Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Rui Silvestre
Raia
A cozinha de Rui Silvestre no BON BON é essencialmente de inspiração atlântica, muito focada na frescura e no sabor do peixe e marisco do Algarve. É essa a base, sobre a qual depois aplica um conjunto alargado de técnicas, em busca de uma abordagem criativa.
O que, aliás, também se pôde confirmar ao ter sido convidado para fazer uma das mais aguardadas demonstrações culinárias da edição deste ano do Peixe em Lisboa – tendo Rui Silvestre cozinhado ao vivo dois novos pratos, o lavagante e o salmonete.
Pelo que, para o jantar do dia 1 da passagem pelo BON BON do evento Rota das Estrelas, que celebra a atribuição das mais ambicionadas distinções do guia Michelin, o chef anfitrião fez questão de apresentar o prato de peixe.
Tendo Rui Silvestre proposto uma composição sedutora e complexa de elevado nível gastronómico, da qual fica em especial na memória a coragem do chef do BON BON para confrontar, de forma bem-sucedida, o delicioso sabor da raia com a profunda intensidade da enguia fumada!
O prato de Rui Silvestre no dia 1 da Rota das Estrelas 2016 no BON BON
Asa de Raia, Enguia e Wasabi
Para acompanhar os sabores fortes da enguia fumada e também do sempre estimulante wasabi, João Chambel – o escanção da Garrafeira Estado D’Alma responsável pela seleção vínica deste jantar – propôs um excelente branco de inverno, que funcionou na perfeição.
O Boal Grande Reserva de 2014 da família Horácio Simões, um D.O. Palmela varietal, com uma ótima acidez e marcado pela barrica onde fermentou, exprimindo o caráter da casta e da vinha velha, bem como do estilo da casa.
João Chambel
Horácio Simões Grande Reserva Boal, branco, 2014
Mas, nesta noite, não se ficou por aqui a incursão de Rui Silvestre pelo peixe do Algarve.
É que a seguir à raia – e antes do prato de carne – chegou à mesa um ‘corta-gosto’ muito especial.
Geralmente a transição de sabores é feita através de um limpa-palato frio, gelado mesmo, e ácido – muitas vezes, cítrico; embora José Avillez, por exemplo, vá antes buscar a acidez à framboesa.
Mas o chef do BON BON resolveu fazer diferente.
E, continuando no peixe, apresentou um ‘tira-gosto’… salgado!
Com efeito, aproveitando o sucesso do ceviche peruano, que agora está por todo o lado, Rui Silvestre fez um ceviche de pescada, do qual, para este guloso e eficaz limpa-palato, trabalhou o leche de tigre, servindo-o com uma florida apresentação.
Flores... e o sabor do 'ceviche'
‘Corta-gosto’
Ver também:
2016, primeira Rota das Estrelas no BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias, Carvoeiro, Portugal
Chef Rui Silvestre
Rui Silvestre
O BON BON, no Carvoeiro…
… foi a grande surpresa do guia Michelin para 2016.
Tendo a sua primeira estrela…
… despertado uma grande curiosidade sobre o trabalho de Rui Silvestre.
O qual, convidado para fazer uma apresentação no Peixe em Lisboa…
… trouxe do Algarve dois pratos do novo menu de degustação.
Rui Silvestre e Filinto Ferreira
Primeiro…
… o lavagante, escalfado de duas formas diferentes, uma mais ligeira do que a outra.
E uma gema de ovo...
... cozinhada a baixa temperatura.
Lavagante, milho, gema de ovo e gengibre
Depois…
… inspirado no famoso prato de Martín Berasategui…
… um salmonete, cozinhado em óleo, com escamas comestíveis.
Acompanhado de três purés – um de pimento assado, outro de nabo e outro ainda de limão confitado…
… e com um jus feito a partir das carcaças assadas dos lavagantes e trabalhado como se fosse um caldo de carne.
Salmonete, lula e pimento "piquillo"
BON BON | Urb. Cabeço de Pias, Carvoeiro, Portugal | Chef Rui Silvestre
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.