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Chef António Nobre
O medronho é o fruto do medronheiro, uma árvore silvestre comum na paisagem a sul do Tejo, ocupando em especial vastas áreas das Serras do Caldeirão e Monchique.
Muito delicado e sensível, amadurece no Outono, sendo apanhado manualmente entre Setembro e Dezembro em função das condições climatéricas e do grau de maturação, pois só pode ser colhido maduro.
Tradicionalmente é utilizado para a produção de aguardente – a aguardente de medronho.
Mas também pode ser comido fresco – tem um sabor agradável, levemente agridoce.
Hoje em dia estão igualmente a ser desenvolvidas novas utilizações para o medronho, como geleias, compotas, doces, chutneys, patês, sumos, chocolates, bolachas, vinagres…
Medronhos frescos
No âmbito do projecto da criação de receitas com recursos silvestres, o chef António Nobre guardou os medronhos para a sobremesa…
… e usou-os sob duas formas distintas, em aguardente e frescos.
Primeiro, incluiu aguardente de medronho na preparação das “Migas Doces de Chocolate com Pão Alentejano”. O que resultou em pleno, pois revelou-se uma sobremesa envolvente e de sabores intensos, em que brilharam os seus três principais ingredientes: chocolate, pão e aguardente. Com a particularidade de a receita do chef referir que deveria ir pelo menos duas horas ao frigorífico antes de servir mas António Nobre ter preferido apresentá-la quente… o que a tornou muito reconfortante!
Depois, o chef utilizou ainda medronhos frescos, não apenas para decoração mas também para acompanhar a sobremesa. O que teve um duplo efeito positivo. Por um lado, a fruta cortou um pouco a doçura existente. E, por outro, puxou pelo sabor a medronho da aguardente. Uma alternativa – talvez menos consensual mas útil para quando não houver medronhos frescos – será harmonizar a sobremesa com aguardente de medronho.
"Migas Doces de Chocolate com Pão Alentejano"
Só é pena ser tão difícil encontrar medronhos frescos à venda!
Ao contrário do que já vai sucedendo com as amoras, as framboesas ou os mirtilos…
DEGUST’AR | Hotel M’AR De AR Aqueduto, Rua Cândido dos Reis, 72, Évora, Portugal | Chef António Nobre
Chef António Nobre
Natural de Beja e responsável pela cozinha do restaurante DEGUST’AR, em Évora, o chef alentejano António Nobre associou-se ao projecto “Rota dos Recursos Silvestres” da ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, tendo criado um conjunto de receitas inéditas e exclusivas com produtos silvestres alentejanos.
Dois produtos silvestres: Cogumelos e Medronhos
As receitas criadas por António Nobre foram:
– Creme de Couve-flor com Salteado de Cogumelos Silvestres;
– Espargos Brancos com Ovos e Pão Alentejano Torrado com Alho;
– Feijão Branco com Bacalhau e Tengarrinhas;
– Filetes de Cação Fritos em Azeite com Migas de Feijão Manteiga e Hortelã-da-Ribeira;
– Lombinho de Porco de Raça Alentejana Recheado com Azeitonas Pisadas, Migas de Poejo com Linguiça e Salada de Laranja;
– Figos da Índia com Queijo Fresco, Mel e Amêndoas;
– Migas Doces de Chocolate com Pão Alentejano; e
– Chá de Poejos nas Brasas com Açúcar Amarelo.
"Migas Doces de Chocolate com Pão Alentejano"
São oito criações que marcam pela originalidade e pela intensidade dos sabores.
Mas também pela forte personalidade e por um notável sentido de terroir – assim que começamos a degustar, percebe-se logo que estamos perante comida alentejana!
Projecto “Rota dos Recursos Silvestres”…
… e os oito concelhos que o integram
Ver também:
DEGUST’AR | Hotel M’AR De AR Aqueduto, Rua Cândido dos Reis, 72, Évora, Portugal | Chef António Nobre
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