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Rita Nabeiro e o primeiro topo de gama da atual Adega Mayor: Garrafeira do Comendador 2003
Fazer vinho era um sonho antigo de Rui Nabeiro – um sonho que o Comendador tornou realidade.
Tendo sido agora fascinante provar todos os melhores vinhos desse sonho, todos os topos de gama da Adega Mayor.
Que desde o início e até hoje, no total, foram sete.
Os sete anos em que a Adega Mayor lançou o seu topo de gama: 2003, 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e 2014
Os quais têm em comum serem vinhos de lote em que a casta dominante é a Alicante Bouschet e também o terem estagiado em barricas novas de carvalho francês.
Já o nome, foi evoluindo – começou por ser Garrafeira do Comendador e atualmente é Pai Chão.
A conduzir a prova esteve o enólogo Rui Reguinga, com o apoio do enólogo residente Carlos Rodrigues.
Uma prova conduzida pelo enólogo Rui Reguinga
E a opção foi começar pela colheita mais antiga.
2003. O primeiro Garrafeira do Comendador. Quando ainda não havia sequer Adega Mayor. Um vinho que ganhou o prémio de melhor tinto para a Confraria dos Enófilos do Alentejo – o que, contou Rita Nabeiro, foi na altura um importante estímulo e incentivo para o seu avô prosseguir a aventura de fazer vinho. Teve, tal como nos primeiros anos, a assinatura do enólogo Paulo Laureano. E era um lote de Alicante Bouschet com Aragonez e Trincadeira. Apresentando agora notas intensas de cereja madura e de café. Mas o mais fascinante é mesmo a sua frescura e acidez. Está em grande forma. E sente-se muito a Trincadeira. Um vinho que, mais de uma década e meia depois, dá um enorme prazer beber!
Garrafeira do Comendador 2003
Em 2005, o lote perdeu a casta Aragonez -- foi feito apenas com Alicante Bouschet e Trincadeira. Apresentando-se menos encorpado e também com menor frescura do que o de 2003.
Garrafeira do Comendador 2005
Todo um registo que se manteve no 2007, o último com o nome Garrafeira do Comendador.
Garrafeira do Comendador 2007
Em 2009, o topo de gama da Adega Mayor passa a denominar-se Pai Chão. É também o ano do vinho Siza. E o lote volta a ter três castas: Alicante Bouschet, Trincadeira e Aragonez. Estando, em termos de prova, na linha do 2005 e do 2007, com os quais forma claramente um trio.
Pai Chão 2009
2011 é o primeiro lote a ser feito por Rui Reguinga, que mantém a Alicante Bouschet como casta dominante (80%) mas substitui a segunda variedade, que passa a ser a Touriga Nacional. Um perfil, aliás, que se irá manter nas duas edições seguintes. Sendo o vinho que mais se aproxima do registo do 2003. Embora naturalmente, dado ser mais novo, com mais fruta e com taninos mais vivos. Mas nota-se claramente um corte com os três anteriores e a busca de uma identidade próxima da do primeiro topo de gama da casa.
Pai Chão 2011
2013. A primeira vindima de Rui Reguinga, que tinha começado a colaborar com a Adega Mayor no final de 2012. Ou seja, desta vez, para além de assinar o lote final, Rui Reguinga também já foi responsável pela vinificação. Este é ainda o ano do Entre Tantos, acabado de lançar no jantar de homenagem a Rui Nabeiro de maio de 2019. Estando o Pai Chão muito redondo, muito pronto.
Pai Chão 2013
Depois, logo em 2014 voltou a haver Pai Chão. É o único topo de gama da Adega Mayor de um ano par. E também o único a ser lançado no ano imediatamente a seguir ao anterior. Estando, sem surpresa, mais vivo do que 2013.
Pai Chão 2014
Concluída a viagem, o desfio seguinte de Rui Reguinga foi fazermos o percurso inverso. O que nos permitiu chegar ao superlativo 2003 com a reforçada certeza de que as edições que mais se aproximam do perfil inicial são as três mais recentes, a partir de 2011.
Rui Reguinga e Carlos Rodrigues: conhecer o passado para projetar o futuro
Quanto ao futuro, que é sempre o mais estimulante destas extraordinárias visitas ao passado, dois temas ficam agora em aberto, para reflexão.
Um, é a próxima edição do Pai Chão. Confirmar-se-á que se vai manter o estilo e o perfil atual? E qual será a colheita? Rui Reguinga ainda deixou escapar que talvez seja 2017. Mas, logo de seguida, acresentou, a sorrir, que o lote ainda não está feito...!
O outro tema é o topo de gama branco. Por enquanto, só tem havido topo de gama tinto. Será que no futuro irá mesmo existir um topo de gama branco da Adega Mayor? E qual deverá ser esse perfil? O que deverá ter (e ser) o melhor branco de sempre da Adega Mayor? E será um Pai Chão Branco ou terá outro nome?
Tudo questões muito interessantes, para continuar a acompanhar nos próximos tempos!
Adega Mayor
Herdade das Argamassas, Campo Maior, Alentejo, Portugal
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