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Simpósio Sangue na Guelra 2018 | A edição deste ano do Simpósio Sangue na Guelra foi dedicado ao ativismo gastronómico e às suas diversas formas.
Ana Músico e Paulo Barata | Os anfitriões.
Francisco Sarmento, representante da FAO em Portugal | Direito Humano a uma Alimentação Adequada. Novas políticas públicas. Comprar local.
Alfredo Sendim, Herdade do Freio do Meio, Alentejo, Portugal | Atitude. Ética. Agroecologia. Agricultura biológica. Éden na Terra.
Bo Songvisava e Dylan Jones, chefs do restaurante BO.LAN, Bangkok, Tailândia | Sustentabilidade. Desperdício zero. Carbono zero.
Alexandra Forbes, co-fundadora do Refettorio Gastromotiva, Rio de Janeiro, Brasil | Contra o desperdício de alimentos, a má nutrição e a exclusão social.
Tiago Ribeiro, Luís Gaspar, Gonçalo Alpalhão | Com o prémio de Chefe Cozinheiro do Ano de 2017, Luís Gaspar já tinha mostrado que não é apenas um cozinheiro de carnes. E agora, para o almoço do Simpósio, o chef da SALA DE CORTE confirmou as melhores expectativas e serviu um tão apurado quanto maravilhoso arroz de corvina e marisco.
Manuel Liebaut e João Alves | Um delicioso ensopado de borrego com ervas aromáticas, um molho à base de kefir feito a partir de leite de cabra e, ainda, malaguetas, foi o prato que Manuel Liebaut (responsável de I+D do LOCO de Alexandre Silva) trouxe ao Simpósio.
Maurício Vale | O chef do SOI trouxe ao Simpósio o exotismo da cozinha asiática, em dois registos diferentes: uma salada tailandesa com noodles de pepino e um excelente escabeche de tâmaras com gelado de cardamomo.
Carlos Fernandes | O chefe pasteleiro, no seu registo agradavelmente pouco doce, apresentou uma elegante e envolvente sobremesa, com apenas dois sabores: morango (fatiado, numa mousse de iogurte e no molho) e camomila (no guloso creme pasteleiro, no biscuit, no crumble e no suspiro).
Alex Atala e Tiago Bonito | O mestre e o antigo estagiário.
Esporão biológico | O Esporão Colheita Tinto de 2015, um vinho produzido a partir de uvas das castas Touriga Franca e Cabernet Sauvignon, cultivadas na Herdade do Esporão segundo as práticas da agricultura biológica.
Bruno Antunes | O sommelier deu a provar a cerveja Estrella Damm.
Rita Sá, Fisheries Officer da WWF em Portugal | Sustentabilidade. Biodiversidade. Vamos comer até ao último peixe?
Douglas McMaster, chef do SILO, Brighton, UK | Desperdício zero. No bin.
Alex Atala, chef do D.O.M., São Paulo, Brasil | Um cozinheiro que se sente com superpoderes quando veste a jaleca. «A relação do homem com o alimento precisa ser revista. Precisamos aproximar o saber do comer, o comer do cozinhar, o cozinhar do produzir, o produzir da natureza; agir em toda a cadeia de valor, com o propósito de fortalecer os territórios a partir de sua biodiversidade, agrodiversidade e sociodiversidade, para garantir alimento bom para todos e para o ambiente.»
O guia Michelin pode continuar sem lhe dar a terceira estrela…
... e a revista Restaurant até pode descê-lo para número dois do mundo.
Mas René Redzepi continua no centro do universo gastronómico.
Agora foi a revista Time a considerá-lo... o chef mais influente da actualidade (!), conjuntamente com David Chang e Alex Atala.
NOMA | Strandgade 93, Copenhaga, Dinamarca | Chef René Redzepi
O chef brasileiro Alex Atala esteve na Amazónia, surgindo na capa da edição de Agosto do Observer Food Monthly com um pirarucu – iguaria amazónica, é o maior peixe de água doce do planeta, atingindo 2 a 3 metros de comprimento e 100 a 200 kg de peso.
D.O.M. | Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo, Brasil | Chef Alex Atala
Doses mais pequenas. É uma das formas de ajustamento à nova realidade – e mais simpática do que o aumento dos preços.
Encerramentos. O agravamento da crise vai acelerar a implacável selecção natural dos melhores projectos – “melhores” não em termos qualitativos mas no sentido de serem os que melhor se conseguem adaptar aos tempos actuais.
Novos projectos. Continuarão a abrir novos restaurantes. É na crise que surgem as grandes oportunidades.
Pop-up. Espaços temporários. Cada vez mais os restaurantes irão atrás das pessoas, acompanhando as suas sucessivas mudanças. Restaurantes de Lisboa no Algarve no Verão; restaurantes do Algarve em Lisboa no Inverno; edições especiais de restaurantes apenas enquanto durem determinados eventos, sejam de moda, música ou desporto. Nestes tempos de incerteza, é o triunfo da mobilidade do restaurante (e já não apenas do chef).
Pão. As sandes são a nova comfort food – de tal forma que já saltaram para o prato dos restaurantes. Sejam de hambúrguer ou de atum, de lombo de vaca ou de creme de marisco, o pão vai bem com tudo, pelo que, mais ou menos elaboradas, as sandes estão para ficar no menu dos restaurantes. Mas o pão por si só está a ganhar igualmente protagonismo – com padarias a abrir um pouco por todo o lado, também nos restaurantes está a aumentar a oferta de pães únicos e diferentes. E ser padeiro é uma profissão de futuro: um bom restaurante já não precisa só de um bom pasteleiro, cada vez mais precisará também de um bom padeiro.
Vinagre. É um dos produtos do futuro. Sendo crescentemente utilizado em escabeches e em pickles, não apenas de legumes mas também de frutas, permitindo conjugar o doce e o ácido. Para além de que é um facilitador da digestão, o que leva a que seja particularmente útil nos menus de degustação. Não é por acaso que a fermentação de alimentos é um dos campos que está a ser mais investigado pelos laboratórios do NOMA de René Redzepi e do MOMOFUKU de David Chang.
Parcerias exclusivas. A procura de experiências únicas vai continuar a levar os restaurantes a fazer parcerias com os fornecedores para disponibilizarem aos clientes produtos exclusivos, que só podem ser consumidos nesse restaurante – seja um lote de vinho, uma cerveja, um pão, um sal, um chocolate…
Influências asiáticas. Continuará a busca do umami e a incorporação de ingredientes e sabores asiáticos.
Influências latino-americanas. Também a incorporação de ingredientes do Novo Mundo será uma constante, com destaque para os cereais, as frutas, as bagas e as sementes dos Andes e da Amazónia.
Biológicos. Devido à autenticidade e intensidade do seu sabor, os produtos de produção biológica serão cada vez mais utilizados nas cozinhas profissionais. E também nas adegas, permitindo fazer vinhos únicos.
Baixa de Lisboa e Porto. Com o aumento do turismo de curta duração, a oferta gastronómica nos centros históricos das cidades continuará a ganhar projecção.
Brasil. Continuará a aumentar o crescente protagonismo da cozinha brasileira a nível mundial – o D.O.M. do mediático chef Alex Atala foi o 4º melhor do mundo em 2012 para a revista Restaurant e já esta semana o Brasil e Minas Gerais são o grande destaque do Madrid Fusión 2013.
Exportação. A necessidade de internacionalização das empresas portuguesas também existe no negócio da restauração. Apesar da tendência mundial de expansão para a Ásia, o Brasil e Angola continuarão a ser os mercados mais óbvios para os restaurantes portugueses.
Solidariedade. Fruto da crise, haverá cada vez mais eventos solidários, para ajudar quem necessita e também para reduzir o desperdício de alimentos.
O que Alex Atala não come de jeito nenhum?
Não gosto de iogurte natural. Até faço uso dele como ingrediente. Mas, se botarem um potinho daqueles de supermercado na minha frente, posso comer, mas com um arrepio, até de falar nele fico ruim. É a única coisa que rejeito. Já usei, uso e usarei, é claro. Prefiro coalhada. Mas uso iogurte quando preciso.
Alex Atala, em entrevista a Cláudio Fragata, revista Gosto
D.O.M. | Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo, Brasil | Chef Alex Atala
Alex Atala: "A minha missão, na cozinha, é ser brasileiro"
Cada vez mais os chefs de cozinha são reconhecidos como símbolos nacionais e representantes da cultura de um povo.
No Brasil, a FIFA considerou o mais prestigiado chef brasileiro Alex Atala como “símbolo máximo de uma manifestação cultural tão marcante do país” e convidou-o para, conjuntamente com a top model Adriana Lima, representar a nação anfitriã e ser assistente do sorteio da Taça das Confederações que irá ser disputada em 2013, um ano antes do Campeonato do Mundo de Futebol.
Em entrevista ao site oficial da FIFA, Alex Atala desenvolve a ideia de representar o seu país:
“A minha missão, na cozinha, é ser brasileiro.
Eu descarto um monte de receitas quando olho, no final, e concluo: não tem nada do Brasil. Não serve. Não entrega meu primeiro compromisso, que é que a pessoa esteja num restaurante, coma e diga: 'Uau, estou no Brasil. Este sabor eu não conhecia em outro lugar'”.
Fotografia: FIFA.com
D.O.M. | Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo, Brasil | Chef Alex Atala
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