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Agosto de 2020 – Chefe Louis Anjos e Subchefe Ricardo Luz
A palavra “apertelência” não vem no dicionário.
Porém, é um regionalismo que, no Algarve, significa “ousadia”, “atrevimento”.
E foi precisamente esse o nome dado ao menu de resposta à pandemia que o BON BON apresentou após o desconfinamento de 2020 e que chegou a lotar o restaurante durante o verão: “Menu Apertelência”.
Menu que, depois, ganhou um significado ainda mais especial após o termo da temporada de 2020 e o anúncio da renovação da Estrela Michelin do BON BON para 2021, quando foi tornada pública a saída do Chef Louis Anjos para o resort PALMARES, em Lagos.
Com efeito, este “Menu Apertelência” acabou então também por ser… o último menu de Louis Anjos no BON BON, o último menu destes três intensos anos de Louis Anjos no BON BON!
Um menu novo, completamente diferente daquele que Louis Anjos tinha concebido antes do início da pandemia.
E talvez o mais algarvio dos menus de Louis Anjos, o de sabores mais algarvios.
Um menu do qual ficam na memória, desde logo, dois pratos absolutamente extraordinários!
Dois pratos – em nossa opinião – ao nível dos melhores de sempre de Louis Anjos:
– “Uma Noite de Arraial”, elegante e complexa criação à volta dos sabores tradicionais da sardinha, do tomate e do pimento, que incluía nomeadamente um parfait verde de ovas de sardinha, de sardinha assada e de pimentos verdes, e, ainda, um aro encarnado de salada montanheira, bem como, à parte, para além do azeite Monterosa, uma broa de milho recheada com tomatada de sardinha; e
– “Memórias de um Cozido de Monchique”, comprovando a excelência dos pratos de carne de Louis Anjos – simultaneamente poderosíssimos de sabor e extremamente leves – e reafirmando a sua tese de que “o Algarve não é só praia”… nem é só mar, aliás, pelo que também a Serra do Algarve tem lugar à mesa dos restaurantes Michelin e dos fine dinings!
Menu Apertelência
Soalheiro Espumante Bruto Nature Pur Terroir Alvarinho 2016
“Cenoura Algarvia e Azeitona”
“Ostra e Choco”
“Alcagoita e Pipis” – três falsos amendoins, feitos com manteiga de amendoim e mousse de galinha; pastel de massa tenra com recheio de pipis
“Uma Noite de Arraial”
“Feijoada de Bivalves, Ova de Polvo e Muxama de Atum”
“Azevia, Lingueirão e Batata”
“Num Assado à Portuguesa” – Cherne
“Polvo e Cabeça de Xara”
Vinha Paz Reserva Tinto 2016
“Memórias de um Cozido de Monchique”
“Começamos Novamente?” – sorbet de cenoura e bolo de azeitona
Chefe de Sala Magda Martins e o Niepoort Dry White
“Figo, Queijo de Cabra e Vinho do Porto”
“Guloseimas”
Subchefe Ricardo Luz (Chefe Cozinheiro do Ano 2019) e Chefe Louis Anjos (Chefe Cozinheiro do Ano 2012)
Muito obrigado pela oferta da broa recheada com tomatada de sardinha, no dia seguinte continuava maravilhosa!
BON BON
Ver também:
Agosto de 2020 – apesar de tudo, grandes memórias do Algarve
1 – Pandemia. A imagem mais marcante destas nossas três semanas de agosto no Algarve. E deste ano, aliás. Por todo o lado, há máscaras, viseiras, álcool e gel desinfetantes, distanciamento social…
2 – Restaurantes cheios. Para surpresa de muitos, foi outra constante do nosso Algarve de agosto de 2020. Com lotação reduzida, é certo. Mas cheios. Com listas de espera. Com filas à porta. E com a dor de alma de terem que recusar inúmeros clientes.
3 – Equipas desfalcadas. Como os restaurantes, para além de terem sido obrigados a reduzir a capacidade máxima dos estabelecimentos, temiam também uma procura estival bastante mais reduzida e como continuam igualmente com receio de uma segunda vaga e de um novo confinamento, outra nota destes dias de agosto foi termos encontrado as equipas de cozinha e de sala bastante desfalcadas… e cansadas.
4 – Rui Silvestre fortíssimo. Reforçando ainda mais a candidatura à merecidíssima segunda estrela Michelin, a inclusão do nome do chef no nome do restaurante foi mesmo a grande novidade deste ano do VISTAS RUI SILVESTRE, no Monte Rei Golf & Country Club, em frente a Vila Nova de Cacela. Com efeito, ao invés do típico ajuste das propostas ao novo cenário da pandemia, Rui Silvestre optou antes por dar continuidade ao elevado nível apresentado no ano anterior, tendo-se focado em aperfeiçoar ainda mais os dois menus que já vinham de trás, em aprimorar detalhes, em evoluir na técnica. O resultado foi uma ainda melhor e mais fascinante experiência gastronómica em torno da excelência. Sempre com os excelentes vinhos do escanção Nuno Pires, cujo requintado serviço – seu e de toda a sua equipa – é irrepreensível. E, este ano, com a vantagem adicional de o jantar ter decorrido numa mesa... colocada na cozinha! Foi indiscutivelmente a nossa melhor e mais marcante experiência gastronómica deste verão!
5 – Dois dos melhores pratos de sempre de Louis Anjos. No estrelado BON BON, após o desconfinamento, Louis Anjos – acompanhado do seu subchefe Ricardo Luz, atual Chefe Cozinheiro do Ano – deixou cair o menu que tinha apresentado no início de março, ainda antes da chegada da pandemia, e criou um outro menu totalmente novo, o “Apertelência” (isto é, “ousadia” ou “atrevimento”), disponível em 9, 11 ou 14 momentos. Um menu de sabor “mais algarvio”, que nos trouxe dois pratos absolutamente memoráveis! Aliás, dois pratos que entram diretamente para a nossa lista dos melhores pratos de sempre de Louis Anjos! 1) “Uma Noite de Arraial”, elegante e complexa criação à volta dos sabores tradicionais da sardinha, do tomate e do pimento – a qual incluía nomeadamente um parfait verde de ovas de sardinha, de sardinha assada e de pimentos verdes, e, ainda, um aro encarnado de salada montanheira, bem como, à parte, para além do azeite Monterosa, uma broa de milho recheada com tomatada de sardinha. 2) E o “Memórias de Um Cozido de Monchique”, comprovando a excelência dos pratos de carne de Louis Anjos – simultaneamente poderosíssimos de sabor e extremamente leves – e reafirmando a sua tese de que “o Algarve não é só praia” nem é só mar, pelo que também a Serra do Algarve tem lugar à mesa dos restaurantes Michelin e do fine dining!
6 – A sobremesa de mel de Carlos Fernandes. Curiosamente, é também da Serra de Monchique que vem o mel da nova – e extraordinária – sobremesa do chef pasteleiro Carlos Fernandes. A qual agora culmina o principal menu (sem carne, tal como em 2016) do chef João Oliveira no VISTA do Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha, em Portimão, substituindo a emblemática sobremesa de chocolate do ano passado, que tinha no topo uma telha crocante de cacau em forma de peixe. É complexa. Leve. Pouco doce. E até ao momento – a par da versão deste verão da “Claus Porto 1887” de Vítor Matos no ANTIQVVM (com morangos ‘mara des bois’, hibiscos, ruibarbo e lima-kaffir) e, bem assim, da sobremesa de chocolate que a equipa sénior portuguesa apresentou nas olimpíadas de culinária 2020 – foi a nossa melhor sobremesa deste ano!
7 – A confirmação de Rui Sequeira. O segundo verão do ALAMEDA – restaurante inaugurado no centro de Faro em dezembro de 2018 (e que visitámos pela primeira vez há um ano, após termos conhecido o trabalho do chef num prometedor jantar em Lisboa no início de 2018) – trouxe-nos a confirmação da qualidade da cozinha de Rui Sequeira. Agora mais completa. Mais solta do receituário tradicional. Mais focada no produto. E mais complexa. Já não são apenas “os sabores quentes das terras do sul”. Tem também muita frescura, muita acidez, muita leveza. E tem ainda uma enorme maturidade gastronómica. Dois exemplos: 1) No seu novo menu de degustação, o Origami, Rui Sequeira faz questão de ter um momento de queijo, à francesa. Mas é queijo cozinhado! Não é produto, é mesmo cozinha! 2) Apesar do chef do ALAMEDA também aderir à moda de os menus de degustação terem sempre um pastel, um rissol, um croquete ou algo semelhante, Rui Sequeira tem depois também a maturidade de tomar três medidas que atenuam o lado menos estimulante desta onda que alastra pelo fine dining: i) serve-o ‘bitesize’, de modo a ser comido de uma só vez; ii) o que sobressai não é propriamente o croquete, mas sim o que Rui Sequeira lhe coloca no interior (arroz de tomate) e por cima (biqueirão); iii) e, ainda assim, e mais importante, tem a lucidez (e a maturidade, repita-se) de cortar o croquete ao meio – o que é perfeitamente suficiente para dar uma textura crocante ao conjunto – pois, como teve a coragem de dizer, «um croquete inteiro seria muito pão!» Destaque ainda, no ALAMEDA, para as desafiantes escolhas de vinhos do escanção André Ramos, que enriquecem imenso a experiência. Deste modo, não é, pois, de estranhar que esteja para breve o ALAMEDA 2.0!
8 – A novidade de Leandro Araújo. A cozinha de Leandro Araújo no CAFÉZIQUE, junto ao castelo de Loulé, foi a nossa grande descoberta deste verão no Algarve! Criativa. Pensada. Com um grande trabalho de preparação. Deliciosa. Só falta mesmo Leandro Araújo conseguir libertar-se da “armadilha” da “comida para partilhar” e passar a apostar igualmente i) em empratamentos individuais e ii) num menu de degustação, ainda que opcional. Tem cozinha para isso! Cozinha, aliás, à qual depois se junta um ótimo serviço de sala e, ainda, a excelente seleção de vinhos do escanção João Valadas, com referências de todas as sub-regiões portuguesas. Com efeito, o CAFÉZIQUE não é apenas um “restaurante”, é também uma “enoteca”! E até tem uma entusiasmante Mesa do Chef junto à garrafeira!
9 – KUBIDOCE, muito mais do que folares. Os típicos folares de Olhão deram um enorme protagonismo à KUBIDOCE. Com efeito, o chef Filipe Martins faz dois tão diferentes quanto maravilhosos folares – um tradicional, outro com laranja, figo e amêndoa – que conquistam de imediato quem os prove! Porém, a KUBIDOCE, com lojas em Olhão e Vila Real de Santo António, não é só folares! Como padaria que também é, tem igualmente pães de massa mãe – bastante saborosos e com boa acidez. Também tem pastelaria tradicional – as bolas de Berlim e os pastéis de nata têm imensa saída, bem como os croissants, o francês e o do Porto. Tem também pastelaria fina. Tem doces regionais, incluindo os melhores Dom Rodrigo que já provámos! E tem muito mais! Tendo até… iogurtes e gelados caseiros!
10 – Mais bolas. Na praia, o nosso habitual vendedor de bolas de Berlim contou-nos várias vezes que nunca tinha vendido tantas bolas… como este ano!
11 – Pão da GLEBA em Vilamoura. Este ano, foi possível ter o excelente pão da GLEBA, de Diogo Amorim, à venda na MALOCA DA TUTTAPANNA, do chef Anderson Sousa, em Vilamoura! E com imensa variedade!
12 – Noélia. Mais uma vez, a chef Noélia marcou o nosso verão. Este ano, porém, pela ausência. Com efeito, dado a reabertura do seu emblemático restaurante de Cabanas de Tavira ter ocorrido somente no dia 20 de agosto, já não fomos a tempo de fazer um dos nossos programas de verão preferidos. Mas ficámos com mais um motivo para regressar em breve ao Algarve!
Ricardo Luz no barco do BON BON, no verão de 2019
Ricardo Luz, 31 anos, subchefe de Louis Anjos no estrelado BON BON, no Algarve, que já tinha sido o concorrente mais pontuado nas finais regionais, confirmou todo o favoritismo e foi o grande vencedor da final nacional do concurso Chefe Cozinheiro do Ano de 2019.
Em segundo lugar, ficou Bruno Ribeiro, subchefe da 1300 TABERNA, em Lisboa. E em terceiro, João Pedro Santos, subchefe do THE YEATMAN, em Vila Nova de Gaia. Participaram igualmente na final António Queiroz Pinto, chefe do RESTAURANTE DE TORMES, em Baião, cuja sobremesa “Fatias do Freixo, Gelado de Queijo de Cabra e Pera Bêbada” lhe permitiu arrecadar o Prémio Helmut Ziebell, para o prato mais inovador do concurso; António Fernandes, subchefe do PORTO ROYAL BRIDGES HOTEL; e Wilson Costa, chefe do VALE D’OLIVEIRAS Quinta Resort & Spa, no Algarve.
Já na sua 30.ª edição, o Chefe Cozinheiro do Ano é a mais antiga e relevante competição de cozinha para profissionais em Portugal, tendo aberto as portas da carreira a nomes como Fausto Airoldi (1990), Henrique Mouro (2001), Vítor Matos (2003), Henrique Sá Pessoa (2005), João Rodrigues (2007), Tiago Bonito (2011), Louis Anjos (2012), António Loureiro (2014) ou Luís Gaspar (2017) – no ano passado, o vencedor foi Fernando Cardoso, da equipa de João Rodrigues, no FEITORIA.
Tendo o júri da final, que decorreu na Alfândega do Porto, sido presidido por António Bóia (JNĉQUOI) e constituído ainda por Alexandre Silva (LOCO), Dieter Koschina (VILA JOYA), Nuno Diniz, Paulo Pinto (HOTÉIS REAL), Helmut Ziebell e Orlando Esteves, bem como pelos jurados assistentes Fernando Cardoso (CCA 2018) e Onildo Rocha (COZINHA ROCCIA).
Consistindo a prova na preparação de um menu original composto por entrada, prato de peixe, prato de carne, prato tradicional de tacho e sobremesa.
Conforme anunciou a organização do concurso, Ricardo Luz apresentou: Caldeirada de Bacalhau com Ravioli de Sames e Língua (entrada); Salmonete e seus Fígados, Ervilhas e Milhos Fermentados [não serão antes “Aferventados”?] (prato de peixe); Arroz de Cherne e Gamba da Costa (prato tradicional de tacho); Presa de Porco, Rabo, Nabo e Couve (prato de carne); e Sericaia de Morangos e Poejos (sobremesa).
Um menu que seria bonito se o BON BON conseguisse apresentar aos seus clientes, pelo menos, num jantar especial comemorativo desta grande vitória – naturalmente, só no próximo ano, já que o restaurante encontra-se fechado para férias durante os meses de dezembro e janeiro.
Uma grande vitória, aliás, não apenas para o próprio Ricardo Luz, mas igualmente para o BON BON do empresário Nuno Diogo – no fundo, isto são tudo sinais, que se juntam ao da renovação da estrela Michelin, da qualidade do seu projeto gastronómico e de restauração.
E uma grande vitória também, claro, para Louis Anjos, um chefe que gosta de fazer escola e que dá sempre muito espaço às suas equipas para crescerem. E que hoje, na final, tinha inclusivamente dois cozinheiros seus em prova – Wilson Costa, atualmente no resort VALE D’OLIVEIRAS, também integrou durante vários anos as brigadas de Louis Anjos.
Notáveis ainda – em especial para quem conhece o Ricardo Luz – foram as declarações do presidente do júri. Contou António Bóia, citado pelo Observador, que “o Ricardo teve a prova mais regular. Dos seis finalistas foi aquele com maior consistência do início ao fim da prova e o que mais se destacou no sabor, na técnica e no desempenho profissional. Não há um prato nos cinco que se destaque porque todos seguiram um nível superior e coerente”. Ora, quem conhece o Ricardo sabe que este é o seu retrato perfeito: consistência, consistência, consistência. O Ricardo é uma autêntica máquina a cozinhar!
Muitos parabéns Ricardo!
Post Scriptum:
Joaquim de Sousa, Pedro Mendes, Louis Anjos
A mais recente edição do evento “O Chef Convida”, que tem trazido ao Alentejo Marmòris, em Vila Viçosa, nomes de referência da cozinha portuguesa, transformou-se numa memorável noite de clássicos.
O anfitrião Pedro Mendes, para além de olhar para o futuro e testar com sucesso um novo prato, apresentou a sua emblemática cebola com pezinhos de coentrada.
Louis Anjos trouxe do BON BON o lavagante de assinatura, bem como o seu depurado salmonete com presunto que fez a ponte para sabores mais alentejanos.
E Joaquim de Sousa fechou o jantar em grande estilo com a famosa Flor Surpresa – uma sobremesa que tem movimento – a que se seguiram os petits fours da alta pastelaria do JNĉQUOI e da LADURÉE.
Já os vinhos estiveram por conta da Quinta do Mouro, de Miguel Louro. Tendo acontecido uma situação absolutamente extraordinária: cada um deles era tão bom e tão gastronómico que acabou por ficar bem… com todos os pratos! Efetivamente, a cada novo prato, um novo vinho, ainda melhor do que o anterior; mas a verdade é que todos os vinhos anteriores… também ficariam bem, e ficaram, com esse novo prato! Vinhos sempre secos e austeros, com uma acidez vibrante!
Os aperitivos começaram no bar do hotel e com dois vinhos que nem parecem ser entrada de gama
Vinha do Mouro branco 2018
Vinha do Mouro tinto 2015
Já na sala, as boas-vindas foram dadas pelo chef Pedro Mendes, a que se seguiram breves intervenções de Louis Anjos, Joaquim de Sousa e Miguel Louro
O menu do jantar
A servir de base para os snacks…
… uma fusão da bolota alentejana do NARCISSUS com a alcagoita de Aljezur do BON BON
De modo que os três snacks – chamados “Surpresas da nossa cozinha” – chegaram efetivamente entre bolotas e alcagoitas: o falso amendoim de Louis Anjos, na verdade uma mousse fria de frango, gengibre e amendoim; o bombom de foie gras com amendoim, homenagem de Pedro Mendes ao chef pasteleiro Joaquim de Sousa; e ainda o croquete de bolota de Pedro Mendes, com farinheira e, no topo, compota de cebola
Harmonizados com o Zagalos Branco Reserva 2017, que teve um estágio de 6 meses em barrica usada e algum contacto pelicular
Azeite e manteiga
Seleção de pães
O empratamento do lavagante
Louis Anjos na sala…
… apresentando o seu prato…
… e servindo o consommé de lavagante com açafrão!
“Lavagante azul, tangerina, açafrão e beterraba” (Chef Louis Anjos)
Zaga Luz 2018, a tentativa de fazer um tinto mais leve, a partir de Trincadeira e Petit Syrah, entre outras, colhidas mais cedo, com pouca extração, menos cor, sem madeira e com menor graduação alcoólica – imensa acidez!
Pedro Mendes e os taleigos…
… entregues individualmente a cada pessoa, com mais uma surpresa da cozinha do Marmòris:
Um pão de bolota, com chouriço alentejano... acabado de cozer e ainda quente!
O empratamento dos pezinhos
“Cebola e pezinhos de coentrada” (Chef Pedro Mendes)
Erro B 2016, um branco sem madeira que fermentou com contacto pelicular total – grande estrutura e grande acidez!
O empratamento do salmonete
“Salmonete de Sagres, molho de fígados, miga de tomate e presunto de bolota” (Chef Louis Anjos)
100% fermentado em madeira, o Quinta do Mouro branco 2017…
… do produtor Miguel Louro
O empratamento do borrego
“Borrego, café de bolota [o molho servido na mesa] e legumes da época” (um futuro prato do Chef Pedro Mendes)
Quinta do Mouro Petit Verdot tinto 2016! Uma novidade! É a primeira colheita… e ainda não foi lançada para o mercado! Aromas florais, fruta preta e excelente acidez!
O molho quente da sobremesa…
… que Joaquim de Sousa vem servir à mesa, para abrir a Flor Surpresa
“Flor de chocolate negro” (Chef Joaquim de Sousa)
Erro Z rosé 2018
Petits fours (Chef Joaquim de Sousa)
Financier de pistáchio com framboesa, Macaron de alcaçuz, Ópera (café + chocolate), Creme de arroz- doce sobre bolacha de canela e pimenta
O agradecimento final da sala a toda a equipa de cozinha
Ver também:
NARCISSUS
Alentejo Marmòris Hotel & Spa, Largo Gago Coutinho, 11, Vila Viçosa, Portugal
Chef Pedro Mendes
Louis Anjos e o subchefe Ricardo Luz empratando a carne arouquesa
Louis Anjos gosta que os seus menus tenham dois momentos de carne – chamando inclusivamente ‘pré-carne’ ao primeiro deles.
De modo que, a seguir ao porco alentejano, fez chegar à mesa a vaca arouquesa.
E em dois registos completamente diferentes: lombo e língua!
Com nabo e agrião.
E ainda com a surpresa da avelã em diversas texturas – ralada sobre a língua estufada, nuns gnocchi e também em duas metades crocantes.
Ou seja, um prato que reforça a linha do anterior, contribuindo para aumentar ainda mais a identidade da cozinha de Louis Anjos: tem imenso sabor, é minimalista, continua a não fazer concessões à comida fácil – para além do lombo, há língua –, apresenta um grande jogo de texturas, tem um jus poderoso e, depois, é extremamente leve e elegante!
Lombo de Novilho / Língua / Nabo / Agrião / Avelã
Ora, para acompanhar a carne arouquesa, Nuno Diogo escolheu o Vinha Senna tinto de 2015 do projeto M.O.B., a aventura no Dão dos enólogos durienses Jorge Moreira (Poeira), Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão) e Jorge Serôdio Borges (Wine & Soul).
Fresco, suave e aveludado, foi produzido a partir de uvas das castas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen, provenientes de uma vinha plantada em solo granítico a 550 metros de altitude, em Seia, na sub-região da Serra da Estrela.
E ligou maravilhosamente com os sabores intensos do prato de Louis Anjos.
De facto, no BON BON, mais uma vez vinho e comida formaram uma grande dupla!
Nuno Diogo e o M.O.B. Vinha Senna tinto 2015
(continua)
Ver também:
– Menu ‘Essência’ (junho 2019):
BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias de Carvoeiro, Algarve, Portugal
Chef Louis Anjos
Louis Anjos, Ricardo Luz, Alexander Mishin
Há um prato que define a cozinha única de Louis Anjos: Presa de Porco, Milhos Aferventados de Monchique e Pezinhos de Coentrada.
Sabores fortíssimos!
A serra do Algarve à mesa – não só ‘o Algarve não é só praia’ como, para além do litoral e do barrocal, também é serra!
Mas com uma leveza desconcertante!
Com uma elegância esmagadora!
A primeira vez que o provámos foi em novembro passado, no restaurante A VER TAVIRA do chef Luís Brito, quando Vítor Matos e Louis Anjos foram cozinhar à edição inaugural do ‘Algarve à Mesa’.
Tendo sido com este prato que o chef do BON BON surpreendeu boa parte da sala, que estava à espera de algo mais redondo e consensual.
De facto, quando se fala em cozinha fine dining e em estrelas Michelin no Algarve, pensamos mais em mar do que em serra! Pensamos mais em peixe e marisco do que em carne! Pensamos mais em legumes baby do que em milhos aferventados!
Mas estes são sabores que efetivamente acompanham Louis Anjos há bastante tempo!
Não foi por acaso, aliás, que já em 2014 o roteiro de Louis Anjos ‘O Algarve não é só praia’ arrancou n’A TASCA DO PETROL, em plena Serra de Monchique.
E que em 2015 o então chef do Suites Alba apresentava, em dois momentos distintos, o milho de Monchique e o cozido serrano.
Tendo depois, no ano seguinte, já no MON-CHIC, ido ainda mais longe e juntado num mesmo prato os milhos aferventados de Monchique, a carne da serra e o feijão, para o poderoso ‘Milhos com Feijão de Monchique’.
O qual foi claramente um precursor deste novo prato do BON BON.
Mantêm-se os ‘milhos de cinza’ da Serra de Monchique.
Mantém-se o feijão.
Mantém-se a intransigência para com a comida fácil – agora, em vez da cabeça de xara, temos pezinhos de coentrada e tendões.
Mantém-se o porco alentejano – já não o cachaço, mas a presa.
E mantêm-se os sabores fortes e intensos, profundos, muito bem definidos.
O que há agora de novo – neste prato e na cozinha de Louis Anjos no BON BON – é um foco ainda maior nos elementos essenciais, daí também o menu se chamar ‘Essência’, o que tem como consequência os pratos tornarem-se muito mais leves e elegantes!
Sendo tão leve, aliás, que o prato seguinte do menu é… outro prato de carne!
Presa de Porco / Milhos Aferventados / Pezinhos de Coentrada
Quanto ao pairing e em jeito de antevisão da visita do dia seguinte à Quinta do Francês – nas colinas do vale da Ribeira de Odelouca, a caminho da Serra de Monchique, e de que o Mesa do Chef ainda irá aqui falar – Nuno Diogo propôs o excelente varietal algarvio Syrah-Terraços de 2015, que com o tempo irá certamente atingir o estratosférico nível do memorável 2011 que Nuno Diogo tinha servido no ano passado.
Quinta do Francês Syrah-Terraços tinto 2015
(continua)
Ver também:
– Menu ‘Essência’ (junho 2019):
BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias de Carvoeiro, Algarve, Portugal
Chef Louis Anjos
Subchefe Ricardo Luz e Chefe Louis Anjos no Sunseeker “Luma” grelhando camarões-tigre em plena Ria de Alvor
Uma das novidades deste verão no Algarve é o BON BON também estar no mar!
Com efeito, o restaurante com uma estrela Michelin do Carvoeiro passou igualmente a assegurar o catering do “Luma”, um luxuoso Sunseeker de quase vinte metros.
Em função do que o cliente pretenda, podem ser servidos desde os típicos petiscos de verão, com muito marisco, até ao próprio menu de degustação que Louis Anjos está atualmente a apresentar no BON BON.
Quanto a preços, alugar o barco para um sunset de três horas fica em €1.900 e um dia inteiro (oito horas) custa €6.500.
Sendo também possível passar vários dias no “Luma” – o barco tem quatro quartos e uma sala.
Mais pormenores aqui.
O BON BON cozinhando a bordo do Sunseeker Manhattan 65 “Luma” – Chefe Pasteleira Andreia Carreira, Subchefe Ricardo Luz e Chefe Louis Anjos
“Luma”, o Sunseeker que pode ser alugado com catering BON BON
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