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Memorável jantar de Pedro Mendes e Vítor Matos

por Raul Lufinha, em 18.06.20

Pedro Mendes e Vítor Matos

Os chefes Pedro Mendes e Vítor Matos em Vila Viçosa

«Confiança!» – com a reabertura pós-desconfinamento, Pedro Mendes queria, acima de tudo, passar um sinal de «confiança!»

De facto, o chef do Alentejo Marmòris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, percebeu que apenas reabrir não chega.

Efetivamente, as pessoas não vão a um restaurante – e, mais ainda, a um restaurante gastronómico – somente porque ele entretanto já reabriu.

Nestes novos tempos, as pessoas só vão a um restaurante se, desde logo, tiverem confiança nesse mesmo restaurante!

Mais gastronómico

De modo que, para mostrar confiança em vez de medo, Pedro Mendes não foi pelo caminho – seguido por outros chefes e restaurantes – de reduzir a experiência do cliente, nomeadamente encurtando menus ou simplificando pratos…!

Não!

Bem pelo contrário!

Estando em pleno Alentejo e num hotel de 5 estrelas, Pedro Mendes aproveitou, sim, a pandemia para elevar a experiência proporcinada pelo restaurante ao cliente e para vincar ainda mais a vertente gastronómica do NARCISSUS FERNANDESII, Prato Michelin 2020!

Pelo que – dando prioridade aos hóspedes – começou por reforçar a oferta do room service.

Bem como a do bar.

E também a da piscina.

O que lhe permitiu depois, porém, assumir a natureza verdadeiramente gastronómica do restaurante.

E dar o passo seguinte:

Acabar com as opções à carta!

Passando, assim, o restaurante do hotel a disponibilizar somente três menus de degustação:

– Menu do Campo (vegetariano, 5 momentos, 40 €);

– Menu da Vila (5 momentos, 60 €); e

– Menu Alentejano (6 momentos, 80 €).

Aos quais, naturalmente, podem ser adicionadas as correspondentes harmonizações vínicas.

O convite a Vítor Matos

Ora, para assinalar o regresso do restaurante – que reabriu na primeira sexta-feira de junho, dia 5 – Pedro Mendes resolveu igualmente retomar os jantares especiais que têm trazido a Vila Viçosa nomes relevantes da cozinha portuguesa e também do universo vínico. De que foi exemplo, no ano passado, o jantar a seis mãos – a que o Mesa do Chef assistiu – do anfitrião chef do NARCISSUS FERNANDESII com Louis Anjos (BON BON) e Joaquim de Sousa (JNĉQUOI) mais os vinhos de Miguel Louro, da Quinta do Mouro.

Porém, desta vez, este não seria apenas mais um desses sempre tão especiais jantares a várias mãos do Màrmoris.

Este seria igualmente o primeiro jantar especial… pós-desconfinamento!

Daí que, para cozinhar num evento tão simbólico, Pedro Mendes, mais do que um chef, tenha convidado um amigo.

Só mesmo um – ou seja, desta vez prescindiu do habitual formato de convidar uma dupla composta por um chefe de cozinha e um chefe de pastelaria (que habitualmente não trabalhem juntos), mais um produtor de vinho. 

E um amigo que representasse o que foram estes tempos de confinamento provocado pela pandemia.

Ou seja, um amigo cujo distanciamento provocado pela pandemia – paradoxalmente – aproximou ainda mais.

Pelo que a escolha de Pedro Mendes foi... o chef do ANTIQVVM, restaurante no Porto, com uma estrela Michelin – Vítor Matos!

Quanto à data, para dar uma carga ainda mais intensa e simbólica ao jantar, Pedro Mendes resolveu escolher o dia 10 de Junho, o Dia de Portugal.

Cozinhar em casa de um amigo

Igualmente interessante foi a abordagem de Vítor Matos.

Para o chef do ANTIQVVM – que ainda está em modo confinamento, pois o restaurante só irá reabrir em julho – este convite não foi entendido propriamente como mais uma participação num daqueles eventos gastronómicos que vai fazendo ao longo do ano, mas antes muito mais como o ir cozinhar a casa de um amigo… amigo esse que, por acaso, até é cozinheiro e tem um restaurante!

Ou seja, para Vítor Matos, este convite tinha essencialmente uma lógica de amizade e partilha!

De modo que trouxe consigo dois cozinheiros, o Head Chef do ANTIQVVM Hugo Rocha e, ainda, Rodrigo Cardoso.

E apresentou em Vila Viçosa – precisamente por ser o convite de um amigo – nãos uns quaisquer pratos, mas sim três dos mais emblemáticos pratos do ANTIQVVM...!

Entre tantas possibilidades – incluindo o foie gras com enguia fumada ou aquela icónica sobremesa-sabonete que qualquer três estrelas não desdenharia – o chef optou por um trio de clássicos absolutamente indiscutíveis, marcados, como é sempre timbre de Vítor Matos, pela qualidade do produto e pela intensidade de sabor: o carabineiro, o salmonete e o pombo!

No entanto, como, para Vítor Matos, este evento era, acima de tudo, ir cozinhar a casa de um amigo, o chef do ANTIQVVM fez igualmente aquilo que todos nós fazemos quando vamos jantar a casa de um amigo: levou vinho!

E então levou igualmente os vinhos para os seus três pratos!

Todavia, não satisfeito com isso, levou também os vinhos para as duas sobremesas de Pedro Mendes!

Todos eles, cinco vinhos extremamente gastronómicos!

E com a assinatura do próprio chef!

Tendo Vítor Matos tido inclusivamente a preocupação de trazer até ao Alentejo futuros lançamentos!

E também três vinhos da sua própria reserva pessoal!

Registo para a história

Aqui ficando um registo deste histórico jantar de 10 de junho de 2010.

Ainda mais notável, aliás, porque o NARCISSUS FERNANDESII esgotou completamente.

De facto, esta noite comprova que, mesmo após a pandemia, quando a proposta é interessante, as pessoas continuam a aderir ao fine dining.

Daí ser tão importante que se saiba que estas situações existem!

O que não se sabe que existe, é como se não existisse!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Vinha d’Ervideira Espumante Bruto Branco 2016 | Foi com um refrescante espumante alentejano – da Ervideira, de Duarte Leal da Costa, com enologia de Nelson Rolo – que os chefes Pedro Mendes e Vítor Matos abriram o jantar!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

10 de junho de 2020 | O menu a quatro mãos do anfitrião Pedro Mendes (chef do NARCISSUS FERNANDESII, Prato Michelin 2020) e do convidado Vítor Matos (chef do ANTIQVVM, uma estrela Michelin 2020) para o Dia de Portugal, em Vila Viçosa.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Bolota, rã, pimento e farinheira (Chef Pedro Mendes) | “Bolota”! Não por acaso, a primeira palavra do menu era mesmo “bolota”, esse símbolo da cozinha de Pedro Mendes! De tal forma que, nesta entrada de boas-vindas ao Alentejo – servida numa “chapa de mármore” em homenagem a António Alves, o empresário da extração de mármore proprietário do hotel – a própria farinheira alentejana, para além de ser trabalhada com bolota, tinha também a forma de uma… bolota!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Pão e manteiga (Chef Pedro Mendes) | A seleção de pães, que, como habitualmente, inclui (à esquerda) um pão feito com farinha de bolota. E a habitual manteiga de vaca, sempre cremosa, do NARCISSUS FERNANDESII, com flor de sal.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Carabineiro do Algarve, ervilha, bergamota, cantharellus transmontanos e toucinho gordo de porco Alentejano (Chef Vítor Matos) | Mar e terra no primeiro dos três momentos de altíssimo nível de Vítor Matos em Vila Viçosa. Um carabineiro magnífico! Com cantharellus da Serra de Bornes, apanhados de propósito para o chef do ANTIQVVM. E um finíssimo e untuoso toucinho gordo de porco Alentejano. Finalizado com um extraordinário jus das cabeças dos carabineiros, que Vítor Matos prepara igualmente com crustáceos. Sendo este prato um excelente exemplo daquilo que é a cozinha do chef do ANTIQVVM. Produto – sempre produto de extrema qualidade! E sabor – sempre uma enorme intensidade de sabor! Tudo sempre elegantemente conjugado de uma forma equilibrada e harmoniosa!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Natura by Vítor Matos Grande Reserva Branco 2017 | Para o (seu) carabineiro, Vítor Matos trouxe o (igualmente seu) novo Natura, lote de Viosinho e Malvasia Fina com um pouco de Rabigato para dar corpo e untuosidade, já da colheita de 2017, produzido na Quinta de Ventozelo, no Douro, com enologia de José Manuel Sousa Soares. E ainda não lançado no mercado! Contido, seco, volumoso, muito saboroso, muitíssimo gastronómico!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Salmonete, caviar oscietra Alpenkaviar, couve-flor, ouriço-do-mar e codium (Chef Vítor Matos) | Um prato que Vítor Matos apresentou como sendo – pura e simplesmente – “o” seu prato mais emblemático! Já o tem há 10 anos! Naturalmente, com ligeiras alterações, mas, na sua essência, há já 10 anos que é sempre o mesmo prato! Salmonete, com o maravilhoso molho dos seus fígados! Caviar oscietra Alpenkaviar afinado especialmente para o chef do ANTIQVVM, com mais sal e com um estágio mais prolongado, de modo a ficar com uma textura mais mole e gelatinosa, ou seja, menos crocante, e a ficar também com muito mais sabor! Ou, como Vítor Matos gosta de dizer, «um caviar Vintage!» Couve-flor em várias texturas! O sabor iodado do ouriço-do-mar! E ainda o toque das algas marinhas! Um prato que representa tudo aquilo que é a cozinha de Vítor Matos! 1) Produto – não apenas produto de topo e de excelência, mas também vários desses produtos de topo e excelência reunidos na mesma composição! 2) Sabor – sempre uma enorme definição, intensidade e profundidade de sabor! 3) E, claro, Harmonia – há sempre uma enorme harmonia, uma enorme elegância, um enorme equilíbrio, que torna sempre tão especial a vasta complexidade dos pratos de Vítor Matos!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Martelado by Vítor Matos Alvarinho Vinha Velha 2013 Magnum (reserva pessoal) | Para o salmonete, Vítor Matos trouxe o seu gastronómico Alvarinho, já de 2013, da Quinta do Regueiro, na região dos Vinhos Verdes!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Lombo de bacalhau Lugrade, sames de coentrada, línguas e grão (Chef Pedro Mendes) | Grande surpresa de Pedro Mendes! Ninguém diria que, com esta estética tão asséptica e depurada, estaríamos perante um prato… profundamente alentejano! Logo à primeira garfada, só sabia a Alentejo! Era um maravilhoso lombo de bacalhau da Islândia com sames de coentrada, línguas e grão, também em espuma... assim como a surpresa de umas bem crocantes chips de pele de bacalhau! A trazer à memória a açorda de bacalhau – com muitos coentros – que a minha Mãe fazia aos almoços de domingo quando a Avó Antónia nos ia visitar! Só não tínhamos era as chips…!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Mamoré de Borba Talha Branco 2018 | Com o bacalhau e os coentros de Pedro Mendes, um alentejano branco de talha seco e evoluído. Com grande volume de boca. E muito gastronómico!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Pombo, balsâmico centenário, chocolate Melgão 80%, foie gras, milho negro e beterraba (Chef Vítor Matos) | Vítor Matos tem sempre pombo na carta do ANTIQVVM. E fez questão de também o trazer a Vila Viçosa. Tendo-o apresentado num prato muito complexo e sedutor!  Com a surpresa de também ter referências... peruanas! Nomeadamente o milho negro! E também o chocolate! Com efeito, o viciante e saborosíssimo molho, feito à base das carcaças dos pombos, tinha mesmo... chocolate! Usando Vítor Matos o chocolate de António Melgão. Sendo o resultado um prato muito complexo e muito completo, levemente doce e também com imensa acidez! Com o qual Vítor Matos fechou em alta o seu alentejano 10 de junho de 2020!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Band’alhos by Vítor Matos Vinhão-Loureiro 2018 (reserva pessoal) | Mais um vinho muito gastronómico! E que ligou maravilhosamente com o pombo do chef do ANTIQVVM. Tendo Vítor Matos contado que trouxe a Vila Viçosa as suas últimas seis garrafas, de um total de mil e poucas que foram cheias em 2018. Metade Vinhão (casta tinta) e metade Loureiro (casta branca), é um projeto desenvolvido por Vítor Matos e por Tiago Faria, um antigo cozinheiro da sua equipa. Extremamente fresco e com uma excelente acidez! E, ao mesmo tempo, também muito leve, deveras equilibrado e bastante elegante!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Borrego Williams Suffolk, Porto Vintage, bolota, batata, açafrão e trouxa da horta (Chef Pedro Mendes) | Um dos aspetos mais interessantes da junção de pratos de diferentes chefes numa mesma refeição é o confronto de estilos acentuar (e tornar ainda mais nítidas) as características identitárias de cada um deles. Como sucedeu com o minimalista prato de carne do chef do NARCISSUS FERNANDESII – um saborosíssimo borrego da raça Suffolk, dos criadores de ovinos Williams Suffolk, em Sintra – em claro contraste com a complexidade, sempre sublime e harmoniosa, dos múltiplos elementos das criações de Vítor Matos!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Lima Mayer Petit Verdot tinto 2015 | Com o borrego de Pedro Mendes, o balsâmico Petit Verdot alentejano do “terroir” da Quinta de São Sebastião, em Monforte, assinado pelo enólogo Rui Reguinga.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Laranja de Vila Viçosa (Chef Pedro Mendes) | Deliciosa versão da emblemática “Laranjeira de Vila Viçosa”, homenagem de Pedro Mendes à icónica árvore das ruas e praças da “Princesa do Alentejo” através de uma refrescante sobremesa com sete diferentes texturas de laranja, finalizada na mesa com umas gotas de água de flor de laranjeira.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Vítor Matos Dalva Moscatel do Douro Colheita 2003 | Para a cítrica sobremesa de Pedro Mendes, Vítor Matos trouxe o seu poderoso Moscatel do Douro… de 2003! Complexo e envolvente! Com notas de citrinos, mas também de mel, alfazema e jasmim!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Cereja e chocolate (Chef Pedro Mendes) | A leve sobremesa de Pedro Mendes, com cereja e com o chocolate de António Melgão 62%, de São Tomé, que fechou o jantar a quatro mãos com Vítor Matos em Vila Viçosa e que atualmente também fecha o Menu Alentejo, o mais completo dos três menus do NARCISSUS FERNANDESII.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

A abertura do Achado | Mais um vinho da garrafeira pessoal… do chef Vítor Matos!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Achado de Ventozelo & Vítor Matos (reserva pessoal) | Para a cereja e o chocolate da sobremesa final de Pedro Mendes, Vítor Matos trouxe um Porto que “achou” numa das visitas que fez à Quinta de Ventozelo para definir o Natura…! Um guloso Porto 100% Touriga Nacional, com idade indefinida… e sem data de colheita!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Menu assinado | Terminado o jantar, ambos os chefes assinaram o nosso menu deste histórico Dia de Portugal, em Vila Viçosa.

Alentejo Marmòris

Um brinde final | À amizade! E ao regresso da restauração!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

10 de junho de 2020 | As equipas de cozinha e de sala que fizeram deste jantar no Alentejo Marmòris um inspirador momento de celebração da amizade e da união, bem como do regresso da restauração! Ou, como referiu o chef Vítor Matos: «Um evento especial que marca o tempo e a vontade de voltar a Cozinhar! Obrigado Pedro pelo convite! Foi inspirador e motivador! Fica na memória para nunca mais esquecer! Obrigado à equipa da cozinha e sala pelo contributo para uma noite de sucesso! Obrigado Hugo e Rodrigo por me acompanharem!» E uma noite que o chef anfitrião Pedro Mendes resumiu assim: «Verdadeiramente espetacular! Um jantar carregado de simbolismo nesta data tão especial nos tempos que agora vivemos! Um Obrigado sentido a TODOS os que o fizeram possível e aos que infelizmente mostraram vontade de estar presentes sem o poder fazer! Saio com a certeza de que se todos tivermos o espírito de hoje, a recuperação será bem mais rápida!» Efetivamente, foi um jantar memorável! Apesar da pandemia, nem tudo mudou – continua a ser mesmo à mesa que se celebram os grandes momentos!

 

Ver também:

 

Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha

 

NARCISSUS FERNANDESII
Alentejo Marmòris Hotel & Spa, Largo Gago Coutinho, 11, Vila Viçosa, Portugal
Chef Pedro Mendes

 

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publicado às 23:49

Nos bastidores que antecederam o jantar Pedro Mendes & Vítor Matos

por Raul Lufinha, em 13.06.20

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Pedro Mendes e Vítor Matos na cozinha de preparação do NARCISSUS FERNANDESII, no piso inferior do Alentejo Marmòris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, ao início de uma tarde de 10 de junho que culminaria com o jantar a quatro mãos comemorativo do Dia de Portugal!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

O chef do NARCISSUS FERNANDESII (Prato Michelin 2020) e o borrego de raça Suffolk – proveniente dos criadores de ovinos Williams Suffolk, em Sintra – que brilhou no prato de carne de Pedro Mendes!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

A preparação das pernas de rã do momento de boas-vindas ao Alentejo com o qual o chef anfitrião abriu o jantar!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Vítor Matos preparando o pombo, o último dos três emblemáticos pratos do ANTIQVVM (1* Michelin 2020) que o chef trouxe a Vila Viçosa!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Carabineiros do Algarve, para o primeiro momento de Vítor Matos em Vila Viçosa…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… aqui na mão do seu sub-chef Hugo Rocha!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Numa das câmaras frigoríficas da cozinha do Alentejo Marmòris, o chef do ANTIQVVM e os transmontanos cogumelos Cantharellus…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… da Serra de Bornes, que Vítor Matos trouxe ao Alentejo para o prato do carabineiro!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Limão-caviar, maturado pelo próprio chef Vítor Matos durante várias semanas, de modo a ficar com um sabor mais intenso e a ganhar notas caramelizadas!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Vítor Matos e o Caviar Oscietra Alpenkaviar…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… afinado, especialmente para o chef do ANTIQVVM, com mais sal e com um estágio mais prolongado, de modo a ficar com uma textura mais mole e gelatinosa, ou seja, menos crocante, e a ficar também com muito mais sabor!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Os salmonetes... preparados já em Vila Viçosa, da parte da manhã!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

A caixa…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… de alguns dos tesouros de Vítor Matos!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Oxalis ou “trevo-roxo”

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Flores de alho

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Cravo-túnico

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Vítor Matos também trouxe a Vila Viçosa… cinco vinhos seus!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

O Natura by Vítor Matos Grande Reserva Branco 2017 (a lançar em breve) e o Vítor Matos Dalva Moscatel do Douro Colheita 2003 (já no mercado)…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… bem como, da reserva pessoal do chef, o Martelado by Vítor Matos Alvarinho Primitivo Branco 2013 Magnum, o Band'alhos by Vítor Matos Vinhão-Loureiro 2018 e, ainda, um Porto, o Achado de Ventozelo & Vítor Matos, com idade indefinida e sem data de colheita!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Garrafas que ao final da tarde foram, depois, colocadas…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… num dos frigoríficos do piso térreo da cozinha do restaurante

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Manteiga de vaca, com flor de sal

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

O famoso Pão de Bolota que – após ser fatiado – faz parte do serviço de pão do NARCISSUS FERNANDESII…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… e o Pão de Bolota com Chouriço Alentejano, que o chef Pedro Mendes também incluiu na sua entrada de boas-vindas!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Já na sala, os últimos preparativos...

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

... e o chef Vítor Matos acertando a seleção de copos para esta noite!

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

Estando tudo pronto para começar o jantar…

Alentejo Marmòris Hotel & Spa

… com um espumante alentejano da Ervideira!

(continua)

Ver também:

 

Fotografias: Marta Felino e Raul Lufinha

 

NARCISSUS FERNANDESII
Alentejo Marmòris Hotel & Spa, Largo Gago Coutinho, 11, Vila Viçosa, Portugal
Chef Pedro Mendes

 

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publicado às 22:28

Um Branco literalmente de Inverno… construído na vinha

por Raul Lufinha, em 16.02.20

Enólogo Nelson Rolo e Bernardo Leal da Costa com o novo Branco de Inverno da Ervideira

Enólogo Nelson Rolo e Bernardo Leal da Costa com o Branco de Inverno da Ervideira

A Ervideira lançou um branco literalmente de inverno.

Chama-se mesmo assim, “Branco de Inverno”.

É um lote de Antão Vaz (60%) e Viosinho (40%) de 2018.

E efetivamente consiste num daqueles vinhos brancos a que chamamos “de inverno”.

Com estrutura, com volume, encorpado, cremoso, pensado para acompanhar os pratos mais pesados e complexos tão típicos desta época mais fria do ano, inclusivamente os de carne, e, também, para ser bebido a uma temperatura superior, próxima da dos tintos.

Porém, o mais fascinante deste vinho é que essa tal estrutura, esse tal corpo, essa textura, que o faz ser incluído na categoria dos “brancos de inverno”, não foi obtida – como é mais comum – através da madeira.

Não foi obtida através de um prolongado estágio em contacto com madeira.

Tem madeira, sim – mas apenas seis meses, e em barricas de carvalho húngaro de segundo ano.

Isto porque o enólogo Nelson Rolo quis fazer um branco de inverno… que não estivesse demasiado marcado pela madeira!

Que não tivesse excesso de madeira!

Quis fazer um branco de inverno em que, ao contrário do que é habitual, a sua principal caraterística não fosse dada pela adega – pelo tempo que fica na adega a estagiar em madeira – mas pela vinha!

De modo que foi antes por outro caminho.

E criou um branco de inverno literalmente… construído na vinha!

Com efeito, depois de colher as uvas de Viosinho que iriam fazer parte do lote, ou seja, depois de assegurar que o lote iria ter acidez e mineralidade, Nelson Rolo tomou a decisão de não colher logo as uvas de Antão Vaz!

Ou seja – dado que ia ser um vinho de lote e que a acidez do conjunto estava garantida pelo Viosinho – quanto ao Antão Vaz, o enólogo resolveu prescindir da acidez, tendo apostado tudo na sobrematuração!

Ainda para mais, num verão muito quente, como foi o de 2018.

De tal forma que, arriscando ao máximo, estas uvas de Antão Vaz foram as últimas uvas brancas a entrar na adega, já na primeira semana de outubro!

O que fez toda a diferença no resultado final.

Sentindo-se, claramente, o contributo de cada uma das castas.

A acidez muito viva, a frescura, a crocância, a mineralidade – tudo isto é dado pelo Viosinho.

Mas, depois, o Branco de Inverno da Ervideira tem também aquele lado mais tropical do Antão Vaz da Vidigueira explorado até ao limite, aromaticamente muito intenso, com notas de banana, de maracujá, de manga, de ananás, tudo muito maduro e poderoso.

Um vinho, pois, de grandes contrastes – com 13% de álcool e ligando especialmente bem com tudo o que seja salgado, dos enchidos aos queijos e ao bacalhau, passando por pratos como o arroz de marisco ou o risotto de lavagante.

E um branco de inverno inovador, que sai do registo tradicional, mantendo, claramente, a identidade Ervideira.

7000 garrafas, PVP 15 €.

Conde d’Ervideira BRANCO DE INVERNO ‘Escolha do Enólogo’ 2018

Conde d’Ervideira BRANCO DE INVERNO ‘Escolha do Enólogo’ 2018

 

P.S. – Uma adivinha para quem gosta de reparar nos pormenores: na primeira fotografia deste post, em fundo e do lado direito, qual era a palavra que aparecia escrita com os rótulos das garrafas? Começa por “A”…

 

Ver também:

 

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publicado às 00:33

10 anos de Invisível

por Raul Lufinha, em 21.04.19

Duarte Leal da Costa, diretor executivo da ErvideiraDuarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira

 

Seguindo a tradição, a Ervideira voltou a apresentar a 1 de abril a sua nova produção de Invisível.

Mas este foi um ano muito especial!

Com efeito, a colheita de 2018 é já a décima edição (!) deste branco de uvas tintas, da casta Aragonez, que se continua a revelar um extraordinário sucesso comercial, com mais de meio milhão de garrafas vendidas numa década.

De modo que Duarte Leal da Costa, o dinâmico proprietário e diretor executivo da Ervideira, para comprovar a enorme versatilidade e aptidão gastronómica do Invisível, propôs que desta vez o almoço de lançamento da nova edição fosse feito com apenas um copo… e um único vinho!

Do princípio ao fim, só houve mesmo Invisível!

Mas com uma nuance – servido a diferentes temperaturas!

E, tendo em vista aumentar ainda mais o nível de dificuldade do desafio de harmonização, para dar luta ao Invisível resolveu escolher… os pratos fortes do Solar dos Presuntos, em Lisboa!

 

Enólogo Nelson RoloEnólogo Nelson Rolo

 

De modo que, começando logo pelo princípio, o próprio welcome drink foi um copo bem fresco de… Invisível!

O qual, já à mesa, continuou a dar ótima conta de si com os mais diversos géneros de entradas, do queijo ao presunto, passando pela fritura das pataniscas e dos pastéis de bacalhau, pelo polvo, pelas ameijoas e até pelos camarões picantes – de facto, o Invisível não é um vinho só para sushi!

A seguir, já com o Invisível menos frio, chegaram os filetes de peixe-galo – e o blanc de noirs assinado pelo enólogo Nelson Rolo continuou muito bem!

Entretanto, aconteceu o momento mais desconcertante do almoço!

Efetivamente, quando o vinho atingiu a temperatura de serviço dos tintos, chegou um poderoso… cabrito assado no forno!

Tendo sido extremamente interessante ver como este versátil branco obtido a partir da lágrima de uvas tintas se comportou no campeonato dos tintos, ou seja, como reagiu ao desafio de ser servido à temperatura de um tinto para acompanhar um prato que tipicamente pede tinto.

E a resposta a este estimulante exercício, que qualquer um de nós, aliás, pode repetir em casa, foi a de que o Invisível, afinal, não se saiu tão mal quanto se poderia pensar! Claro que um Aragonez de taninos vivos teria tido outros argumentos para dar luta à carne (e até à laranja que acompanhava o cabrito, embora o citrino possa ser também um trunfo a favor dos brancos). De qualquer forma, com a sua exuberância aromática e, em especial, com a sua estrutura, ao ter mais peso do que um convencional branco de uvas brancas, o Invisível saiu-se indiscutivelmente melhor do que um branco fresco. E até tinha um final levemente doce, que cortava a apurada (ou seja, salgada) untuosidade do molho e, ainda, a acidez da laranja. De facto, não são só os brancos de inverno (com estrutura e madeira) que funcionam bem com carnes fortes! Depende do vinho… e da temperatura!

Mas os desafios não terminaram por aqui!

Com o vinho já pelos 20 ºC, chegou aquela que será a sobremesa portuguesa mais difícil de harmonizar (ou, pelo menos, em que as opiniões mais se dividem): o Pudim Abade de Priscos. Mas a verdade é que, com o Invisível servido à temperatura ambiente e “a fazer de licoroso”, a experiência resultou mesmo muito bem – foi um dos melhores pairings do almoço!

Comprovando a enorme versatilidade gastronómica do Invisível… inclusivamente ao longo de toda a refeição e às mais diversas temperaturas!

 

Invisível 2018Invisível 2018

 

Ver também:

 

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publicado às 23:34

Ícones do Alentejo, grandes vinhos de Portugal

por Raul Lufinha, em 16.10.18

Nove ícones do Alentejo

Nove ícones do Alentejo

O terceiro dia do evento “Vinhos do Alentejo em Lisboa”, que decorreu no Centro Cultural de Belém, foi dedicado exclusivamente aos profissionais.

Mas também teve provas comentadas.

Duas, mais concretamente.

E ambas conduzidas por Manuel Moreira.

A primeira das quais dedicada aos vinhos emblemáticos do Alentejo.

Numa escolha, por parte da organização, que naturalmente é sempre muito subjetiva.

Contudo, o objetivo não era propriamente apresentar “os mais” emblemáticos, mas antes apresentar vinhos que, a par naturalmente de outros que aqui não estão (como sucede desde logo com Herdade do Peso Ícone), sejam – e são – emblemáticos.

E que começou logo com o Pêra-Manca – não o superlativo tinto mas o branco, ainda assim um vinho extraordinário. Aliás, foi o único branco da prova. Arinto e Antão Vaz, de 2016. Grande finesse e equilíbrio.

O primeiro dos tintos foi o Reserva de 2015 da Herdade dos Grous. Perfil moderno, num lote em que, para além de Alicante Bouschet e Touriga Nacional, está também presente a frescura e acidez da Tinta Miúda.

Da Adega Mayor, o poderoso Pai Chão Grande Reserva 2014.

A seguir, o Marias da Malhadinha de 2013, da Herdade da Malhadinha Nova, quarta edição de um vinho com estrutura mas muito elegante, sem estar demasiado marcado pelos 28 meses que estagiou em madeira.

Da Herdade do Rocim, o Crónica #328 José Ribeiro Vieira, de 2015, muito encorpado e pleno de fruta.

Conde d’Ervideira Private Selection 2015. Conforme contou Duarte Leal da Costa, “o rótulo é mentiroso – as castas verdadeiras são Alicante Bouschet e Touriga Nacional”. O topo de gama da Ervideira.

Representando a frescura e complexidade do terroir único do Monte da Ravasqueira, o Ravasqueira Premium 2014.

Estremus 2012, a segunda edição do topo de gama de João Portugal Ramos, feito com Alicante Bouschet e Trincadeira plantadas em solo originário de mármore – o vinho que mais brilhou nesta prova. Estando na forja o 2015.

Por fim, do baluarte da casta Alicante Boushcet, o Mouchão 2008.

Nove notáveis vinhos do Alentejo.

E ainda jovens.

Certamente continuarão a evoluir nos próximos anos.

E nas próximas décadas – aliás, foi precisamente esse o tema da prova seguinte: vinhos alentejanos que conseguem envelhecer com nobreza.

Vinhos do Alentejo em Lisboa

Vinhos do Alentejo à prova em Lisboa

 

Ver também:

 

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publicado às 19:12

Invisível, um branco feito com uvas tintas

por Raul Lufinha, em 08.11.15

Nelson Rolo

Nelson Rolo, o enólogo da Ervideira

Estimulante vinho branco alentejano feito na Ervideira pelo enólogo Nelson Rolo a partir de uvas tintas da casta Aragonez…

… o Invisível conjuga a frescura dos brancos…

… com o corpo e a densidade dos tintos!

Invisível

Invisível 2014

Devendo ser servido como os brancos…

… entre os 6 e os 8 ⁰C.

Invisível

Um branco obtido a partir de uvas tintas

Tem um aroma floral...

... sendo fresco na boca, com boa acidez.

E tendo um final levemente adocicado, que o liga muito bem aos sabores fumados…

… e também aos salgados – em especial sushi e marisco…!

 

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