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O primeiro livro de Francisco Moreira
Francisco Moreira tem um percurso notável.
«Em 2009 iniciou a carreira profissional, após concluir a formação em cozinha e pastelaria, na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril.
Trabalhou em casas de renome – como o Grande Real Villa Italia Hotel & Spa, Onyria Marinha ou o restaurante Tavares Rico* – e integrou, em 2012, a equipa de pasteleiros liderada por Joaquim de Sousa no hotel The Oitavos, em Cascais.
Um ano mais tarde, mudou-se para a Fortaleza do Guincho*, sob a alçada do chef Vincent Farges, onde chegou a responsável de pastelaria, e, em 2015, aliou-se de novo a Aimé Barroyer (ex-Tavares) para chefiar a pastelaria do Grupo Olivier.
Em abril de 2016 conquistou o primeiro prémio no concurso ADN Pasteleiro e rumou para Tenerife, para chefiar a pastelaria do restaurante M.B.**, do chef espanhol Martín Berasategui.
De momento, encontra-se a exercer funções de chef na Chocolate Academy Centre da Barry Callebaut, na Bélgica.
Em 2019, estreou-se como apresentador do programa Doces do Ofício, no 24Kitchen Portugal, programa que estreia agora a sua segunda temporada.»
Sendo precisamente todas as receitas dessa primeira temporada do Doces do Ofício que Francisco Moreira acaba agora de reunir em livro, numa edição da Casa das Letras.
66 receitas, todas acompanhadas do respetivo vídeo
Uma obra em que – tal como já sucedia na televisão – o jovem chefe pasteleiro e mestre chocolateiro, de apenas 28 anos, procura demonstrar-nos “que não é assim tão difícil fazer doces e receitas de pastelaria, para qualquer ocasião e sempre com um toque diferente.”
Ideia, aliás, que Francisco Moreira também desenvolveu na sessão de lançamento do livro.
Porém, de forma algo paradoxal, Francisco Moreira enquadrou igualmente este livro de receitas “fáceis” no âmbito da valorização da profissão de pasteleiro e da valorização dos chefes de pastelaria – que, como disse alguém, ainda hoje são tantas vezes preteridos das cozinhas dos restaurantes, sendo antes o chefe de cozinha a fazer “sobremesas de cozinheiro”.
Ora, claro que é excelente, para os pasteleiros, um chefe pasteleiro ter um programa na televisão, ainda por cima dedicado exclusivamente à pastelaria! Claro que é excelente, para os pasteleiros, um chefe pasteleiro lançar um livro com as suas receitas!
Contudo, o discurso de que a pastelaria é fácil – e de que é possível tornar fácil a boa pastelaria – não é bom para os pasteleiros, não valoriza os pasteleiros!
Pode ser ótimo para vender programas de televisão, para vender livros e até para vender este pasteleiro – mas não é bom para vender os pasteleiros!
Se a pastelaria fosse mesmo assim tão fácil – que até qualquer um a conseguisse fazer com sofisticação em casa – então afinal os pasteleiros já não seriam assim tão necessários…
Sendo aliás precisamente por tantos chefes de cozinha (e donos de restaurantes e diretores de hotéis) também pensarem que fazer pastelaria é fácil e que qualquer um consegue “dar uns toques” – afinal, “é só seguir a receita!” – que depois, como foi dito, não há tantos pasteleiros nas cozinhas como deveria haver. Efetivamente, o que valoriza os pasteleiros não são as receitas fáceis que qualquer cozinheiro amador consegue reproduzir em casa, são as receitas difíceis e complexas que nem um chefe de cozinha profissional consegue fazer no seu restaurante – tendo, portanto, que contratar para tal um pasteleiro!
De facto, a pastelaria é difícil.
A boa pastelaria – no fundo, a boa cozinha – é muito difícil.
E já nem estamos a falar da enorme dificuldade de trabalhar o chocolate, um produto extremamente caprichoso – na verdade, nem todos os pasteleiros são chocolatiers.
De modo que – como o extraordinário percurso de Francisco Moreira o demonstra – não são as receitas fáceis que valorizam os chefes pasteleiros, são as difíceis!
Muito parabéns, pois, ao Francisco Moreira!
E ficamos a aguardar a concretização do sonho da abertura da sua loja de chocolates e de pastelaria de autor!
Lançamento do “Doces do Ofício”, n’A Sociedade, em Lisboa: Marta Ramires (Casa das Letras), Fátima Moura, que apresentou o livro, Francisco Moreira e Catarina Barradas (24Kitchen)
Cláudio Pontes
Dando seguimento ao projeto “Portugal de Norte a Sul” do restaurante TERRAÇO do Tivoli Lisboa, com organização de Fátima Moura…
… chegou a vez dos Açores!
De 19 a 28 de Fevereiro, ao almoço e ao jantar, o restaurante ANFITEATRO de Ponta Delgada, liderado pelos chefes Sandro Meireles, Pedro Oliveira, Cláudio Pontes e Nuno Santos, está instalado no último piso do clássico hotel da Avenida da Liberdade…
… para apresentar os sabores e os produtos da cozinha tradicional açoriana!
Portugal de Norte a Sul: ANFITEATRO no TERRAÇO
Massa Sovada e Bolo Lêvedo com Manteiga das Flores, Pimenta da Terra e Queijo de Cabra (sobre uma folha de Conteira, que tradicionalmente era usada nos Açores para o embrulhar)
Muito bom, o intenso e característico creme de nabos endémicos da ilha de Santa Maria, servido com espadarte
Assim como os chicharros panados em milho, acompanhados de inhame, de Pimenta da Terra…
… e do refrescante Arinto dos Açores (Curral Atlantis, Arinto dos Açores, branco, 2015, DO Pico)
Para prato de peixe, o boca negra do mar dos Açores – conhecido no continente como cantaril – com um delicioso e intenso arroz de lapas e açafroa…
… e com o branco Terras de Lava de 2014, vinificado a partir de Arinto dos Açores, Fernão Pires, Generosa, Seara Nova e Rio Grande
Já para a carne, foi escolhido um prato transversal a todas as ilhas e que acompanhou os açorianos na emigração: as famosas Sopas do Espírito Santo…
… harmonizadas com o Tinto Vulcânico de 2014, que o enólogo António Maçanita faz precisamente nos solos vulcânicos da ilha do Pico
O prato de queijos dos Açores incluiu o queijo da ilha de São Miguel, o queijo da ilha do Pico e o queijo Morro curado…
… mas é também possível apreciar o extraordinário queijo da ilha de São Jorge com uma cura mínima de dois anos!
Nos doces, destaque para um saboroso pudim de feijão – que antigamente era a sobremesa dos pobres – com sorbet de maracujá…
… acompanhados do Czar de 2009, um vinho licoroso feito no solo de lava da ilha do Pico a partir da sobrematuração de uvas das castas Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantês do Pico, com um estágio de quatro anos em cascos de carvalho francês
Por fim, uma Queijada de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel…
… para acompanhar o chá verde dos Açores
Tendo sido uma excelente viagem pelas nove ilhas dos Açores, preparada no Tivoli Lisboa pelas equipas do ANFITEATRO e do TERRAÇO
Ver também:
TERRAÇO | Hotel Tivoli Lisboa, Av. da Liberdade, 185, Lisboa, Portugal
Restaurante ANFITEATRO em versão pop-up
Os restaurantes temporários são uma moda que veio para ficar!
Agora é o açoriano ANFITEATRO, de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel…
… que vai atravessar o Atlântico para abrir uma versão pop-up no TERRAÇO do Tivoli Lisboa.
De 19 a 28 de Fevereiro, ao almoço e ao jantar, os chefs Cláudio Pontes (que deixou boas memórias do tempo no AVIZ, aqui e aqui), Sandro Meireles, Pedro Oliveira e Nuno Santos irão trazer à capital…
… os produtos e os sabores tradicionais dos Açores!
TERRAÇO | Hotel Tivoli Lisboa, Av. da Liberdade, 185, Lisboa, Portugal
Rodrigo Castelo
Escolhido para representar o Ribatejo no roteiro gastronómico ‘Portugal de Norte a Sul’ do restaurante TERRAÇO, no Hotel Tivoli Lisboa…
… Rodrigo Castelo trouxe até à capital as especialidades do seu TABERNA Ó BALCÃO, em Santarém.
Tendo a viagem pelos produtos e sabores do Ribatejo…
… começado por um suculento croquete de rabo de toiro…
… a que se seguiu o emblemático torricado de bacalhau, numa deliciosa versão de degustação.
'Croquetes de rabo de toiro' e 'Mini torricados de bacalhau'
Depois, feito na hora…
… um excelente tártaro de peixe (fataça e lúcio-perca) e marisco (lagostim e camarinha) do rio…
… que incluía azeitonas…
…e tinha um ligeiro toque de mel, que lhe suavizava o sabor!
Em cima, um crocante…
… também de camarinha!
'Tártaro de peixe e marisco do rio'
A seguir…
… lombo de fataça, frito num polme muito leve…
… com um intenso puré de pimentos assados e cebola assada.
E um ótimo arroz caldoso de berbigão.
'Lombo de fataça com arroz de berbigão'
Para prato de carne…
… lombeta de novilho…
… um clássico do TABERNA Ó BALCÃO…
… mas numa versão de degustação – em Santarém, Rodrigo Castelo trabalha peças de 500 gramas para partilhar à mesa.
Com um molho saboroso e complexo, em que sobressaía a mostarda…
… e acompanhada de batata-doce, bem frita e estaladiça.
'Lombeta de novilho'
À sobremesa…
… os sabores puros do Ribatejo!
Gelado de melão…
… e uma compota de pimentos!
'Gelado de melão com pimento e sementes de abóbora em crocante'
Por fim…
… para acompanhar o café…
… um pampilho, doce regional de Santarém…
… em miniatura.
'Mini pampilhos'
Tendo sido uma excelente incursão…
… pelos sabores do Ribatejo.
TABERNA Ó BALCÃO no TERRAÇO
A abrir o apetite para se ir a Santarém…
… visitar o TABERNA Ó BALCÃO de Rodrigo Castelo!
Fotografias: Marta Felino / Raul Lufinha
TABERNA Ó BALCÃO | Rua Pedro de Santarém, 73, Santarém, Portugal | Chef Rodrigo Castelo
José Júlio Vintém... de regresso a Portugal
Um ano e meio após fechar o TOMBALOBOS e partir para o Brasil, José Júlio Vintém está de volta a Portugal.
Durante uma semana, de 13 a 21 de Maio, o chef de Portalegre vai apresentar a sua cozinha alentejana no restaurante TERRAÇO do Hotel Tivoli Lisboa, no âmbito da iniciativa “Portugal de Norte a Sul”, coordenada por Fátima Moura…
… e em que estarão presentes produtos de renome da região: o presunto, os enchidos e o azeite de Joaquim Arnaud; os citrinos de Jean-Paul Brigand; a doçaria conventual da doceira Rosária Maria Maroco; e os vinhos da Herdade da Calada, os Caladessa branco e tinto.
Depois, em princípio já no dia 10 de Junho, José Júlio Vintém reabrirá o emblemático TOMBALOBOS… na sua localização original!
O Alentejo de José Júlio Vintém no TERRAÇO do Tivoli Lisboa
Perdiz de escabeche / Peixinhos da horta / Favas com enchidos e morangos
Açorda de bacalhau no forno
Borrego assado prensado com batatinhas novas
Lampreia de amêndoa, da doceira Rosária Maria Maroco
Rebuçados de Portalegre, da doceira Rosária Maria Maroco
TERRAÇO | Hotel Tivoli Lisboa, Av. da Liberdade, 185, Lisboa, Portugal | “Portugal de Norte a Sul – Alentejo”, 13-21 Maio: Chef José Júlio Vintém
Depois da edição portuguesa, saiu agora a versão em inglês do livro “Portugal – O Melhor Peixe do Mundo” de Fátima Moura, jornalista e autora do blog Conversas à Mesa, coordenado por José Bento dos Santos, presidente da Academia Portuguesa de Gastronomia.
Intitulado “Portugal – The Best Fish in the World”, é um excelente presente para oferecer a amigos estrangeiros.
"O que é que podemos fazer em Portugal para preservar a qualidade do nosso peixe?"
"Um dos nossos pontos fortes é o facto de termos uma pesca pouco intrusiva, que permite que o peixe chegue bom ao prato. Não podemos perder este capital. No próprio livro há um guia de peixes portugueses, que tem informação sobre as melhores épocas de cada um. É óbvio que não se deve consumir depois da época da desova, na altura em que os peixes estão menos saborosos, e muito menos na própria altura. Se soubermos valorizar este tipo de factores, já é muito importante."
FÁTIMA MOURA, jornalista e autora do livro "O Melhor Peixe do Mundo", in Time Out Lisboa, 15-21 Fev. 2012
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