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Ana Moura
A criativa cozinha de Ana Moura, escondida numa discreta cave do Torel Palace, continua a ser um dos segredos mais bem guardados da cidade de Lisboa.
Mas certamente por pouco tempo!
Com a forte personalidade de Ana Moura, que não tem medo de arriscar soluções e conjugações altamente improváveis e inusitadas mas que depois resultam maravilhosamente, o CAVE 23 tem tudo para se tornar uma referência... da cozinha de autor da capital!
CAVE 23… na cave do Torel Palace
Para começar, Ana Moura faz chegar à mesa um aperitivo que é uma síntese perfeita da sua cozinha.
O ponto de partida são sempre os produtos e os sabores portugueses – neste caso, o Cozido à Portuguesa – mas depois trabalhados por Ana Moura de forma criativa e não-convencional, a fim de apresentar criações verdadeiramente originais!
Como sucedeu com esta maravilhosa ‘Sopa do Cozido’, um saboroso e apurado caldo que Ana Moura faz como se fosse dashi, realçando o seu intenso sabor umami!
E em que se sente também o sabor da hortelã!
Tendo ainda o pormenor de, sobre uma estaladiça tempura de cebola roxa que atravessa o prato, a chef apresentar três purés cujos sabores estão bem presentes no nosso Cozido à Portuguesa – cebola, cenoura e couve!
A sopa do cozido
A seguir, uma ótima seleção de pães: um de caril e nozes, outro de chouriço e ainda uma gulosa e untuosa focaccia com alecrim, tudo feito no CAVE 23; e ainda um pão rústico de trigo.
Bem como uma seleção de manteigas de grande qualidade: uma clássica, com sal marinho negro; outra de coentros; outra ainda de chouriço; e por fim a surpresa de uma excelente brandade de bacalhau!
Pães…
… e manteigas
Muito bem também o modo como Ana Moura dá a volta ao sabor forte e agressivo da sardinha.
Junta-lhe a textura aveludada do foie gras!
Bem como uma refrescante água de tomate!
Com rebentos de agrião!
E, ainda, com toque ácido e floral da espuma de flor de sabugueiro!
Tendo também Ana Moura a coragem de acrescentar ao conjunto… a cabeça da sardinha!
Completamente limpa, a estaladiça cabeça vem frita em óleo… sendo para comer inteira e de uma só vez!
'SARDINHA, tomate, foie gras, sabugueiro, agrião'
A seguir, em versão de degustação, um saboroso conjunto que, na verdade, é… carne de porco à alentejana!
Sobre um ‘carpaccio de porco’... pó de coentros, redução de limão, azeite de paprica, amêijoas por cima de molho beurre blanc… e papel de batata vitelotte!
Muito bom!
'AMÊIJOA, porco, batata vitelotte, vinho branco, limão, coentros, pimenta'
Outro grande momento foi o carabineiro, ao qual Ana Moura arriscou juntar… tutano!
Com efeito, no prato o marisco vinha servido num saboroso caldo de cerveja preta fumada, com gotas de queijo, arroz crocante e rúcula.
Tendo ainda a frescura do manjericão, que estava igualmente presente no generoso osso fazendo a ponte entre os dois elementos do conjunto e cortando a gordura do sabor intenso do tutano!
Excelente!
'CARABINEIRO, tutano, manjericão, queijo da ilha, arroz vietnamita, levedura de cerveja, rúcula'
Tutano
Carabineiro
Depois, bacalhau… e chocolate picante!
O bacalhau, confitado em azeite, vem escondido sob uma capa de gelatina de milho, polvilhada com pó de pipoca e pó de folha de abacate!
De lado, o crumble de broa... que traz um toque crocante!
E também o fabuloso ‘mole’ (molho) mexicano picante, que Ana Moura faz com chipotle, ancho e guajillo… e ao qual depois junta chocolate!
Extraordinário!
'BACALHAU, chipotle, ancho, guajillo, chocolate, amendoim, milho, pipoca, broa'
A seguir, o prato de pombo que é uma homenagem de Ana Moura... ao multiculturalismo do bairro de Arroios!
Conforme já contámos aqui.
Ana Moura e o Pombo de Arroios
'POMBO, bulgur, zumat, espinafres, sancho, beterraba, nabo, cenoura, fígado, lúcia-lima'
Na transição dos sabores, Ana Moura faz chegar à mesa… fruta!
Melão, com Gimlet – o clássico cocktail de gin e sumo de lima!
E melancia, com o cocktail Tequila Sunrise e maracujá!
É para comer à mão!
E é extremamente refrescante!
Pré-sobremesa
Para sobremesa, um regresso à infância!
Com Ana Moura a revisitar... os sabores do gelado Perna de Pau!
Tal como já falámos aqui.
Ana Moura e o ‘Perna de Pau’
'MORANGO, baunilha de bourbon, chocolate, sésamo, gema, pimenta preta'
Por fim, umas guloseimas.
Com Ana Moura a servir financiers, bolachas de chá, sonhos de anis e... trufas de chocolate!
Mignardises
Ao longo do jantar, bebeu-se primeiro o espumante Blanc de Blancs de Luís Pato, feito com Maria Gomes – casta conhecida fora da Bairrada por Fernão Pires.
E depois o tinto h’OUR de 2011, lote de Vinhas Velhas com Sousão e Touriga Nacional, que João Nápoles e Joana Pratas produzem no Douro, com um estágio de 12 meses em madeira.
Os vinhos do jantar
Foi um grande jantar!
Esperemos que Ana Moura continue sempre com esta garra... e com esta ousadia!
O restaurante de Ana Moura
Fotografias: Raul Lufinha e Marta Felino
CAVE 23 | Torel Palace, Rua Câmara Pestana, 23, Lisboa, Portugal | Chef Ana Moura
Joana Pratas e João Nápoles de Carvalho
Um rosé até nem estava nas prioridades de João Nápoles.
Mas os pedidos do distribuidor algarvio para que este verão a Parceiros Na Criação acrescentasse um vinho rosado ao portefólio h’OUR levaram-no a aceitar o desafio de criar um rosé do Douro – mas sempre com a condição de ser um rosado seco e gastronómico!
E assim foi!
Da colheita de 2015 nasceu o primeiro rosé h’OUR, apenas 757 garrafas de um lote de “Vinhas Velhas” (50%) e Touriga Nacional (50%), sem madeira, que surpreende pela sua estrutura, pelo volume de boca e pela complexidade, tendo uma marcada vocação gastronómica!
Com efeito, é um vinho que pede comida, não é um rosé de piscina!
Sendo claramente uma aposta ganha, que irá ter continuidade nos próximos anos!
h’OUR Rosé 2015
Ver também:
h’OUR, o vinho e o azeite de Joana Pratas e João Nápoles (2013)
Chegou a hora... do h'OUR branco 2013 (2014)
Touriga Nacional, o novo h’OUR dos Parceiros na Criação (2014)
Joana Pratas e João Nápoles de Carvalho
A Parceiros na Criação, produtora de vinhos e azeite do Douro do casal Joana Pratas e João Nápoles de Carvalho…
… lançou o seu primeiro monocasta!
São 900 garrafas de um Touriga Nacional da colheita de 2012…
… feito a partir de uvas provenientes de uma vinha plantada por João Nápoles de Carvalho no ano de 2007 em Barcos, concelho de Tabuaço, a 500 metros de altitude…
… e que estagiou durante 14 meses em barricas de carvalho francês.
h’OUR Touriga Nacional tinto 2012
Ver também:
h’OUR, o vinho e o azeite de Joana Pratas e João Nápoles
Chegou a hora... do h'OUR branco 2013
Já chegou o h'OUR branco da colheita de 2013.
Feito a partir de Vinhas Velhas plantadas a 500 metros de altitude – com predominância de Códega, Rabigato e Viosinho – e de Verdelho, é um DOC Douro... guloso, com frescura e acidez!
h’OUR | Quinta de Montravesso, Barcos, Tabuaço, Douro, Portugal
Joana Pratas e João Nápoles
Há uma nova marca no Douro que promete dar que falar: h’OUR, o vinho e o azeite de quinta do jovem casal Joana Pratas e João Nápoles.
Privilegiando a qualidade e apostando na exportação, a h’OUR entrou este ano no mercado português com três referências produzidas no Douro a partir de vinhas velhas e oliveiras centenárias – um tinto da colheita de 2010, bem como um branco e um azeite ambos de 2012.
h’OUR tinto 2010 e h’OUR branco 2012
As três referências são:
– h’OUR tinto 2010, 3066 garrafas, PVP 9 €: conjuga 80% de uvas de vinhas velhas entre os 35 e 60 anos cultivadas em Barcos (Cima Corgo) e Valdigem (Baixo Corgo) com Touriga Nacional e Sousão, tendo estagiado 12 meses em madeira e apresentando potencial de envelhecimento em garrafa;
– h’OUR branco 2012, 1333 garrafas, PVP 7 €: um DOC Douro feito a partir de vinhas velhas – nas quais se destaca a presença de Códega, Rabigato e Viosinho – e Verdelho (50%), plantadas em altitude (450 a 550 metros); e
– h’OUR Azeite Virgem Extra, 300 garrafas, PVP 5 €: azeite de categoria superior produzido no Douro com azeitonas de oliveiras centenárias e autóctones, onde predominam as variedades Cobrançosa, Madural, Negrinha e Verdeal.
h’OUR branco 2012
h’OUR tinto 2010
h’OUR Azeite Virgem Extra
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
h’OUR | Quinta de Montravesso, Barcos, Tabuaço, Douro, Portugal
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