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Casa Ferreirinha Touriga-Fêmea Tinto 2016
As principais marcas da histórica Casa Ferreirinha, no Douro, têm uma enorme pujança comercial e são sobejamente conhecidas do grande público – abrangendo, aliás, uma vasta gama de vinhos, que começa nos jovens Esteva e Planalto, passa pelos mais complexos Papa Figos, Vinha Grande e Callabriga, e vai até aos extraordinários Quinta da Leda, Antónia Adelaide Ferreira e Reserva Especial, culminando naturalmente no mítico Barca-Velha.
O que já não é tão conhecido – porém – é o lado experimental da Casa Ferreirinha!
E, em especial, a sua aposta em castas raras e menos comuns, em castas tradicionais da região demarcada do Douro que, com o passar dos anos, foram caindo em desuso.
Aposta essa que em 2008 levou inclusivamente a Casa Ferreirinha a também plantar na Quinta do Seixo variedades antigas como Donzelinho, Tinta Francisca ou Touriga Brasileira.
Mas não só!
Com efeito, a Casa Ferreirinha, para além de aproveitar estas castas menos usuais do Douro para afinar os seus lotes, por vezes, também as utiliza… para fazer vinhos varietais!
Pequenas produções, como é óbvio.
E edições limitadas.
Mas, cada vez mais, disponíveis também para o público em geral.
Por exemplo, da colheita de 2015, saiu o Tinta Francisca.
E agora, da vindima de 2016, também com uvas da Quinta do Seixo, chegou ao mercado, em novembro de 2020, o Touriga-Fêmea.
100% Touriga-Fêmea.
Casta que – apesar de não ter vindo do outro lado do Atlântico – é também conhecida no Douro como Touriga Brasileira.
Explicando o contrarrótulo que a «Touriga-Fêmea é uma casta rara resultante do cruzamento entre Touriga Nacional e Malvasia Fina».
Tão rara, na verdade, que, prossegue o texto, «existem menos de 40 hectares desta casta plantados em Portugal».
Para depois concluir que, «respeitando a tradição das especialidades da Casa Ferreirinha, este é um vinho exclusivo, de qualidade excecional».
Com efeito, de acordo com Luís Sottomayor – enólogo responsável pelos vinhos da Sogrape no Douro, à qual a Casa Ferreirinha pertence desde 1987, e que também assina mais esta nova “especialidade” da Casa Ferrerinha – o «Casa Ferreirinha Touriga-Fêmea é um vinho vivo e elegante, que vem revitalizar uma casta tradicional, mas um pouco esquecida para a maioria dos apreciadores de vinhos do Douro».
«Ainda que menos comum – acrescenta – esta casta traz aos vinhos um caráter intenso e elegante, bem patente neste vinho de 2016».
Sendo esta a nota de prova do enólogo, feita ainda em 2019 – o vinho foi engarrafado em junho desse ano:
«Apresenta cor rubi profunda, um aroma intenso e complexo, com notas de frutos secos, como o figo, a amêndoa e a avelã, notas arbustivas, ligeiros frutos de caroço, frutos vermelhos frescos, com presença de madeira discreta e muito bem integrada. Na boca, tem uma acidez muito viva, que lhe confere intensidade, taninos firmes de boa qualidade e notas arbustivas, frutos vermelhos frescos. O final é longo e elegante.»
Touriga Nacional e Malvasia Fina, as duas castas cujo cruzamento originou a Touriga-Fêmea
Provado em casa
Entretanto, já no passado mês de dezembro de 2020, foi então com enorme expectativa que provámos, em casa, a nossa amostra do Touriga-Fêmea de 2016.
Claro que o ideal seria certamente esperar mais uns anos. Com efeito, apesar de a Casa Ferreirinha referir que «o vinho está pronto a consumir», também acrescenta que, «no entanto, irá beneficiar de um estágio em garrafa entre 5 a 8 anos, mantendo-se no seu melhor por vários anos». E o nosso acabou por estar engarrafado apenas um ano e meio. Mas, se não o abríssemos, não o conseguiríamos provar… E a verdade é que o vinho (embora, como é evidente, precise sempre que lhe dêem um pouco de tempo para respirar) efetivamente – tal como dizia a Casa Ferreirinha – mostra-se, desde já, muito pronto!
De qualquer forma, na nossa prova, o mais fascinante, o que mais ressaltou, foi mesmo verificar que este vinho cumpre integralmente o desígnio da Casa Ferreirinha.
Cumpre – desde logo – o objetivo da Casa Ferreirinha de produzir vinhos Douro DOC de grande qualidade. Como é indiscutivelmente o caso deste Touriga-Fêmea. Um grande vinho do Douro, feito exclusivamente a partir de uma casta que, apesar de menos usual, faz parte do património da região, demonstrando a extraordinária riqueza e diversidade dos terroirs da Casa Ferreirinha. Algo que tem ainda mais valor dada a tradição da região – e da Casa Ferreirinha – ser o vinho de lote e não o monocasta.
Mas não só!
Cumpre também o lema da Casa Ferreirinha de ter «em cada vinho uma história»! Efetivamente, com este Touriga-Fêmea, não se verifica apenas o caso de o vinho ter uma história por trás – que tem. Como também têm, aliás, muitos outros vinhos. Porém, o que mais fascina neste Touriga Fêmea é que – para além de ter essa história por trás – ao provarmos o vinho, sentimos mesmo essa sua história!
A prova confirma a história!
A prova torna a história verosímil!
Ou então, dito de outra forma, a história deste vinho é tão marcante que, ao prová-lo, conseguimos comprová-la.
Conseguimos senti-la.
Conseguimos sentir a origem desta variedade de uvas.
E conseguimos perceber a razão de ser do seu nome.
Efetivamente, ao provar este varietal de Touriga-Fêmea conseguimos perceber a história de esta casta ser o resultado do cruzamento entre a tinta Touriga Nacional e a branca Malvasia Fina. É quase um Touriga Nacional, mas, na verdade, não é bem (não é mesmo) um Touriga Nacional. É menos exuberante, tem menos estrutura, tem menos corpo!
E mais!
Ao provar o vinho, também conseguimos perceber a história do nome da casta, a razão pela qual foram dados a esta casta tinta os nomes de Touriga Brasileira e Touriga-Fêmea – de facto, sente-se que estamos perante uma Touriga… mais suave, mais elegante, mais delicada, mais feminina!
Sendo certo que isto, naturalmente, não resulta apenas da casta – é, acima de tudo, mérito do enólogo Luís Sottomayor e da sua abordagem minimalista, a qual permite que o vinho expresse verdadeiramente a variedade de uva que está na sua origem. Um trabalho que começa na vinha e prossegue na adega. E em que todos os pormenores contam – desde a cuidada seleção dos cachos ao ligeiro esmagamento, passando pela suave maceração e pelo longo estágio de 24 meses em madeira, mas recorrendo a barricas usadas de carvalho francês de 225 litros. Tudo, sempre de modo a que este varietal seja uma expressão da casta e, mais ainda, fazendo jus ao lema da Casa Ferreirinha, seja também uma expressão da própria história da casta! Nomeadamente quanto à sua origem e quanto ao seu nome!
Um vinho raro e fascinante, do qual foram produzidas apenas 1324 garrafas, com o PVP recomendado de 62,50 €.
Casa Ferreirinha Touriga-Fêmea Tinto 2016
Ver também:
Joachim Koerper e Fernando Cunha Guedes, CEO da Sogrape
A apresentação do Reserva Especial 2009 da Casa Ferreirinha decorreu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
Foi num jantar de excelência, conduzido pelos vinhos e que esteve a cargo de Joachim Koerper, o chef alemão que lidera dois restaurantes distinguidos com uma estrela Michelin, o ELEVEN, na capital portuguesa, e o ELEVEN RIO, no Brasil.
PALÁCIO
Palácio Nacional da Ajuda
PÃO E MANTEIGA
Duas variedades de pão: um de trigo, outro de mistura com azeitonas
A manteiga do ELEVEN
ENTRADA
Porto Ferreira Quinta do Porto Tawny 10 Anos
Ferrero Rocher de Foie Gras
PRATO DE PEIXE
Casa Ferreirinha Vinha Grande Branco 2016
Atum Tonato
PRATO DE CARNE
Enólogo Luís Sottomayor apresentou o vinho da noite, o Reserva Especial 2009
Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009
Presa de Porco Preto Alentejano com Aipo, Cogumelos e Batata
PRÉ-SOBREMESA
Porto Ferreira Branco 10 Anos
Nossa Laranjinha
O CHEF E O CEO
Joachim Koerper partilhou a experiência de cozinhar para vinhos tão gastronómicos
Fernando Cunha Guedes, CEO da Sogrape, fez os agradecimentos finais
SOBREMESA E PETITS FOURS
Porto Ferreira Vintage… servido sem indicação do ano, para deixar toda a mesa a tentar descobrir – só no final seria desvendada a data da colheita!
Flexi-Ganache com Marmelo Caramelizado e Gelado de Açafrão
Petits Fours
Porto Ferreira Vintage 1978
O GRANDE DESTAQUE DA NOITE
Casa Ferreirinha Reserva Especial 2009
Ver também:
Enólogo Luís Sottomayor e o Reserva Especial 2009
2009 é ano de Reserva Especial.
Um vinho magnífico!
Desde logo, porque a Casa Ferreirinha primeiro engarrafa-o (após menos de dois anos de envelhecimento em madeira) – aliás, em todo este processo, essa decisão de o engarrafar, que só acontece em anos excecionais e de grande potencial, é a mais difícil de tomar.
Porém, tomada que seja essa decisão de o engarrafar, só depois, bastante mais tarde e em função da evolução em garrafa ao longo de mais de meia década, é que a Casa Ferreirinha finalmente decide se o lança como Barca-Velha ou como Reserva Especial.
Ou seja, noutro produtor, este vinho seria o Barca-Velha do ano de 2009, com o perfil dado por esse ano.
Na Casa Ferreirinha, é Reserva Especial!
Casa Ferreirinha Reserva Especial tinto 2009
Ver também:
Junto ao Rio Douro…
… um rosé, um branco e um tinto da Casa Ferreirinha…
… e ainda um Porto Ferreira…
… todos vinhos da responsabilidade…
… do enólogo Luís Sottomayor!
Num pic-nic...
… na antiga Quinta da Granja...
... junto ao Rio Douro.
A qual é atualmente parte integrante da Quinta da Leda…
… uma das mais emblemáticas quintas da Sogrape no Douro.
Para a história, ficam os quatros vinhos do pic-nic:
Casa Ferreirinha Vinha Grande Rosé 2014
Casa Ferreirinha Planalto Branco Reserva 2014
Casa Ferreirinha Papa Figos Tinto 2013
Porto Ferreira Duque de Bragança 20 Years Old Tawny Porto
Ver também:
O Douro Superior é um festival
Conduzida pelo enólogo Luís Sottomayor...
... o responsável pela equipa de enologia das quintas do Douro da Sogrape...
... a visita à Quinta da Leda...
... começou pela adega...
... construída em 2001.
Sendo possível observar ao longe...
... algumas das vinhas que estão na origem...
... do mítico Barca-Velha.
Já no interior das instalações...
... o enólogo Luís Sottomayor...
... apresentou a notável obra de engenharia que a adega é...
... desenvolvida na vertical, de modo a utilizar a força da gravidade para movimentar as massas vínicas.
Prosseguindo com a visita...
... foi possível atravessar a Quinta da Leda – são mais de 76 hectares de vinha.
E depois parar junto ao Douro...
... para Luís Sottomayor mostrar a modernidade da viticultura da Sogrape...
... usando como exemplo a Vinha do Apeadeiro.
Localizada no Douro Superior...
... a Quinta da Leda é seguramente...
... uma das mais emblemáticas quintas da Ferreira. E da Sogrape.
Ver também:
O Douro Superior é um festival
EXPOCÔA, Vila Nova de Foz Côa
O Festival do Vinho do Douro Superior é uma excelente altura para ir a Foz Côa!
São três dias dedicados a conhecer os vinhos únicos da sub-região mais a montante do Douro, que se estende desde o Cachão da Valeira até à fronteira com Espanha.
Quinta de Ervamoira (Ramos Pinto)
… que teria ficado submersa se a barragem do Côa tivesse avançado
Histórica prova dos 25 Anos do Duas Quintas
João Nicolau de Almeida (Ramos Pinto)
Quinta de Castelo Melhor (Duorum)
O Douro visto da parte de cima da Quinta de Castelo Melhor (Duorum)
José Maria Soares Franco (Duorum)
Quinta da Leda (Sogrape)
Enólogo Luís Sottomayor… e alguns dos talhões utilizados para fazer o Barca-Velha
O Douro visto da Vinha das Lebres (Sogrape)
Pic-nic
Carrinhas de caixa aberta
Fernando Melo conduzindo o colóquio ‘Vinho e Turismo no Douro Superior’… e Filipa Correia apresentando ‘A Quinta de Ervamoira na estratégia da Ramos Pinto’
Provas de vinhos…
… e de queijos
Animação de rua
Francisco Pavão e a prova comentada de azeites do Douro Superior
Luís Antunes e a prova comentada dos Portos LBV do Douro Superior
A 'generala' Joana Pratas levando água para as suas tropas
Ver também:
Almoço na Quinta de Castelo Melhor
Descer a Quinta de Castelo Melhor até ao Douro... com José Maria Soares Franco ao volante
Estação de Castelo Melhor, futuro Hotel Duorum?
A nova adega... do Palato do Côa
Prova comentada de Portos... LBV
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