Pedro Verdelho
De modo que, com a mais-valia da presença dos herdeiros de Hernâni Verdelho, incluindo a sua mulher Maria Fernanda e o seu filho Pedro…
… foi um desafio apaixonante fazer uma prova vertical de dois dos mais emblemáticos vinhos Dona Berta…
… o Rabigato Reserva e o Tinto Reserva!
Tendo sido possível acompanhar e perceber...
... a sua evolução em garrafa!
A sessão decorreu em Lisboa, no espaço TINTOS E TINTAS…
… e foi dirigida enólogo da casa duriense, o Prof. Virgílio Loureiro.
Virgílio Loureiro
Começando pelos brancos...
... o varietal de Rabigato, produzido de forma minimalista na Quinta do Carrenho, em busca da autenticidade da casta e do terroir...
... demonstrou de forma notável que há um conjunto de caraterísticas do Dona Berta Rabigato que não muda, nem com o ano da colheita, nem com o tempo de estágio em garrafa!
De facto, as cinco colheitas provadas tinham todas em comum...
... a elegância e a delicadeza, a notável acidez, a grande estrutura e também a textura cremosa!
Confirmando-se naturalmente que o passar do tempo faz o vinho perder o vigor e a agressividade da sua juventude…
… ganhando porém uma muito maior complexidade e riqueza de aromas!
O que foi particularmente interessante verificar na garrafa de 2005, a mais evoluída e sedutora da prova.
Dona Berta Rabigato Reserva branco: 2014, 2010, 2007, 2005, 2003
Já para a prova vertical dos tintos...
... o conceito foi diferente!
Não foi escolhido um varietal...
... mas antes um vinho de lote!
Neste caso, o Tinto Reserva...
... feito com as variedades tradicionais do Douro: Tinta Roriz (“que lhe dá o esqueleto”); Touriga Nacional (“que lhe dá o perfume”); Tinta Barroca (“casta injustamente diminuída no Douro mas que é muito boa em altitude”); Touriga Franca (“pouca, que em altitude não vai bem”); e, em alguns anos, quando não é vinificado à parte, Tinto Cão.
E, desde o muito jovem 2013, ainda não filtrado nem preparado para a comercialização…
… até ao mais antigo 2003…
… destacou-se o complexo e sedutor 2008, talvez não por acaso proveniente de um ano fresco no Douro!
Dona Berta Tinto Reserva: 2013 (amostra de cuba), 2011, 2008, 2005, 2003
Concluída a prova, ficaram duas ideias principais:
Uma, a confirmação da grande capacidade dos vinhos Dona Berta para evoluir e melhorar em garrafa – são vinhos que merecem ser guardados!
E outra, claro, a sua enorme apetência gastronómica!
TINTOS E TINTAS | Av. Duque de Ávila, 120 - Galeria, Lisboa, Portugal
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