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O restaurante SÁLA de João Sá fez um ano e o chef convidou os amigos para uma wine party!
Baías e Enseadas Fernão Pires Reserva Branco 2017, um Fernão Pires com uma acidez extraordinária, produzido por Daniel Afonso em vinhas de chão rijo, à sombra da Serra de Sintra
Tártaro de atum
Baías e Enseadas Castelão Tinto 2017
Ceviche de pargo
Baías e Enseadas Malvasia Reserva Branco 2016
João Sá
Quinta dos Termos Fonte Cal Reserva Branco 2018
Tarte Bulhão Pato, numa mini versão finger food!
Quinta da Silveira Reserva Branco 2013
Pirolitos de lula...
... com maionese de coentrada!
Erro Z 2018, um fresco e seco rosé da Quinta do Mouro
João Sá na cozinha, preparando…
… a enguia fumada...
... com molho barbecue...
… e também servindo em dupla magnum…
… o Ripanço de 2014
Wonton com um poderoso recheio de ouriço-do-mar e com lavagante no topo!
2007 Nikolaihof Riesling Steinriesler, Wachau, Áustria
Todo o sabor da Carne de Porco à Alentejana...
... num mini bao de porco preto e amêijoas, com topping de coentros!
2002 Nikolaihof Riesling Vinothek, Wachau, Áustria
Bacalhau com natas!
Zaga Luz Tinto 2018, da Quinta do Mouro
Bolo lêvedo...
... com maionese de beterraba, pickle de pepino...
...e presa de porco preto!
Segredos, excelente Aragonês de 2015 da Família Horácio Simões
Sopa fria de cherovia…
… com cavala fumada...
...e pérolas de vinagre!
Roseira Tinto 2013, da Quinta do Infantado
Quinta do Infantado Reserva Tinto 2012
Entretanto, Alejandro Chávarro abriu Champagne…
… o Jeaunaux-Robin Eclats de Meulière Extra-Brut, em magnum
João Sá propôs um brinde…
… e, a seguir a cantarmos os Parabéns, apagou a vela!
Que venham muitos mais!
Mais anos de SÁLA... e também mais restaurantes! Sim, que a chef Marlene tinha acabado de nos contar que prevê abrir em janeiro de 2020 o seu novo restaurante em Lisboa, no Terminal de Cruzeiros, o qual irá ter dois espaços distintos, incluindo um fine dining... gastronomicamente mais ambicioso do que o AVENUE!
O bolo dos anos, ao fundo…
… e um parfait de queijo de cabra com pickle de alperce!
Colecção Privada Domingos Soares Franco Moscatel de Setúbal 1998
Quinta do Infantado Porto Vintage 2017
Quinta do Infantado Porto Vintage 1997…
… servido decantado!
Bola de Berlim com creme de presunto!
Cossart Gordon Madeira 5 Anos Bual + Cossart Gordon Madeira 5 Anos Verdelho
Creme quente de lavagante!
Quinta de San Joanne Branco 2001
Muito parabéns, Chef João Sá!
Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha
SÁLA
Rua dos Bacalhoeiros, 103, Lisboa, Portugal
Chef João Sá
Chef pasteleira Nadia Carrasco e Rui Silvestre
No primeiro dia da passagem pelo BON BON do festival gastronómico Rota das Estrelas, os três momentos doces do jantar ficaram por conta dos anfitriões.
O primeiro, foi uma pré-sobremesa cítrica. Com efeito, a uma saborosa granola feita no BON BON, Nadia Carrasco juntou um sorbet de laranja sanguínea, bem como um gel de lima kaffir e outro de lima caviar (citrino de origem australiana, conhecido igualmente como Finger Lime, cujos pequenos gomos são esféricos – os quais, aliás, a chef pasteleira do BON BON também colocou por cima do gel).
Citrinos
Lima Kaffir ou Combava
Lima-Caviar
Pré-Sobremesa
O segundo momento doce da noite foi a sobremesa propriamente dita, que resultou muito bem.
E em que Nadia Carrasco surpreende com a inclusão de… beringela!
À qual junta depois os sabores do caramelo e da noz-pecã.
E ainda um refrescante gel de vinagre de cidra!
Nadia Carrasco dando a provar a Alexandre Silva e João Chambel o gel de vinagre de cidra
Nadia Carrasco dando a provar a Alexandre Silva e João Chambel a beringela
Beringela
Noz-Pecã
Gelado de Noz-Pecã
Beringela, Caramelo, Nozes-Pecãs
Para acompanhar uma sobremesa em que predominavam os sabores caramelizados e a frutos secos, o escanção responsável pela seleção vínica do jantar – João Chambel, da Garrafeira Estado D’Alma – escolheu o elegante e complexo Moscatel Roxo de Setúbal da família Horácio Simões, da colheita de 2010, um licoroso em que sobressaíam as notas de mel e figos.
João Chambel
Horácio Simões, Moscatel Roxo de Setúbal, 2010
Por fim, o derradeiro momento doce da primeira noite da Rota das Estrelas coube às mignardises do BON BON.
Duas trufas de chocolate com o interior líquido – uma de coco, outra de banana.
E ainda chocolate recheado com caramelo e flor de sal.
Mignardises
Ver também:
2016, primeira Rota das Estrelas no BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias, Carvoeiro, Portugal
Chef Rui Silvestre
Rui Silvestre
Raia
A cozinha de Rui Silvestre no BON BON é essencialmente de inspiração atlântica, muito focada na frescura e no sabor do peixe e marisco do Algarve. É essa a base, sobre a qual depois aplica um conjunto alargado de técnicas, em busca de uma abordagem criativa.
O que, aliás, também se pôde confirmar ao ter sido convidado para fazer uma das mais aguardadas demonstrações culinárias da edição deste ano do Peixe em Lisboa – tendo Rui Silvestre cozinhado ao vivo dois novos pratos, o lavagante e o salmonete.
Pelo que, para o jantar do dia 1 da passagem pelo BON BON do evento Rota das Estrelas, que celebra a atribuição das mais ambicionadas distinções do guia Michelin, o chef anfitrião fez questão de apresentar o prato de peixe.
Tendo Rui Silvestre proposto uma composição sedutora e complexa de elevado nível gastronómico, da qual fica em especial na memória a coragem do chef do BON BON para confrontar, de forma bem-sucedida, o delicioso sabor da raia com a profunda intensidade da enguia fumada!
O prato de Rui Silvestre no dia 1 da Rota das Estrelas 2016 no BON BON
Asa de Raia, Enguia e Wasabi
Para acompanhar os sabores fortes da enguia fumada e também do sempre estimulante wasabi, João Chambel – o escanção da Garrafeira Estado D’Alma responsável pela seleção vínica deste jantar – propôs um excelente branco de inverno, que funcionou na perfeição.
O Boal Grande Reserva de 2014 da família Horácio Simões, um D.O. Palmela varietal, com uma ótima acidez e marcado pela barrica onde fermentou, exprimindo o caráter da casta e da vinha velha, bem como do estilo da casa.
João Chambel
Horácio Simões Grande Reserva Boal, branco, 2014
Mas, nesta noite, não se ficou por aqui a incursão de Rui Silvestre pelo peixe do Algarve.
É que a seguir à raia – e antes do prato de carne – chegou à mesa um ‘corta-gosto’ muito especial.
Geralmente a transição de sabores é feita através de um limpa-palato frio, gelado mesmo, e ácido – muitas vezes, cítrico; embora José Avillez, por exemplo, vá antes buscar a acidez à framboesa.
Mas o chef do BON BON resolveu fazer diferente.
E, continuando no peixe, apresentou um ‘tira-gosto’… salgado!
Com efeito, aproveitando o sucesso do ceviche peruano, que agora está por todo o lado, Rui Silvestre fez um ceviche de pescada, do qual, para este guloso e eficaz limpa-palato, trabalhou o leche de tigre, servindo-o com uma florida apresentação.
Flores... e o sabor do 'ceviche'
‘Corta-gosto’
Ver também:
2016, primeira Rota das Estrelas no BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias, Carvoeiro, Portugal
Chef Rui Silvestre
José Avillez
O BAIRRO DO AVILLEZ é o mais recente projeto do chef português.
Sendo para já composto por uma mercearia – desenvolvida em parceria com a MANTEIGARIA SILVA – e por dois espaços distintos de restauração, a TABERNA e o PÁTEO.
Mas ainda estarão para chegar outras surpresas dos becos do BAIRRO…
José Avillez na cozinha aberta da TABERNA do BAIRRO DO AVILLEZ
A TABERNA, logo à entrada do BAIRRO, é o espaço mais informal de José Avillez, onde se pode petiscar ininterruptamente, por ordem de chegada, desde o meio-dia até à meia-noite.
Já o luminoso PÁTEO, no interior do BAIRRO, é um restaurante mais convencional, aberto para almoços e jantares – e que aceita reservas.
José Avillez finalizando o prato de espargos e cogumelos
Pelo que, chegando fora de horas ao BAIRRO, encontramos a TABERNA sempre aberta!
«Estojo de Ferramentas»
Para couvert, pão de trigo e broa de milho, com manteiga dos Açores e azeitonas marinadas.
Couvert
Depois, o ADN de José Avillez nota-se desde logo na circunstância de, mesmo no seu espaço mais acessível, apresentar à carta um conceito típico dos menus de degustação de alta cozinha – os snacks!
De que foram exemplo as pipocas de coirato picantes, que nos trouxeram à memória as que Francisco Magalhães e Joana Xardoné faziam no APICIUS com pimentão!
‘Pipocas’ de coirato picantes
Igualmente da secção dos snacks, um delicioso ‘corneto’ de massa brick com alga nori – como Avillez tinha no MINI BAR – mas em que o chef utiliza o sabor do carapau com que fez furor na edição deste ano do Peixe em Lisboa, aqui numa versão picante, com pickles e maionese fumada!
‘Corneto’ de carapau picante com pickles e maionese fumada
Dos ‘Pequenos Pratos’ da carta, polvo com alho, sobressaindo o sabor intenso e picante do molho kimchi.
Polvo com alho e molho kimchi
A seguir, da secção ‘Acompanhamentos’, provámos a solo um milhos fritos com um pouco de queijo ralado da Ilha de São Jorge que funcionam muito bem como snack… ou até como pré-sobremesa!
Milhos fritos com Queijo da Ilha de São Jorge
Regressando aos ‘Snacks e Petiscos’, um excelente ceviche de tremoços, com malagueta e milho, servido num mini púcaro!
Ceviche de tremoços
Destaque ainda para um pequeno e fabuloso prego do lombo, com um delicioso sabor levemente fumado dado pelo forno Josper e que se desfaz na boca!
Sendo servido em Bolo do Caco, com manteiga de mostarda e creme de alho assado!
E chegando à mesa quentinho – não apenas a carne mas também o pão!
É que, depois de o prego estar pronto, ainda o passam levemente por uma tosteira especial!
Sem dúvida, o melhor prego que já provei na vida!
Prego do lombo
A seguir, o atencioso João Jesus – da Mercearia do BAIRRO DO AVILLEZ, desenvolvida em parceria com a MANTEIGARIA SILVA – apresentou-nos o extraordinário queijo Canada.
João Jesus e o queijo Canada
Com 12 de meses de cura, o Canada é um maravilhoso queijo de vaca artesanal da Ilha de São Jorge, intenso e picante!
Queijo Canada
Destaque ainda para o extremamente intenso queijo de cabra serrana da marca Lusicas, produzido artesanalmente na Serra da Estrela.
O qual apresenta uma forma muito peculiar – como João Jesus disse, parece ‘um fóssil’...!
Queijo de cabra serrana Lusicas
Cada vez que abre um novo espaço, José Avillez gosta de lhe dedicar uma sobremesa original.
Na TABERNA do BAIRRO DO AVILLEZ, decalcando a Avelã ao Cubo do CANTINHO DO AVILLEZ (que também já encontrámos no Peixe em Lisboa e numa versão com esponja no MINI BAR) e o subsequente Chocolate ao Cubo da PIZZARIA LISBOA (revisitado no MINI BAR), José Avillez apresenta variações de caramelo salgado, em diversas texturas e temperaturas – gelado, espuma, bolo e toffee... com topping de pepitas de chocolate, flor de sal e pipocas!
Caramelo salgado
Outra sobremesa da TABERNA é o salame de chocolate, recheado não apenas com bolacha mas também com… pistácio!
Salame de chocolate (1 cm)
Antes do Madeira para as sobremesas, tinha-se provado o elegante e complexo varietal de Boal da família Horácio Simões da colheita de 2015, um D.O. Palmela feito a partir de uvas provenientes de uma vinha centenária, tendo fermentado e estagiado 4 meses em barricas de carvalho francês.
Sendo um vinho muito interessante igualmente pelo facto de a variedade Boal, também conhecida por Sémillon, ser pouco trabalhada a solo em Portugal – outro bom exemplo é o Boal da Quinta de Cidrô, produzido em altitude no Douro pela Real Companhia Velha.
Horácio Simões Tradição ‘Boal’ branco 2015
Foi o fim da primeira visita à TABERNA do BAIRRO DO AVILLEZ, onde há muito mais descobrir!
O púcaro da conta
À saída, José Avillez… continuava a cozinhar!
José Avillez na cozinha aberta da TABERNA do BAIRRO DO AVILLEZ
Tendo sido igualmente muito gratificante reencontrar não apenas o chef mas também imensas caras conhecidas dos outros projetos de José Avillez – o Paulo, a Sónia, o Francisco, o Nuno…!
Até breve!
A entrada do BAIRRO
Ver também:
No PÁTEO... do BAIRRO DO AVILLEZ
Fotografias: Raul Lufinha e Marta Felino
BAIRRO DO AVILLEZ – TABERNA | Rua Nova da Trindade, 18, Lisboa, Portugal | Chef José Avillez
Vítor Claro
Após obras de restauro, o renovado CLARO reabriu este verão com duas grandes novidades: uma nova garrafeira e uma Mesa do Chefe, ideal para grupos e jantares vínicos.
E também com um nome ainda mais contido – agora é somente o apelido do chefe, sem o ponto de exclamação dos primeiros anos!
O renovado CLARO
À mesa, as novas loiças e os novos atoalhados mantêm o registo intemporal de Vítor Claro.
Que nos recebe com:
- dois ótimos pães, acabados de fazer no restaurante – uma focaccia e um pão de trigo, com a côdea estaladiça;
- uma excelente manteiga de vaca, somente com flor de sal;
- e o refrescante espumante bruto natural da Quinta das Bágeiras de 2014, que Mário Sérgio faz na Bairrada sem qualquer adição de açúcar a partir de Maria Gomes, Bical e Baga.
Pão / Manteiga / Quinta das Bágeiras espumante bruto natural
Começando depois um autêntico desfile de clássicos!
Primeiro, a notável versão do Bacalhau à Conde da Guarda, que já se tornou um símbolo maior da cozinha de Vítor Claro!
Bacalhau à Conde da Guarda
E a seguir o extraordinário raviolo de gambas e cogumelos, que Vítor Claro aprendeu a fazer em Espanha quando estagiou com Santi Santamaria.
Raviolo de gamba e cogumelos ‘Santi Santamaria’
Depois, com o Foxtrot de Vítor Claro…
Vítor Claro / Foxtrot tinto 2014 / Azevia à Delícia
… um prato novo no CLARO, inspirado nos Filetes à Delícia comuns nos restaurantes da Linha do século passado, em que Vítor Claro, num registo de grande elegância, mantém a junção do sabor doce da banana (passada pela frigideira, ou pelo sauté, como os cozinheiros gostam de dizer) com o salgado peixe… substituindo porém as alcaparras por uns mais delicados e levemente ácidos cornichons!
E havendo ainda a surpresa do creme de tupinambo… por baixo do peixe!
Muito bom, uma verdadeira delícia!
Azevia à Delícia
A seguir, com uma amostra do que serão os vinhos do Colmeal…
Colmeal
… um caldo, elemento sempre muito presente na cozinha leve e elegante de Vítor Claro!
Mas de lavagante, intenso e apuradíssimo!
Extremamente aromático!
Provavelmente o melhor caldo que já provámos no CLARO!
«O caldo dos caldos», como lhe chama o Vítor!
Lavagante e caldo essencial
Depois, uma aveludada variante do Bife Wellington em que, desta vez, Vítor Claro utiliza foie gras – aliás, no CLARO também já tínhamos experimentado... com cabrito!
Foie gras Wellington
E a seguir – com o seu Dominó tinto de 2012, vinho com uma frescura fantástica de que já tínhamos provado o 2010 e o 2011 – Vítor Claro apresenta a saborosa costela mendinha grelhada, acompanhada de um molho romesco… sem alho!
Vítor Claro / Dominó tinto 2012 / Costela mendinha e molho romesco
Entretanto, como «limpa-paladares», uma ótima espuma de iogurte com um intenso granizado de manjericão!
«Limpa-paladares»
Para sobremesa, com o Moscatel de Setúbal Horácio Simões de 2014…
Moscatel de Setúbal Horácio Simões 2014
… um excelente queijo de amêndoa, com recheio de maracujá e caramelo – inicialmente era recheado com encharcada, mas para o calor do verão Vítor Claro preferiu uma versão mais leve e mais fresca!
Massapão e maracujá
Foi o fim de mais uma luminosa refeição no CLARO.
Num espaço renovado e intemporal, escondido numa curva do início da Marginal, e onde se está extremamente bem!
Muitos parabéns ao Vítor Claro por manter o registo cada vez mais depurado, minimalista e contido da sua cozinha, com uma personalidade fortíssima e única, sempre em busca da essência!
O que se vê da mesa: a Marginal, o Tejo, o Bugio
Ver também:
Grande menu Restaurant Week no CLARO! (Maio 2012)
Vítor Claro volta a apresentar um Menu de Degustação na Restaurant Week (Outubro 2012)
Natal no CLARO! (Dezembro 2012)
A couve-flor cremosa de Vítor Claro (Dezembro 2013)
Claro que assim a Restaurant Week vale a pena… (Fevereiro 2014)
O menu-dominó de Vítor Claro (Agosto 2014)
CLARO | Hotel Solar Palmeiras, Av. Marginal, Curva dos Pinheiros, Paço d’Arcos, Portugal | Chef Vítor Claro
Bruno Rocha e o tomate do seu mais famoso tártaro
Celebrando o mais emblemático prato da sua primeira carta no FLORES DO BAIRRO do Bairro Alto Hotel – o tártaro de tomate – Bruno Rocha criou um jantar único e irrepetível, composto exclusivamente por tártaros do princípio ao fim da refeição!
E com o correspondente menu vínico, numa estimulante harmonização da responsabilidade de Catarina Stella.
I – Na mesa
Para começar, o elegante Soalheiro Espumante Bruto Alvarinho de 2014, que serviu de aperitivo e acompanhou igualmente o pão de centeio e limão, o pão de trigo e ainda a baguete rústica, bem como a manteiga de ovelha e o dip de tremoço.
II – Para abrir as hostilidades
Tendo o desfile de tártaros começado com um excelente corneto de sésamo com atum, que trazia escondido um gelado de ervilhas e ainda uma maionese de wasabi…
… acompanhado pelo 3B Rosé de Filipa Pato, um espumante extra-bruto de Baga e Bical da Bairrada – daí os três “bês” – embora seja um Beira Atlântico.
III – Vegetal
A seguir, o célebre tártaro vegetal que à vista desarmada parece ser de carne e que esteve na origem deste jantar temático no FLORES DO BAIRRO, com Bruno Rocha a apresentar o tomate de quatro formas diferentes – fresco, seco, confitado e ainda num granizado feito com a água do tomate – mas depois utilizando os temperos típicos dos tártaros de novilho…
… acompanhado de um varietal branco raro em Portugal, o Marsanne Reserva de 2014 da Quinta do Lagar Novo, em Alenquer, com 11 meses de estágio em barrica e mais 9 em garrafa, antes de sair para o mercado. Exuberante no nariz, com muita maçã verde, mas depois contido na boca, com uma excelente acidez e untuosidade. Denotando embora um grande potencial de envelhecimento, foi desde já uma ótima companhia para o tártaro de tomate e orégãos.
IV – Mar
Original, delicioso e bastante colorido estava também o bonito tártaro de carapau dos Açores com cebola roxa e, ainda, com um escabeche de pimentos... amarelos, encarnados e verdes! Um grande momento de mar, em que o salgado contrastava com o sabor intenso da batata-doce roxa, em puré e igualmente num crocante…
… e que foi acompanhado por um Sauvignon Blanc fresco e mineral com 5 meses de barrica, cujas as notas de pimentos também remetiam para o prato – o Ninfa Escolha Sauvignon Blanc de 2014.
V – Terra
Bruno Rocha e as suas famosas cerejas bêbadas…
… que, tal como as intensas flores de aipo, fizeram parte do excelente tártaro de novilho, acompanhado de uma tosta de pão alentejano e de batata frita, sendo finalizado já na mesa com pimenta preta moída…
… e que teve por companhia o Grainha Reserva tinto de 2013 da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, cujo lote é composto por Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca e Tinto Cão, com um estágio de 18 meses em barrica.
VI – Doce
No final da noite Bruno Rocha trouxe à sala um dos segredos do seu tártaro de sobremesa: a melancia, com xarope de hortelã, tinha sido previamente… embalada a vácuo!
Com efeito, o menu de Bruno Rocha dedicado aos tártaros terminou em alta com uma sobremesa extraordinária: um complexo e extremamente refrescante tártaro de melancia! Reminiscência dos seus primeiros tempos no EMO do Tivoli Victoria em Vilamoura, Bruno Rocha trabalhou a suculenta melancia… com chili! Finalizando o prato já na mesa com um guloso caldo de morangos!...
… tendo a sobremesa sido acompanhada pelo Moscatel de Setúbal Família Horácio Simões de 2013.
Foi, pois, um grande jantar de Bruno Rocha!
Dando muito gosto ver um chef sair do seu dia-a-dia… e ter a ousadia de criar menus especiais únicos e irrepetíveis!
Que venham os próximos temáticos!
Fotografias: Raul Lufinha e Marta Felino
FLORES DO BAIRRO | Bairro Alto Hotel, Praça Luís de Camões, 2, Lisboa, Portugal | Chef Bruno Rocha
Manuel Moreira
Na 2.ª edição do “Vinhos no Pátio”, evento produzido pela Essência do Vinho que decorreu em Lisboa no Pátio da Galé, ao Terreiro do Paço…
… o escanção Manuel Moreira conduziu uma prova comentada dedicada ao Moscatel de Setúbal.
Não apenas um dos grandes vinhos generosos portugueses...
... a par de Portos, Madeiras e, em tempos que talvez já não voltem, Carcavelos…
… mas também do mundo!
Manuel Moreira e o Excellent Superior Moscatel Roxo
Aberta ao público mediante inscrição prévia…
… foi num ambiente didático e de conversa informal que Manuel Moreira apresentou a região, as duas principais castas (Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo), o método de vinificação, as diversas designações permitidas pela legislação em vigor e o estilo, jovem ou clássico, do Moscatel de Setúbal.
Tendo-se depois passado à prova de seis vinhos, todos eles extraordinários mas muito distintos entre si, o que, só por si, justifica o quão notável e enriquecedor é este exercício de comparação.
Primeiro, o jovem Moscatel de Setúbal de Paulo Malo, da colheita de 2009.
A seguir, com um perfil completamente diferente, mais potente e volumoso mas com uma boca leve e delicada, o Moscatel de Setúbal da Casa Agrícola Horácio Simões, de 2012.
Ao terceiro vinho, o primeiro Moscatel Roxo. O Bacalhôa Moscatel Roxo Superior do ano de 2002, em que se destacam os aromas fumados, resultantes de um estágio de 8 anos em barricas de whisky, bem como uma acidez vigorosa e uma boa estrutura, para o que terão contribuído as enormes amplitudes térmicas a que o vinho foi sujeito em estufa, as quais terão acelerado todo o processo.
Depois, o Alambre 20 anos da José Maria da Fonseca, um lote 100% Moscatel de Setúbal, feito com 19 colheitas, em que a colheita mais recente tem no mínimo 20 anos e a mais antiga quase 80, resultando num vinho sedutor e complexo, com notas de madeira velha no nariz e uma boca muito poderosa.
O penúltimo vinho foi o Moscatel de Setúbal 30 anos "Edição Especial do Centenário" da adega Venâncio da Costa Lima, da qual foram produzidas 2700 garrafas – muito aveludado e com uma frescura incrível.
Tendo Manuel Moreira escolhido, para encerrar a prova comentada dos Moscatéis de Setúbal, o absolutamente extraordinário Excellent Superior Moscatel Roxo da Casa Agrícola Horácio Simões. Com uma potência, uma intensidade e uma cremosidade inigualáveis, é um vinho feito exclusivamente com a variedade Moscatel Roxo, após estagiar 10 anos em barricas de carvalho francês e a partir somente das melhores barricas dos melhores anos da década de 2000. O nome diz tudo, Excellent mesmo!
Malo Moscatel de Setúbal 2009
Família Horácio Simões Moscatel de Setúbal 2012
Bacalhôa Moscatel Roxo Superior 2002
Alambre 20 anos
Venâncio da Costa Lima Moscatel de Setúbal 30 anos "Edição Especial do Centenário"
Excellent Superior Moscatel Roxo Década 2000
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