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O Sousão é um vinhão

por Raul Lufinha, em 08.03.20

Quinta dos Aciprestes Sousão Grande Reserva 2014

Quinta dos Aciprestes Sousão Grande Reserva Tinto 2014

Em virtude da nossa visita à edição deste ano da Essência do Vinho - Porto ter ocorrido propositadamente para assistir à prova comentada da histórica estreia do Carignan da Herdade das Servas, acabou depois por não sobrar muito tempo para visitar os produtores presentes no evento – e que eram mais de 400.

De modo que, devido a essa falta de tempo e tendo também na memória dois grandes (e raros) vinhos de Sousão bebidos nos últimos tempos – o da Herdade Grande, na Vidigueira, assinado por Diogo Lopes, e o Divina Lampreia, da Quinta do Vallado – bem como a vindima e a lagarada de Sousão que fizémos na Real Companhia Velha em 2015, optámos por visitar os diversos expositores focados exclusivamente na prova de… varietais de Sousão!

Ou seja, transformámos a nossa visita à Essência do Vinho numa prova de Sousão!

Sousão, que é o nome dado no Douro à casta Vinhão da região do Vinhos Verdes.

Uma casta tintureira, muito utilizada precisamente para dar cor aos lotes.

Mas que poucos arriscam a solo.

Com efeito, para além dessas propriedades corantes, a variedade Sousão tem também uma adstringência muitas vezes excessiva, podendo facilmente dar origem a vinhos rudes e pouco elegantes.

Porém, quando trabalhada num registo de fineza e elegância, com taninos suaves e macios, e com uma excelente acidez, proporciona vinhos fascinantes, extremamente gastronómicos.

Pelo que, para começar, provámos a quarta edição do Sousão da Quinta dos Aciprestes, da Real Companhia Velha, assinado pelo enólogo Jorge Moreira. É da vindima de 2014 – o primeiro tinha sido de 2011. Teve um estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês, 70% delas usadas. E apresenta-se poderoso. Mas também muito macio e elegante. E ainda bastante complexo, inclusivamente com notas de café e especiarias.

A seguir, a ideia era ter provado o Sousão dos irmãos e enólogos Maçanita, mas infelizmente a Joana e o António não trouxeram esse vinho para a Essência. Lá, só tinham Sousão em lote – nomeadamente, nos tintos Maçanita Reserva 2017 (25%) e Maçanita 2018 (20%).

Joana e António Maçanita não levaram o varietal de Sousão à Essência do Vinho, este tinha apenas 25%

Joana e António Maçanita não levaram o varietal de Sousão à Essência do Vinho, este Reserva tinha apenas 25%

Depois, da Quinta do Vallado, provámos não um mas dois varietais de Sousão, ambos assinados por Francisco Olazabal e Francisco Ferreira.

Primeiro, o tal Divina Lampreia já de 2019, que só está disponível na restauração mas que o produtor duriense estava a dar a provar na Essência do Vinho. Sem madeira. Fresquíssimo. E muito primário, com muita fruta.

E a seguir – bastante mais complexo – o 2017, que tinha sido engarrafado após um estágio de 16 meses em meias pipas de carvalho francês. Concentrado. Balsâmico. Com notas de frutos pretos, tabaco e especiarias.

Vallado Divina Lampreia Sousão Unoaked Tinto 2019

Vallado Divina Lampreia Sousão Unoaked Tinto 2019

Vallado Sousão Tinto 2017

Vallado Sousão Tinto 2017

Entretanto, da coleção Vale da Raposa Monovarietais, de Domingos Alves de Sousa, provámos também o Sousão de 2017 – o mais rústico e herbáceo dos vinhos desta tarde.

Vale da Raposa Sousão Tinto 2017

Vale da Raposa Sousão Tinto 2017

E por fim, terminámos num registo de grande elegância, com o Sousão dos vinhos Dona Berta.

Ainda com o vibrante 2013 na memória, desta feita provámos o Sousão Reserva da colheita de 2015, igualmente sedutor e gastronómico.

Dona Berta Sousão Reserva Tinto 2015

Dona Berta Sousão Reserva Tinto 2015

Confirmando-se, pois, mais uma vez, nesta tão improvisada quanto gratificante prova de varietais de Sousão de produtores deveras distintos, que, quando num registo de elegância, o Sousão revela-se mesmo muito gastronómico.

Sendo, de facto, um grande vinho – um vinhão…!

 

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publicado às 18:22

Almoço na piscina… da Quinta das Carvalhas

por Raul Lufinha, em 04.08.15

Quinta das Carvalhas

Na emblemática Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha…

Quinta das Carvalhas

…junto à piscina e em frente ao Rio Douro…

Arinto

… o almoço começou com o experimental e bem-sucedido Séries Real Companhia Velha Arinto branco 2012

Pedro O. Silva Reis

… que o anfitrião Pedro O. Silva Reis serviu…

Queijo Serra da Estrela

… com Queijo da Serra da Estrela…

Fumeiro

… e com várias especialidades de fumeiro.

Mesa

Já à mesa…

Lombo de porco

… a acompanhar o lombo de porco, recheado com ameixas e assado no forno…

Pedro O. Silva Reis

… Pedro O. Silva Reis serviu três tintos, todos eles feitos a partir de uvas da Quinta dos Aciprestes, da Real Companhia Velha:

Quinta dos Aciprestes tinto 2011

Primeiro, o Quinta dos Aciprestes 2011, um vinho jovem e fresco mas com boa estrutura, proveniente de uma vinha velha com 45 anos;

Quinta dos Aciprestes Grande Reserva tinto 2011

Depois, o Quinta dos Aciprestes Grande Reserva 2011, que apenas é produzido em anos especiais;

Quinta dos Aciprestes Grande Reserva Sousão tinto 2011

E, por fim, o surpreendente Quinta dos Aciprestes Grande Reserva Sousão 2011, um varietal extremamente sedutor, muito aveludado na boca!

Leite-creme

Com a sobremesa, leite-creme…

Real Companhia Velha Porto 20 Anos

… o Real Companhia Velha Tawny Porto 20 Anos.

Royal Oporto

Sendo que, para os mercados internacionais, a Real Companhia Velha utiliza a marca Royal Oporto.

Quinta das Carvalhas

Foi a despedida da casa da piscina da Quinta das Carvalhas…

Sagrado Coração de Jesus

… deixando-se para trás um belo painel de azulejos, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus aquando do centenário da casa (1851-1951)…

Quinta das Carvalhas

… rumo à entrada principal, em frente ao Pinhão.

 

Ver também:

Viagem à Real Companhia Velha

 

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publicado às 00:23

A Quinta dos Aciprestes… da Real Companhia Velha

por Raul Lufinha, em 03.04.15

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes, ao longo do Douro e em frente à foz do Rio Tua

Na margem esquerda do Rio Douro e frente à foz do Rio Tua, a actual Quinta dos Aciprestes prolonga-se por uma frente ribeirinha de mais de dois quilómetros…

… incluindo também as antigas Quinta da Barreira, Quinta da Boavista e Quinta da Coutada.

A uma cota baixa – 150 a 250 metros – e encaixada no vale, a Quinta dos Aciprestes é ideal para a produção de uva tinta…

… conjugando vinhas velhas – em que predomina a Tinta Barroca (50%) – e vinhas modernas, com talhões de uma casta só, maioritariamente de Touriga Nacional e Touriga Franca mas também com Sousão, Tinta Amarela e Tinta Roriz.

Nas quais é praticada uma viticultura de precisão com o recurso às mais modernas tecnologias, incluindo drones (aeronaves não tripuladas) que monitorizam as vinhas.

A partir das uvas da Quinta dos Aciprestes, a Real Companhia Velha produz Vinho do Porto… e também a gama de tintos ‘Quinta dos Aciprestes’ – colheita, reserva, grande reserva… e ainda um varietal de Sousão, cuja ideia era ser utilizado para compor o lote das Tourigas mas resultou tão bem que foi lançado em monocasta.

Quinta dos Aciprestes

viticultura de precisão

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

A caminho da antiga casa da Quinta da Boavista

Rui Soares

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

A antiga Quinta da Boavista, actualmente integrada na Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes

Quinta dos Aciprestes... ao longo do Douro

Quinta dos Aciprestes, mais de 2 km ao longo do Rio Douro

 

Ver também:

Viagem à Real Companhia Velha

 

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publicado às 00:30

Viagem à Real Companhia Velha

por Raul Lufinha, em 28.03.15

Pedro Silva Reis, Pai e Filho

Pedro Silva Reis, Presidente da Real Companhia Velha… e o filho Pedro O. Silva Reis, Trade Marketing Manager

Ir ao Douro visitar a Real Companhia Velha é uma viagem ao passado… e ao futuro.

Permitindo conhecer os grandes vinhos que a Companhia produz… e deixando perceber que os que estão agora a ser preparados serão clássicos das próximas décadas.

Com efeito, para além de ser uma das mais antigas empresas portuguesas, fundada em 1756 por D. José I sob os auspícios do Marquês de Pombal, a Real Companhia Velha é também um exemplo de inovação, de experimentação e de utilização das mais modernas tecnologias – incluindo drones (aeronaves não tripuladas) para monitorizar as vinhas…

E sempre com uma mentalidade muito aberta. A Real Companhia Velha tem mais de 540 hectares de vinhas próprias no Douro, espalhadas por cinco quintas (Carvalhas, Aciprestes, Cidrô, Casal da Granja e Síbio) mas recusa focar-se num único perfil de vinhos, apostando antes na diversidade – diversidade de estilos, de castas, de tipos de vinho… de tudo!

Daí ser tão interessante ir ao terreno ver o exacto local onde nascem as concretas uvas de cada um dos diferentes vinhos que a Real Companhia Velha produz…

… e compreender como essa específica conjugação de solo, altitude, exposição solar, microclima, casta, idade da videira, etc., origina vinhos cujas características, quando os bebemos, conseguimos perceber serem precisamente uma consequência directa e uma manifestação expressa desses vários factores que vimos na visita.

Sim, porque, para percebermos verdadeiramente um vinho, não basta bebê-lo. Há que conhecer onde é feito, como é feito e por quem é feito – ora, foi tão-só isto o que a notável viagem à Real Companhia Velha permitiu.

Vida longa à Real Companhia Velha!

 

Ver também:

A Quinta das Carvalhas

A Quinta dos Aciprestes

A Quinta de Cidrô

A Quinta do Casal da Granja

A Quinta do Síbio

O Centro de Vinificação

As Caves

1867, Royal Oporto

A casta... Samarrinho

Almoço nas Caves... da Real Companhia Velha

Jantar no Palácio... de Cidrô

Arinto... mas no Douro

Almoço na piscina... da Quinta das Carvalhas

Jantar na Casa Redonda... da Quinta das Carvalhas: (I) A Casa Redonda

Jantar na Casa Redonda... da Quinta das Carvalhas: (II) O Jantar

No CÊPA TORTA, em Alijó

 

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publicado às 18:40


Partilha de experiências e emoções gastronómicas

Raul Lufinha

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