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«Num evento realizado na Companhia das Lezírias, situada precisamente na N118, o dia 1 de setembro de 2021 marcou a apresentação oficial da Tejo Wine Route 118 (TWR118), uma iniciativa da Rota dos Vinhos do Tejo, em parceria com a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) e com o apoio da Turismo do Alentejo e do Ribatejo. A TWR118 visa alavancar o enoturismo, promovendo o território e os vinhos da região. Recorde-se que a Estrada Nacional 118 foi construída para ser a marginal de toda a margem esquerda do rio Tejo, desde a fronteira, em Marvão, até ao imponente estuário, na capital. A Sul do Tejo, esta é uma estrada estratégica para o país e, em particular, para a região dos Vinhos do Tejo.
Se não há dúvidas que a mais famosa estrada do Mundo é a Route 66 e que a mais longa Wine Route é a 62, na África do Sul, a Tejo Wine Route 118 tem tudo para ser uma reconhecida estrada vínica. A EN118 é uma das Estradas Nacionais mais fáceis de conduzir, devido ao seu traçado quase sempre plano e retilíneo. Atravessa a região dos Vinhos do Tejo, na margem esquerda do rio, percorrendo cerca de 150 quilómetros e sete concelhos – Abrantes, Constância, Chamusca, Alpiarça, Almeirim, Salvaterra de Magos e Benavente. Com enoturismo, são 14 os produtores de vinho que integram a Tejo Wine Route 118, sendo que a oferta varia entre loja, provas de vinhos, visita às vinhas, visita à adega, refeições e/ou alojamento. O lançamento da Tejo Wine Route 118 surge no momento em que Portugal foi eleito, pela plataforma Momondo, como o melhor entre 31 países da Europa para a realização de uma (boa) road trip. Aqui, viajar de moto, carro ou autocaravana é seguro e uma bela forma de conhecer o nosso país por dentro. E é precisamente na pacatez do interior de Portugal que está a Tejo Wine Route 118.
“A ideia da Tejo Wine Route 118 é muito recente e há todo um trabalho associado ao levantamento de pontos de interesse, que ainda está a ser feito. Considerámos, contudo, que esta é a melhor altura para a apresentar e começar a promover. Estamos em plena época de vindimas, sendo o ponto alto para quem produz e o mais apetecível para os viajantes, principalmente os enófilos. A Tejo Wine Route 118 é uma ‘ferramenta’ de promoção do território e dos vinhos da região, sendo que vai reunir outros players para além dos produtores de vinho, estendendo-se à gastronomia, aos costumes e tradições locais e também a experiências nativas, como passeios a cavalo, viagens de barco no rio Tejo, entre outras. O vinho dará o mote e será o elemento agregado para exploração do território e de momentos de partilha, em família ou entre amigos, enófilos ou não. A Tejo Wine Route 118 pretende ser uma espécie de ‘guia’ e um ponto de partida para a descoberta da região dos Vinhos do Tejo, para além desta rota. Se há quem vá querer cumpri-la religiosamente, estamos certos de que haverá quem se vá querer desviar e ‘perder’ por outras rotas na região”, afirma João Silvestre, presidente da Rota dos Vinhos do Tejo.
Promoção da Tejo Wine Route 118 com foco no digital
Os mapas físicos deram origem a sistemas de GPS e a pesquisas feitas na internet, em sites, plataformas e redes sociais. O digital é o presente e será esse o canal principal de promoção da Tejo Wine Route 118. A seu tempo será criado um microsite e, eventualmente, uma aplicação, contudo, nesta fase inicial, as páginas de Facebook e Instagram dos Vinhos do Tejo – @vinhosdotejo.tejowines – vão ser o principal veículo de divulgação desta iniciativa. Para facilitar, a pesquisa deverá ser feita por #TejoWineRoute118.
Para abrir o apetite e em jeito de estreia da Tejo Wine Route 118, os Vinhos do Tejo desafiaram Pedro Ramos – sommelier do restaurante lisboeta ALMA e co-autor da página de Instagram @pedrones_somm – a percorrê-la, deixando-se guiar pelo vinho, com visita a alguns dos produtores de vinho ali situados. Na estrada de 30 de agosto a 04 de setembro, numa experiência partilhada no Instagram do Pedro e dos Vinhos do Tejo. Para além de comunicadores natos, Pedro Ramos e Lica Saldanha (sua mulher e produtora dos conteúdos da sua página) são brasileiros – com origem familiar e a viver em Portugal há sete anos – e este é um dos mais importantes mercados para os Vinhos do Tejo, onde a CVR Tejo promove, de há uns anos a esta parte, a iniciativa ‘Caravana dos Vinhos do Tejo’. Em 2020, esta dupla estreou projecto Caravinho, tendo viajado de autocaravana, de adega em adega, no Alentejo. Do Alentejo para o Ribatejo, temos agora a #CaravinhoNoTejo!
Lista de Produtores de Vinhos na Tejo Wine Route 118 (de Norte para Sul):
Sobre a Região Vitivinícola do Tejo:
A Região Vitivinícola do Tejo está localizada no coração de Portugal, a uma curta distância de Lisboa, a capital. A região é cortada a meio pelo rio que lhe dá nome. Largo e imponente, o Tejo é um dos maiores rios de Portugal. Este território vitivinícola tem uma área global de cerca de 7.000 km2, dos quais 12.500 hectares são vinhas, e abrange 21 municípios, um no distrito de Lisboa e os restantes no distrito de Santarém. O rio Tejo é o elemento central e imprime uma profunda influência na caracterização da região, providenciando-lhe distintos ‘terroirs’: o Bairro, com solos argilo-calcários e alguns xistosos; o Campo, com terras mais férteis situadas em zona de aluvião; e a Charneca, com solos arenosos mais pobres. Também o rio dita que a amplitude térmica seja elevada, com dias bastante quentes e noites frescas e húmidas, diminuindo desta forma o stress hídrico das plantas (videiras) e assegurando uma correta maturação das uvas. Um famoso crítico inglês resumiu numa só frase o impacto destas características edafoclimáticas nos Vinhos do Tejo: “hot days, cold nights, cool wines”. Esta região está imemorialmente ligada à produção de vinhos e possui excelentes condições naturais para o cultivo da vinha e para a produção de vinhos, onde a frescura dada pela natureza é evidente. Esta frescura, associada a uma graduação alcoólica moderada, dá origem a vinhos equilibrados e frescos, com aromas frutados, que podem ser apreciados em todas as ocasiões. Uma jovem geração de viticultores e enólogos, que sabe aliar os conhecimentos adquiridos nas universidades à tradição das gerações que os precederam, cria vinhos consistentes e de grande qualidade, com estilos empolgantes e diferenciados. Nos brancos, o perfil traduz-se em vinhos muito aromáticos, com a presença de fruta tropical e citrina, também frescos e elegantes. Os vinhos tintos são equilibrados e frescos; no nariz, a fruta é uma presença garantida. Nos tintos de guarda, nota-se alguma presença de madeira. A região produz também vinhos rosés, espumantes, frisantes, vinhos licorosos e colheitas tardias, num espectro que permite degustar Vinhos do Tejo nos mais variados momentos. O Tejo tem alguns dos mais vibrantes e acessíveis vinhos a emergir em Portugal, oferecendo uma gama diversificada de estilos que apelam a uma variedade de gostos e orçamentos. Constituída por um património muito rico, a região dos Vinhos do Tejo reúne um conjunto de tesouros históricos que vale a pena visitar e que retratam tempos idos, desde as ruínas romanas aos castelos góticos e dos mosteiros manuelinos aos vilarejos medievais. Para os portugueses, esta região é conhecida como terra de vinhas, de olivais, de sobreiros e dos famosos cavalos Lusitanos, mas também pela sua rica e saborosa gastronomia e pelas belas paisagens feitas de verde e de água».
Ivan Fernandes
Dedicada ao berbigão, a 10.ª edição do projecto 'Endògenos' decorreu em Lisboa, no restaurante CLUBE DE JORNALISTAS.
Tendo Ivan Fernandes preparado um delicioso menu de degustação…
… com berbigão do princípio ao fim!
Menu
Depois da cava, um segundo aperitivo: cerveja com tequila
'Berbigão à Bulhão Pato'
'Puré de tinta de choco, berbigão, mexilhão, ovas de salmão e vinagrete de ponzu'
Harmonização vínica a cargo da Oficina do Vinho
'Risotto de lentilhas, berbigão, leite de coco e pimentada'… e 'Berbigão com batata'
'Porco da carta, colocando berbigão na guarnição, molho demiglacê de berbigão'
'Abafado da Alorna, Licor Beirão e berbigão'
'Bolo de chocolate, crumble de berbigão e gelado de eucalipto'
A equipa de cozinha de Ivan Fernandes no CLUBE DE JORNALISTAS
Ivan Fernandes rodeado pela dupla do projecto 'Endògenos', Nuno Nobre e o chef António Alexandre
CLUBE DE JORNALISTAS – RESTAURANTE | Rua das Trinas, 129, Lisboa, Portugal | Chef Ivan Fernandes
Chef Frederico Guerreiro
… e a sua desconstruída tarte merengue de limão
A tarte merengue de limão é a sobremesa do PEDRO E O LOBO em que mais se nota a marca de Frederico Guerreiro.
De forma lúdica e inesperada, surge numa versão desconstruída…
… permitindo a degustação individual dos seus três elementos: a massa da tarte, o merengue e o creme de limão.
"Tarte Merengue de Limão"
Tendo sido acompanhada – por sugestão de Ricardo Meyrelles – pelo Abafado da Alorna, um vinho licoroso que estagiou cinco anos em barricas de carvalho usadas e harmoniza muito bem com sobremesas pois, apesar de produzido exclusivamente com Fernão Pires, é bastante fresco, não sendo excessivamente doce.
Alorna Abafado 5 Years
Ver também:
Frederico Guerreiro, o cordeiro e as ervas picantes
Frederico Guerreiro e a sobremesa de chocolate do PEDRO E O LOBO
A equipa de Frederico Guerreiro no PEDRO E O LOBO
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
PEDRO E O LOBO | Rua do Salitre, 169, Lisboa, Portugal | Chef Frederico Guerreiro
Fernando Melo
O crítico gastronómico e especialista em vinhos Fernando Melo conduziu a sessão de harmonização de conservas e vinhos que decorreu paralelamente ao “Encontro com o Vinho e Sabores 2013” e foi aberta ao público...
... tendo optado por utilizar uma única marca de conservas, de modo a assegurar a coerência da prova.
A eleita foi a Pinhais – fundada em 1920 mas pouco conhecida em Portugal, é uma fábrica de conservas de elevada qualidade em Matosinhos que continua a seguir os métodos tradicionais e exporta a quase totalidade da produção.
Em termos de vinhos, a ideia de Fernando Melo foi propor dois caminhos para cada iguaria – mas sempre com o conselho de nos familiarizarmos primeiro com o vinho antes de avançarmos para o peixe.
Sardinha em azeite
A prova começou com uma sardinha em azeite, conjugada com dois vinhos brancos com acidez para cortar a gordura da proteína e do azeite: um Alvarinho e um Arinto, este último mais fresco e incisivo.
Filete de cavala
Depois, um filete de cavala com duas harmonizações diferentes e pouco comuns mas extremamente interessantes para dar luta à gordura do peixe: um Colheita Tardia doce e um Porto Seco.
Sardinha com tomate
A terceira conserva já tinha tomate.
Pelo que a sugestão foi fazer a harmonização com um Sauvignon Blanc pleno de notas vegetais, sem prejuízo da comparação com os vinhos já propostos até aqui.
Petinga picante
A seguir apareceu o picante.
Tendo Fernando Melo proposto duas formas de reação a este intensificador de sabor: ou aumentando a estrutura (através de um branco com madeira) ou aumentando o álcool (com um Madeira).
Mas neste prova não se foi lá só com estrutura. O Madeira ganhou claramente o combate – e, mais notável ainda, sempre sem destruir os sabores do peixe e do picante.
Sardinha picante com picles
Finalmente, chegou uma sardinha picante com picles.
Para a qual Fernando Melo sugeriu um vinho branco complexo e rico – tendo proposto o Quinta da Alorna Arinto & Chardonnay Reserva 2012, em que, a par da elegância da madeira e da fruta madura do Chardonnay, brilhava a frescura do Arinto, de modo a neutralizar a sardinha.
Alvarinho Portal do Fidalgo branco 2012
Prova Régia Premium Arinto branco 2012
Monte da Ravasqueira Late Harvest Viognier 2012
Burmester Extra Dry White Porto
Mar da Palha Sauvignon Blanc 2011
Barbeito Verdelho Reserva Velha 10 Anos (Meio Seco)
Quinta do Boição Arinto Reserva branco (Ano?)
Quinta da Alorna Arinto & Chardonnay Reserva branco 2012
Ora, de tudo isto, se há uma ideia capaz de resumir a muito interessante e prolongada sessão de Fernando Melo...
... para além da grande qualidade das conservas Pinhais...
...essa ideia é a de que a escolha do vinho pode tornar memorável a degustação de algo aparentemente tão simples quanto uma conserva de peixe.
Cada vez mais procurados, os vinhos de Colheita Tardia continuam a ser pouco comuns. Naturalmente doces, são produzidos a partir de uvas sobremaduras intencionalmente deixadas na vinha várias semanas após a data ideal de colheita – quando não há chuvas nem humidade excessiva que as ameace – de modo a gerar a desidratação das uvas e a provocar uma grande concentração de açúcar.
Sendo habitualmente utilizadas castas brancas para a sua produção – por exemplo, Fernão Pires, Moscatel, Encruzado, Arinto ou Sémillon.
Mas se os Colheita Tardia brancos são poucos comuns, então os tintos são uma autêntica raridade…
Pois a Quinta da Alorna resolveu inovar e, depois do sucesso do branco, lançou este ano a primeira versão tinta do seu Colheita Tardia. Produzido a partir de uvas da casta Tinta Miúda e com um estágio de 4 meses em barricas de carvalho francês usadas, o Quinta da Alorna Colheita Tardia Tinto 2010 é, tal como os brancos, um vinho doce, para ser bebido fresco; mas tem um nariz e uma boca diferentes, com menos citrinos, menos frutos tropicais e mais frutos vermelhos. E, à semelhança da versão branca, harmoniza muito bem com patés, foie gras, queijo ou chocolate.
Limitado a 2.500 garrafas, já está à venda na Loja da Quinta, em Almeirim.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.