Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Magma Verdelho branco 2018
Acaba de chegar dos Açores a colheita de 2018 do fascinante Magma, assinado pelos enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes.
Um Verdelho dos Biscoitos, freguesia do concelho da Praia da Vitória, no lado norte da Ilha Terceira, cujas vinhas crescem em negros solos de lava, perto do oceano, e em curraletas, pequenas parcelas de terreno rodeadas por uns muros de pedra que tentam proteger as videiras do vento, do sal e da água do mar.
Pois bem, perante um cenário tão radical como o da viticultura dos Biscoitos, marcada pela forte influência atlântica e pelo solo de origem vulcânica, o que faz mesmo a diferença nos Vinhos Magma – e torna a suceder neste novo Magma 2018 – é a abordagem seguida por Anselmo Mendes e Diogo Lopes.
Com efeito, por um lado, os enólogos voltam a não entrar no jogo fácil de ir atrás daquilo que a casta não tem ou de tentar compensar aquilo que o terroir não dá – continua, pois, a não haver aqui quaisquer concessões às modernas notas florais ou às frutas tropicais!
Contudo, por outro lado, e não menos importante, também não há aqui o descompensado exacerbar das arestas da mineralidade, da salinidade ou da acidez, só porque o terroir dos Açores e dos Biscoitos o permitiria – de facto, o objetivo dos enólogos também não é fazer um vinho radicalmente mineral ou só salino ou com demasiada acidez!
Não!
Com bastante maturidade, aquilo de que Anselmo Mendes e Diogo Lopes vão em busca é tão-só um grande Verdelho dos Biscoitos!
Um vinho que expresse a casta Verdelho neste terroir atlântico e vulcânico!
Como volta a acontecer com o Magma 2018.
Austero, sério, contido.
Fresco e extremamente mineral.
Salino, profundamente salino.
Saborosíssimo.
Muito equilibrado.
Longo e persistente.
Um vinho, pois, que continua muitíssimo especial!
Único mesmo!
E que chega ao mercado com um PVP de 18 €.
À mesa
Ora, como é óbvio, este novo Magma 2018 é, mais uma vez, um branco extremamente gastronómico! Claro que o vulcânico Verdelho dos Biscoitos está tão delicioso que até pode ser apreciado a solo! Mas toda esta fortíssima mineralidade e salinidade pede claramente comida!
De modo que, aqui em casa, acompanhou maravilhosamente uma tépida salada de bacalhau e algas, plena de notas salinas e iodadas, inspirada na receita do chef Tiago Feio para a coleção “Mar Portuguez [sic] – Conservas de Chef”, que em 2017 era vendida semanalmente com o jornal Público. E que a Marta fez com um lombo de bacalhau demolhado e ultracongelado Riberalves, primeiro cozido e depois envolvido nas algas alface-do-mar e cabelo-de-velha, ambas frescas, e, ainda, na alga kombu, seca e escaldada. Algas às quais juntou chalotas picadas e alcaparras. Tendo depois temperado tudo com azeite. Por fim, salpicou a salada com trigo-sarraceno, previamente tostado em casa – como Tiago Feio gostava de fazer no LEOPOLD, para intensificar a textura crocante e o sabor dos seus pratos – e, ainda, com alface-do-mar, seca e em pó.
Um brinde
Aos Açores!
100% Verdelho dos Biscoitos
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.