Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Agosto de 2020 – apesar de tudo, grandes memórias do Algarve
1 – Pandemia. A imagem mais marcante destas nossas três semanas de agosto no Algarve. E deste ano, aliás. Por todo o lado, há máscaras, viseiras, álcool e gel desinfetantes, distanciamento social…
2 – Restaurantes cheios. Para surpresa de muitos, foi outra constante do nosso Algarve de agosto de 2020. Com lotação reduzida, é certo. Mas cheios. Com listas de espera. Com filas à porta. E com a dor de alma de terem que recusar inúmeros clientes.
3 – Equipas desfalcadas. Como os restaurantes, para além de terem sido obrigados a reduzir a capacidade máxima dos estabelecimentos, temiam também uma procura estival bastante mais reduzida e como continuam igualmente com receio de uma segunda vaga e de um novo confinamento, outra nota destes dias de agosto foi termos encontrado as equipas de cozinha e de sala bastante desfalcadas… e cansadas.
4 – Rui Silvestre fortíssimo. Reforçando ainda mais a candidatura à merecidíssima segunda estrela Michelin, a inclusão do nome do chef no nome do restaurante foi mesmo a grande novidade deste ano do VISTAS RUI SILVESTRE, no Monte Rei Golf & Country Club, em frente a Vila Nova de Cacela. Com efeito, ao invés do típico ajuste das propostas ao novo cenário da pandemia, Rui Silvestre optou antes por dar continuidade ao elevado nível apresentado no ano anterior, tendo-se focado em aperfeiçoar ainda mais os dois menus que já vinham de trás, em aprimorar detalhes, em evoluir na técnica. O resultado foi uma ainda melhor e mais fascinante experiência gastronómica em torno da excelência. Sempre com os excelentes vinhos do escanção Nuno Pires, cujo requintado serviço – seu e de toda a sua equipa – é irrepreensível. E, este ano, com a vantagem adicional de o jantar ter decorrido numa mesa... colocada na cozinha! Foi indiscutivelmente a nossa melhor e mais marcante experiência gastronómica deste verão!
5 – Dois dos melhores pratos de sempre de Louis Anjos. No estrelado BON BON, após o desconfinamento, Louis Anjos – acompanhado do seu subchefe Ricardo Luz, atual Chefe Cozinheiro do Ano – deixou cair o menu que tinha apresentado no início de março, ainda antes da chegada da pandemia, e criou um outro menu totalmente novo, o “Apertelência” (isto é, “ousadia” ou “atrevimento”), disponível em 9, 11 ou 14 momentos. Um menu de sabor “mais algarvio”, que nos trouxe dois pratos absolutamente memoráveis! Aliás, dois pratos que entram diretamente para a nossa lista dos melhores pratos de sempre de Louis Anjos! 1) “Uma Noite de Arraial”, elegante e complexa criação à volta dos sabores tradicionais da sardinha, do tomate e do pimento – a qual incluía nomeadamente um parfait verde de ovas de sardinha, de sardinha assada e de pimentos verdes, e, ainda, um aro encarnado de salada montanheira, bem como, à parte, para além do azeite Monterosa, uma broa de milho recheada com tomatada de sardinha. 2) E o “Memórias de Um Cozido de Monchique”, comprovando a excelência dos pratos de carne de Louis Anjos – simultaneamente poderosíssimos de sabor e extremamente leves – e reafirmando a sua tese de que “o Algarve não é só praia” nem é só mar, pelo que também a Serra do Algarve tem lugar à mesa dos restaurantes Michelin e do fine dining!
6 – A sobremesa de mel de Carlos Fernandes. Curiosamente, é também da Serra de Monchique que vem o mel da nova – e extraordinária – sobremesa do chef pasteleiro Carlos Fernandes. A qual agora culmina o principal menu (sem carne, tal como em 2016) do chef João Oliveira no VISTA do Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha, em Portimão, substituindo a emblemática sobremesa de chocolate do ano passado, que tinha no topo uma telha crocante de cacau em forma de peixe. É complexa. Leve. Pouco doce. E até ao momento – a par da versão deste verão da “Claus Porto 1887” de Vítor Matos no ANTIQVVM (com morangos ‘mara des bois’, hibiscos, ruibarbo e lima-kaffir) e, bem assim, da sobremesa de chocolate que a equipa sénior portuguesa apresentou nas olimpíadas de culinária 2020 – foi a nossa melhor sobremesa deste ano!
7 – A confirmação de Rui Sequeira. O segundo verão do ALAMEDA – restaurante inaugurado no centro de Faro em dezembro de 2018 (e que visitámos pela primeira vez há um ano, após termos conhecido o trabalho do chef num prometedor jantar em Lisboa no início de 2018) – trouxe-nos a confirmação da qualidade da cozinha de Rui Sequeira. Agora mais completa. Mais solta do receituário tradicional. Mais focada no produto. E mais complexa. Já não são apenas “os sabores quentes das terras do sul”. Tem também muita frescura, muita acidez, muita leveza. E tem ainda uma enorme maturidade gastronómica. Dois exemplos: 1) No seu novo menu de degustação, o Origami, Rui Sequeira faz questão de ter um momento de queijo, à francesa. Mas é queijo cozinhado! Não é produto, é mesmo cozinha! 2) Apesar do chef do ALAMEDA também aderir à moda de os menus de degustação terem sempre um pastel, um rissol, um croquete ou algo semelhante, Rui Sequeira tem depois também a maturidade de tomar três medidas que atenuam o lado menos estimulante desta onda que alastra pelo fine dining: i) serve-o ‘bitesize’, de modo a ser comido de uma só vez; ii) o que sobressai não é propriamente o croquete, mas sim o que Rui Sequeira lhe coloca no interior (arroz de tomate) e por cima (biqueirão); iii) e, ainda assim, e mais importante, tem a lucidez (e a maturidade, repita-se) de cortar o croquete ao meio – o que é perfeitamente suficiente para dar uma textura crocante ao conjunto – pois, como teve a coragem de dizer, «um croquete inteiro seria muito pão!» Destaque ainda, no ALAMEDA, para as desafiantes escolhas de vinhos do escanção André Ramos, que enriquecem imenso a experiência. Deste modo, não é, pois, de estranhar que esteja para breve o ALAMEDA 2.0!
8 – A novidade de Leandro Araújo. A cozinha de Leandro Araújo no CAFÉZIQUE, junto ao castelo de Loulé, foi a nossa grande descoberta deste verão no Algarve! Criativa. Pensada. Com um grande trabalho de preparação. Deliciosa. Só falta mesmo Leandro Araújo conseguir libertar-se da “armadilha” da “comida para partilhar” e passar a apostar igualmente i) em empratamentos individuais e ii) num menu de degustação, ainda que opcional. Tem cozinha para isso! Cozinha, aliás, à qual depois se junta um ótimo serviço de sala e, ainda, a excelente seleção de vinhos do escanção João Valadas, com referências de todas as sub-regiões portuguesas. Com efeito, o CAFÉZIQUE não é apenas um “restaurante”, é também uma “enoteca”! E até tem uma entusiasmante Mesa do Chef junto à garrafeira!
9 – KUBIDOCE, muito mais do que folares. Os típicos folares de Olhão deram um enorme protagonismo à KUBIDOCE. Com efeito, o chef Filipe Martins faz dois tão diferentes quanto maravilhosos folares – um tradicional, outro com laranja, figo e amêndoa – que conquistam de imediato quem os prove! Porém, a KUBIDOCE, com lojas em Olhão e Vila Real de Santo António, não é só folares! Como padaria que também é, tem igualmente pães de massa mãe – bastante saborosos e com boa acidez. Também tem pastelaria tradicional – as bolas de Berlim e os pastéis de nata têm imensa saída, bem como os croissants, o francês e o do Porto. Tem também pastelaria fina. Tem doces regionais, incluindo os melhores Dom Rodrigo que já provámos! E tem muito mais! Tendo até… iogurtes e gelados caseiros!
10 – Mais bolas. Na praia, o nosso habitual vendedor de bolas de Berlim contou-nos várias vezes que nunca tinha vendido tantas bolas… como este ano!
11 – Pão da GLEBA em Vilamoura. Este ano, foi possível ter o excelente pão da GLEBA, de Diogo Amorim, à venda na MALOCA DA TUTTAPANNA, do chef Anderson Sousa, em Vilamoura! E com imensa variedade!
12 – Noélia. Mais uma vez, a chef Noélia marcou o nosso verão. Este ano, porém, pela ausência. Com efeito, dado a reabertura do seu emblemático restaurante de Cabanas de Tavira ter ocorrido somente no dia 20 de agosto, já não fomos a tempo de fazer um dos nossos programas de verão preferidos. Mas ficámos com mais um motivo para regressar em breve ao Algarve!
A RTP retirou da programação desta semana a série “Mesa Portuguesa... com Estrelas Com Certeza”.
Consistia num conjunto de documentários semanais de meia hora, que nos davam a conhecer cada um dos 26 chefes dos restaurantes portugueses distinguidos com uma e duas estrelas no Guia Michelin de 2019.
O próximo programa seria dedicado a José Avillez, chefe que entretanto acabou de encerrar preventiva e temporariamente o BELCANTO, devido à pandemia do novo coronavírus.
Era o 12.º episódio – gravado o ano passado, como todos os outros.
E a sua transmissão estava prevista para esta quarta-feira, 18 de março, pelas 21h00, na RTP1.
Contudo, foi substituído pelo “Especial Covid-19”.
De qualquer forma, os 11 episódios anteriores, que já tinham sido transmitidos, continuam integralmente disponíveis para visualização no site da RTP:
• Episódio 1 – Louis Anjos – BON BON
• Episódio 2 – Leonel Pereira – SÃO GABRIEL
• Episódio 3 – Henrique Leis – HENRIQUE LEIS
• Episódio 4 – João Oliveira – VISTA
• Episódio 5 – Hans Neuner – OCEAN
• Episódio 6 – Dieter Koschina – VILA JOYA
• Episódio 7 – Sergi Arola – LAB by Sergi Arola
• Episódio 8 – João Rodrigues – FEITORIA
• Episódio 9 – Pedro Almeida – MIDORI
• Episódio 10 – Ricardo Costa – THE YEATMAN
• Episódio 11 – Óscar Gonçalves – G POUSADA
Fotografia: Mesa Portuguesa
Miguel Marques, o vencedor da edição de 2019
A Revolta do Bacalhau é um concurso promovido pelo Recheio Cash & Carry, pelo NSC - Conselho Norueguês da Pesca e pelas Edições do Gosto, com o objetivo de premiar as melhores receitas de bacalhau salgado seco da Noruega.
Já vai na 15.ª edição.
E este ano teve a particularidade de, na categoria dos “Cozinheiros Profissionais”, os três finalistas pertencerem a restaurantes distinguidos pelo Guia Michelin.
O vencedor foi Miguel Marques, da equipa de Ricardo Costa no THE YEATMAN (2** em Gaia) e que já passou pelo VILA JOYA.
Em segundo lugar ficou Jeferson Dias, que integra a brigada de Louis Anjos no BON BON (restaurante com 1* entre Lagoa e o Carvoeiro) após ter passado pelo GRANDE REAL VILLA ITÁLIA.
E em terceiro ficou Pedro Rodrigues, um ex-THE YEATMAN que já tínhamos encontrado aqui e que está atualmente no FIFTY SECONDS MARTÍN BERASATEGUI (novo 1* em Lisboa) cujo chefe executivo é Filipe Carvalho.
Os 3 finalistas: Miguel Marques (1.º), Pedro Rodrigues (3.º) e Jeferson Dias (2.º)
Quanto ao júri, foi novamente presidido pelo chefe Hélio Loureiro.
E composto ainda pelos chefes Hélder Diogo, Joana Duarte (TAPISCO), João Oliveira (VISTA), Rui Silvestre (VISTAS) e Vítor Adão (PLANO).
O júri
Vítor Adão, Hélio Loureiro (presidente), Joana Duarte, Rui Silvestre, João Oliveira, Hélder Diogo
Este ano, a final nacional da Revolta do Bacalhau decorreu no Espaço Espelho d'Água, em Lisboa.
E o formato foi diferente dos das últimas edições.
Todavia manteve-se a sua caraterística mais interessante: a possibilidade, dada a todos aqueles que assistem à final, de provar os pratos de cada um dos três concorrentes da categoria dos “Cozinheiros Profissionais”, antes de, no fim do jantar, o júri anunciar os vencedores.
Com efeito, os finalistas – um de cada vez – começaram por preparar na cozinha os pratos que submeteram à apreciação do júri.
Porém, de seguida, enquanto o júri degustava e deliberava à porta fechada, cada um dos concorrentes veio até à sala – um de cada vez – para uma rápida sessão de showcooking em que finalizou e empratou a versão de degustação do seu prato, que foi depois servida de forma volante.
Sessões essas de cozinha ao vivo que foram uma novidade e que se revelaram muito interessantes.
Mas que ganhariam se fosse dada aos concorrentes a possibilidade de fazerem previamente uma breve apresentação pública do seu prato.
“Bacalhau salgado seco da Noruega escondido na couve-flor” (Miguel Marques, 1.º lugar)
“Bacalhau salgado seco da Noruega em memória de mão de vaca e grão” (Jeferson Dias, 2.º lugar)
“Bacalhau salgado seco da Noruega, do passado ao presente” (Pedro Rodrigues, 3.º lugar)
Degustados na sala, os três pratos estavam todos muito bons – todos eles!
Três grandes pratos de bacalhau!
De tal forma que, pelo que pudemos ver e ouvir, a sala estava divida sobre quem deveria ser o vencedor.
Inclusivamente, depois da degustação e ainda antes do anúncio dos resultados, tivemos oportunidade de perguntar ao presidente do júri, perante estes concretos pratos, qual tinha sido o principal critério de decisão, o que é que tinha feito a diferença para a escolha ter sido a que iria ser anunciada alguns minutos depois.
E a resposta de Hélio Loureiro foi imediata, nem precisou de pensar:
«O sabor!!!»
Porém, a verdade é que todos os pratos tinham imenso sabor!
E, para quem estava na sala a assistir, os três souberam mesmo muito bem!
Pelo que, indiscutivelmente, estes concursos não são apenas uma mera questão técnica, são também uma questão de gosto, de gosto do júri – gosto em sentido amplo, gosto no sentido daquilo que o membro do júri mais valoriza na abordagem que faz a estes pratos.
De qualquer forma, como nos contou Hélio Loureiro, a escolha do júri foi unânime.
Tendo a preferência recaído no “Bacalhau salgado seco da Noruega escondido na couve-flor” de Miguel Marques.
Um prato em que o objetivo do cozinheiro do THE YEATMAN – plenamente atingido, aliás – foi o de demonstrar que “menos é mais”!
Foi o de provar que com apenas três ingredientes é possível fazer um grande prato de bacalhau!
Ou seja, com bacalhau, claro – o bacalhau salgado seco da Noruega é a proteína obrigatória do concurso.
Com couve-flor, a tal onde se escondia o bacalhau, como se dizia no nome do prato. Efetivamente, para além de um bem castanho (e muito saboroso) puré de couve-flor com manteiga noisette, havia também umas finíssimas fatias de couve-flor a cobrir o bacalhau, sobre as quais Miguel Marques ralou no fim amêndoa torrada.
E ainda – terceiro ingrediente – com cebola! Tão discreta que nem sequer do nome do prato consta! E, aliás, à primeira vista nem parecia cebola! Parecia esparguete! Porém, aquela afinal falsa pasta, que estava ao lado do bacalhau e do puré, era mesmo cebola! E estava amarela porque Miguel Marques lhe juntou filamentos de açafrão – que deram cor… e sabor! Tendo no topo zest de limão!
De facto, só por si, isto já era um grande prato de bacalhau!
Porém, certamente para compensar este lado audaz e minimalista da sua receita, Miguel Marques juntou-lhe ainda, à parte, um rissol!
Mas não era um rissol qualquer!
Fazendo a ligação com o prato, tinha um recheio de puré de couve-flor… e ainda de língua e caras de bacalhau!
Ao qual Miguel Marques arriscou – e bem – dar um toque picante, acrescentando-lhe então Tabasco Verde!
Excelente!
“Bacalhau salgado seco da Noruega escondido na couve-flor” (Miguel Marques, 1.º lugar) – versão de degustação
“Bacalhau salgado seco da Noruega em memória de mão de vaca e grão” (Jeferson Dias, 2.º lugar) – versão de degustação
“Bacalhau salgado seco da Noruega, do passado ao presente” (Pedro Rodrigues, 3.º lugar) – versão de degustação
Em segundo lugar ficou o prato de Jeferson Dias, “Bacalhau salgado seco da Noruega em memória de mão de vaca e grão”, com o cozinheiro do BON BON a apostar nos sabores tradicionais – fortes e profundos – e em que a grande surpresa foi ter um toque ligeiramente doce!
E na terceira posição ficou a arrojada criação de Pedro Rodrigues “Bacalhau salgado seco da Noruega, do passado ao presente”.
Arrojada, não apenas em termos de sabores mas também visualmente – era o mais bonito dos três pratos – e, em especial, em termos de texturas.
Tendo-nos feito pensar na muitas vezes subestimada mas sempre decisiva importância da loiça e dos talheres para que a experiência resulte plenamente.
Com efeito, como se vê nas fotografias, tirando a (ótima) língua de bacalhau panada, os acompanhamentos da posta de bacalhau do cozinheiro do FIFTY SECONDS eram cremosos, quase líquidos.
Ora, na versão de degustação, servida num pequeno prato côncavo que mais parecia uma taça, o que sentimos falta foi apenas o não existir uma colher para apanhar todos aqueles saborosíssimos líquidos.
Não sentimos qualquer necessidade de que o conjunto tivesse elementos mais sólidos, apenas gostaríamos de ter tido uma colher, para poder desfrutar do prato como ele merecia.
Porém, não sei como terá sido a experiência do júri.
Mas receio que – para além da questão da colher versus acompanhamentos mais sólidos – a opção do concorrente pela apresentação desta criação ao júri num prato praticamente raso também possa não ter ajudado.
Miguel Marques (1.º lugar)
Jeferson Dias (2.º lugar)
Pedro Rodrigues (3.º lugar)
A Revolta do Bacalhau não é, no entanto, um concurso dedicado somente aos cozinheiros profissionais.
Existem, ainda, mais duas categorias.
Uma é para “Estudantes de Cozinha”.
Na qual triunfou Ruben Cardoso (Dual Qualificação Profissional) com uma “Açorda de bacalhau salgado seco da Noruega aromatizado com dill”.
Em segundo lugar ficou Marcos Sousa (Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve) com “Os grelos de bacalhau salgado seco da Noruega”.
E, em terceiro, Bruna Ferreira (Escola Profissional do Vale do Tejo) com “Bacalhau salgado seco da Noruega e as texturas do mundo”.
Ruben Cardoso (ao centro), vencedor da categoria “Estudantes de Cozinha”, com Marcos Sousa (esq.) e Sérgio Gomes (dta.)
A terceira categoria a concurso – para além da dos cozinheiros profissionais e da dos estudantes de cozinha – é a dos “Restaurantes”.
Com Diploma de Ouro (pontuação acima dos 90 pontos) foram distinguidos BACALHAU & AFINS (Aveiro), BARÃO DE FLADGATE (Gaia), CANTINHO DA SOTA (Coimbra), FERRUGEM (do chef Renato Cunha, Famalicão), GALANTE (Figueira da Foz), GRANADA (São Martinho do Porto), HOTEL DUNA MAR (Monte Gordo), ORIGENS (do chef Gonçalo Queiroz, Évora), SETE (Coimbra) e TSUKIJI (do chef Paulo Morais, Lisboa).
Tendo o grande vencedor sido o GRANADA, do chef Eulitério Afonso, com “Bacalhau salgado seco da Noruega, puré de chícharo, gema confitada e espuma de coentros e lima”.
O Diploma de Prata foi para os restaurantes A ESTRELA DA MÓ (São Miguel de Poiares), ALKIMYA (Covilhã), CAFÉ NICOLA (Figueira da Foz), CASA CHEF VICTOR FELISBERTO (Alferrarede), DOTE CERVEJARIA (Lisboa), MESA REAL (Bussaco), O BUKE (Pampilhosa da Serra), PALATIUM no Pestana Palácio do Freixo (Porto), PALATIVM (São Silvestre), SENSES (Lagos), VERDURE RESTAURANTE (Quinta do Conde), VILLA LAUSANA (Lousã) e XISTO (Louçainha).
Receberam ainda Diploma de Bronze os restaurantes FONTE D’OURO (Valença), LA TERRAZA (Lagos), QUINTA DO PRÍNCIPE (Chaves), RESTAURANTE VESTIGIUM (São Bartolomeu de Galegos) e VAL MOREIRA (Armamar).
GRANADA, em São Martinho do Porto, o vencedor da categoria “Restaurantes”
Por fim, uma referência para os simpáticos prémios atribuídos aos vencedores.
Com efeito, o cozinheiro profissional, o estudante de cozinha e o restaurante mais bem classificado da sua categoria recebeu uma entrada no Congresso dos Cozinheiros 2020, uma assinatura anual da revista INTER Magazine e, ainda, uma estimulante viagem de formação à Noruega, com uma duração mínima de quatro dias, e que inclui transporte, alojamento e alimentação.
Parabéns a todos!
Miguel Marques ganhou uma viagem à Noruega
Ver também:
Se perguntássemos ao Chef João Oliveira quantas estrelas Michelin merece o seu restaurante VISTA, qual seria a resposta?
(fim)
Fotografia: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Chef João Oliveira na nova garrafeira do VISTA
No restaurante VISTA do Hotel Bela Vista, na Praia da Rocha, em Portimão, o início do ano de 2019 ficou marcado pelas obras que trouxeram três novidades de grande impacto.
A nova cozinha, bem maior do que a anterior.
A Mesa do Chef, para duas pessoas, no espaço onde anteriormente existia um elevador.
E ainda uma garrafeira, exclusiva do restaurante e com entrada somente pela própria cozinha.
Tendo o jantar na Mesa do Chef terminado precisamente com uma visita guiada por João Oliveira à nova garrafeira do VISTA, da qual se vê… a Mesa do Chef e a cozinha!
Visita guiada à nova garrafeira…
… com vista para a Mesa do Chef e para a nova cozinha…
… e que se vê da Mesa do Chef do VISTA...
… no Hotel Bela Vista
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Chefe Pasteleiro Carlos Fernandes
Carlos Fernandes, Chefe Pasteleiro do VISTA, assina aquela que é indiscutivelmente uma enorme sobremesa de chocolate.
Enorme mesmo.
Bonita e elegante.
E com um extraordinário impacto visual.
De tal forma que, ao entrarmos no site do VISTA, é este o primeiro prato que aparece!
Sendo, também, uma sobremesa minimalista.
Sem ser, porém, monocórdica.
Na verdade, não é, aliás, uma sobremesa (só) de chocolate.
Nem é uma sobremesa só doce – aqui, para além do salgado, Carlos Fernandes trabalha ainda bastante o sabor amargo!
Utilizando não só o cacau, mas também o café, o caramelo e o cardamomo.
Quatro produtos que o Chef Pasteleiro do VISTA conjuga então em diversas esferas.
Cheias de nuances.
E com um poderoso jogo, não apenas de combinações de sabores e de intensidades de doçura e amargor, mas também de texturas… e ainda de temperaturas!
Com efeito, temos mousse, temos ganache, temos gelado, temos granizado… tudo para se ir descobrindo aos poucos!
Sendo a sobremesa depois finalizada com uma alegórica telha crocante de cacau… em forma de peixe!
Chocolate | café | cardamomo | toffee
Entretanto, o chefe de sala e escanção Luís Pereira Nunes deu a provar o Blackett 10 Anos, um Porto Tawny com imensa frescura.
Blackett 10 Years Port Wine
A seguir, Carlos Fernandes trouxe ainda os três petits fours desta noite.
Um tubo feito de ananás, tendo no topo um gel de manga e outro de maracujá.
Uma tartelete de sabugueiro e mirtilo.
E ainda, em forma de flor, uma bolacha de canela, com compota de limão.
Petits fours
Finalmente, uma recordação do VISTA, para levar para casa.
Dois macarons de grande nível – um de framboesa, outro de limão – que fizeram as delícias do nosso pequeno-almoço, na manhã seguinte.
Macarons
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Na Mesa do Chef, João Oliveira e “As laranjas do Algarve”, icónica pré-sobremesa do VISTA
Os anos vão passando, mas a icónica pré-sobremesa de João Oliveira que celebra a excelência das laranjas do Algarve continua a ser um dos mais emblemáticos momentos do VISTA.
Sendo composto por duas partes.
No centro da mesa, é colocado um vaso com uma laranjeira.
E, à nossa frente, uma taça, já não com compota de laranja, como acontecia na versão original, mas antes com um cremoso flã de laranja, que tem no topo zest igualmente de laranja e ao qual é depois adicionado na mesa sumo de laranja texturizado – a novidade, aliás, é mesmo deste ano e visou dar uma ainda maior frescura e leveza ao conjunto.
É-nos então sugerido que retiremos uma laranja da laranjeira… e que a coloquemos na taça!
Porém, ao contrário da laranjeira – que é verdadeira –, a laranja é falsa!
São quatro texturas de laranja numa falsa laranja!
Com efeito, o exterior é feito de chocolate de laranja!
E depois, no interior, encontramos ainda um gel, uma mousse e também um creme… tudo de laranja!
Fazendo efetivamente deste momento uma grande celebração das laranjas do Algarve!
“As laranjas do Algarve | a nossa pré-sobremesa”
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Chef João Oliveira
Apesar do grande destaque dado no VISTA ao peixe e ao mar, que chegou até a ter um menu exclusivo focado na temática da sustentabilidade, a carne também é forte!
De tal modo que, a seguir ao leitão, veio a vaca!
E em múltiplos registos.
Vazia de Vaca Alentejana Maturada | topinambur | cogumelos | molejas | bordalesa
Vazia de carne de vaca alentejana maturada.
Molejas.
E ainda – por baixo de uma folha crocante feita no VISTA com a gordura da carne e com especiarias – um tártaro, preparado com as aparas!
Havia igualmente um espargo branco.
Cogumelos Cantharellus, por si só e no interior de um pequeno cannolo feito com folhas de espinafre.
E também uma intensa quenelle de tupinambo estufado, com tutano.
Bem como vários apontamentos de um delicioso puré de salsa.
Tendo o prato sido finalizado na mesa, pelo próprio Chef João Oliveira, com um especiado molho de carne de vaca e vinho tinto, ao melhor estilo bordalês!
Mesa do Chef
Entretanto, o chefe de sala e escanção Luís Pereira Nunes deu a provar o suave e elegante Jaen da Quinta de Lemos, no Dão, da colheita de 2011.
Quinta de Lemos Jaen tinto 2011
Antes, já tínhamos assistido, ao vivo e em tempo real, ao modo como o Chef João Oliveira fez os nossos empratamentos!
Chef João Oliveira
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Leitão Bísaro | barriga | alface | queijo S. Jorge | chouriço
O Leitão está na carta do VISTA desde o início, vai fazer cinco anos.
Com efeito, João Oliveira assume-se como um ‘homem do Norte’ e sempre fez questão de que isso se refletisse na sua cozinha.
Servindo o Leitão como momento de afirmação da largura de horizontes do chef.
Ou seja, como demonstração de que a sua cozinha é maior do que a região onde o restaurante se insere.
De modo que, no VISTA, o Leitão é Leitão da Bairrada.
Mas à maneira de João Oliveira!
E em que, inicialmente, o grande destaque era o ovo – um ovo cozinhado a baixa temperatura.
Depois – talvez por achar que um prato tão reconfortante poderia colidir com a sua linha fine dining ou então para acrescentar ao conjunto um fator surpresa – o ovo começou a ficar escondido.
Escondido debaixo das folhas de espinafre.
Ou até da trufa, negra ou de verão.
E o prato tornou-se um clássico do VISTA.
De tal forma que, quando João Oliveira foi à Rota das Estrelas do GUSTO cozinhar com Heinz Beck e Ricardo Costa do THE YEATMAN, foi este o seu principal prato!
Porém, em meados deste ano, tudo mudou!
Ou quase!
Porque na verdade, apesar de à primeira vista não parecer, é exactamente o mesmo prato… embora com outras formas e com outras texturas!
Agora já não vem numa taça.
Nem é para comer à colher!
Surgindo-nos antes um prato raso… com cinco leitões!
Um tem creme de cebola com chouriço e panko.
Outro é uma terrina de alface grelhada com gema de ovo curada e nabo picante.
Um terceiro é uma espécie de terrina de porco feita com as bochechas e as aparas da cabeça.
O branco é aipo assado com queijo da ilha de São Jorge.
E depois, o último, é a própria barriga de leitão, com a pele bem crocante!
Juntando ainda, João Oliveira, dois poderosos molhos.
Um molho de chouriço.
E, também, já na mesa, um molho de queijo de São Jorge.
Sendo muito interessante começar por provar individualmente cada um dos elementos.
E, a seguir, misturar tudo um pouco.
Efetivamente, o todo é superior à mera soma de cada uma das partes; e tem ainda o mérito de nos fazer regressar aos sabores da versão original, quando vinha tudo junto numa taça.
Um prato extraordinário!
E muito belo!
Que agora se chama ‘Leitão Bísaro’.
E que ganhou uma nova vida!
Estando ainda melhor!
Mesa do Chef
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
Chefe Pasteleiro Carlos Fernandes
Da Mesa do Chef vê-se toda a cozinha do VISTA.
E até vemos o Chefe Pasteleiro... a passar com as suas sobremesas!
(continua)
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
Ver também:
VISTA
Hotel Bela Vista, Av. Tomás Cabreira, Praia da Rocha, Portimão, Algarve, Portugal
Chef João Oliveira
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.