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Marco Gomes e Fernando Melo
Transmontano de Alfândega da Fé, Marco Gomes regressou ao Alto Douro para um jantar vínico no Museu do Côa…
… comentado por Fernando Melo, jornalista e crítico da Revista de Vinhos.
E no qual Marcos Gomes teve como objectivo não tanto mostrar a cozinha que há mais de dez anos desenvolve no seu FOZ VELHA, emblemático restaurante gastronómico da cidade do Porto…
… mas antes afirmar as suas origens transmontanas!
No exterior do Museu, Marco Gomes serviu um conjunto alargado de aperitivos volantes: bombons de alheira fritos, ovos mexidos com espargos verdes, escabeche de peixinhos do rio com bogas fritas, ceviche de barbo com lima e mel, açorda de erva peixeira e bola de carne.
"Açorda de erva peixeira" e "Escabeche de peixinhos do rio"
Acompanhados por dois brancos do Douro Superior, o Quinta da Terrincha 2013 e o Valle do Nídeo 2012.
Quinta da Terrincha branco 2013
Para entrada, Marcos Gomes apresentou bacalhau assado nas brasas, milhos tradicionais e uma espectacular salada de azedas caseiras, com um intenso sabor adstringente e… azedo!
"Bacalhau braseado, milhos tradicionais e salada de azedas"
Harmonizado com um tinto, o Crasto Superior de 2011 – “Superior” não em virtude de qualquer valoração qualitativa mas porque é originário da sub-região do Douro Superior… embora também seja um óptimo vinho!
Crasto Superior tinto 2011
O prato principal foi uma especialidade de Marco Gomes: pá de cabrito com batatinha assada e arroz de miúdos no forno.
"Pá de cabrito com batatinha assada…
… e arroz de forno"
Novamente acompanhado por um tinto, desta vez o Grande Reserva da Quinta da Canameira, da colheita de 2010.
Quinta da Canameira Grande Reserva tinto 2010
Depois, Marco Gomes preparou uma sobremesa original… composta por três sobremesas, todas de amêndoa da região!
Marco Gomes a comandar a finalização das sobremesas
Um pudim de amêndoa; um toucinho-do-céu, com amêndoa esfarelada e gelado de abóbora; e um Rochedo, doce típico de Alfândega da Fé, para comer à mão... conforme recomendou Marco Gomes!
"Trilogia de doces de amêndoa"
Para harmonizar com as sobremesas, Fernando Melo propôs um jogo: provar um tawny 20 anos e um vintage novo, para comparar as diferenças… e perceber qual o preferido.
Fernando Melo: Tawny ou Vintage?
A sala dividiu-se! O que não é de estranhar, até pela grande qualidade dos vinhos do Porto em questão, ambos premiados no concurso da edição transacta do Festival do Vinho do Douro Superior.
Amável Costa Porto 20 Anos
Contudo, embora sendo injusto preterir um deles, para acompanhar sobremesas tão deliciosamente doces e intensas, o contraste originado pela maior frescura do vintage pareceu-me ser mais apelativo…
Burmester Quinta do Arnozelo Porto Vintage 2009
No final do jantar, o chef regressou uma última vez à sala – desta feita, para receber uma grande ovação de todos os presentes!
Fernando Melo e Marco Gomes
Com Marco Gomes a revisitar as suas origens transmontanas, foi um excelente jantar… num cenário deslumbrante!
Museu do Côa
Ver também:
Douro Superior, uma sub-região a afirmar a sua identidade
FOZ VELHA | Esplanada do Castelo, 141, Foz do Douro, Porto, Portugal | Chef Marco Gomes
Nuno Oliveira Garcia
Na prova comentada dos brancos que decorreu no Festival do Vinho do Douro Superior de 2014, o blogger, jornalista e crítico da Revista de Vinhos Nuno Oliveira Garcia começou por apresentar as três principais razões que, no seu entendimento, justificam o facto de a sub-região do Douro Superior ser distinta do resto do resto da Região Demarcada do Douro.
Desde logo, a muito maior disparidade de temperaturas – que permite fazer vinhos mais vibrantes no Douro Superior.
Depois, a circunstância de as castas da região – por exemplo, Viosinho, Rabigato, Códega – adaptarem-se melhor às características do Douro Superior, permitindo, nomeadamente, um maior equilíbrio acidez/açúcar.
E finalmente o factor humano – a maior dificuldade em fazer vinho no Douro Superior obrigou a um maior aperfeiçoamento técnico… que depois acabou necessariamente por provocar um aumento da qualidade dos vinhos aqui produzidos.
… na prova comentada dos vinhos brancos do Douro Superior
Depois Nuno Oliveira Garcia propôs que a sua prova comentada dos brancos do Douro Superior fosse não apenas uma viagem por vários produtores… mas também por vários anos do mesmo produtor – para poder mostrar melhor as características da sub-região.
Tendo começado pelos brancos de 2011, 2012 e 2013 da Quinta da Sequeira – com muito encepamento de Malvasia Fina, que lhes confere um lado meloso e doce – para depois os comparar com os Rabigato 2011 e 2013 do mesmo produtor, já com maior frescura. Quinta da Sequeira aliás cujo Grande Reserva 2011 foi o melhor branco no 2º Concurso de Vinhos do Douro Superior, realizado em 2013… e cuja visita no ano passado está documentada aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Da direita para a esquerda:
Quinta da Sequeira branco 2011
Quinta da Sequeira branco 2012
Quinta da Sequeira branco 2013
Quinta da Sequeira Rabigato branco 2011
Quinta da Sequeira Rabigato branco 2013
Já da Quinta da Terrincha foi provado apenas o gastronómico branco de 2013.
Tendo-se seguido uma comparação entre dois anos de Mapa – o elegante 2012 e o mais fresco 2013 – a qual contou com os comentários do produtor, porquanto Pedro Garcias também estava na sala a fazer a prova.
E depois dois vinhos Dona Berta produzidos por Hernâni Verdelho na Quinta do Carrenho a partir de Rabigato, uma casta clássica no Douro: o Reserva 2011 e o Garrafeira 2010.
Da direita para a esquerda:
Quinta da Terrincha branco 2013
Mapa branco 2012
Mapa branco 2013
Dona Berta Vinhas Velhas Rabigato Reserva branco 2011
Dona Berta Rabigato Garrafeira branco 2010
Finalmente, três anos de Conceito: o 2008, o quente 2009 e o novamente mais fresco 2010. Tendo aliás este último ano permitido à enóloga e produtora Rita Marques vencer, na categoria dos brancos, a 1ª edição do Concurso de Vinhos do Douro Superior, realizada em 2012.
Da direita para a esquerda:
Conceito branco 2008
Conceito branco 2009
Conceito branco 2010
Pelo que foram 13 os vinhos provados e comentados...
... para mostrar que o Douro Superior também é vinho branco!
Os 13 vinhos da prova comentada dos brancos do Douro Superior
Ver também:
Douro Superior, uma sub-região a afirmar a sua identidade
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