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Alex Atala: "A minha missão, na cozinha, é ser brasileiro"
Cada vez mais os chefs de cozinha são reconhecidos como símbolos nacionais e representantes da cultura de um povo.
No Brasil, a FIFA considerou o mais prestigiado chef brasileiro Alex Atala como “símbolo máximo de uma manifestação cultural tão marcante do país” e convidou-o para, conjuntamente com a top model Adriana Lima, representar a nação anfitriã e ser assistente do sorteio da Taça das Confederações que irá ser disputada em 2013, um ano antes do Campeonato do Mundo de Futebol.
Em entrevista ao site oficial da FIFA, Alex Atala desenvolve a ideia de representar o seu país:
“A minha missão, na cozinha, é ser brasileiro.
Eu descarto um monte de receitas quando olho, no final, e concluo: não tem nada do Brasil. Não serve. Não entrega meu primeiro compromisso, que é que a pessoa esteja num restaurante, coma e diga: 'Uau, estou no Brasil. Este sabor eu não conhecia em outro lugar'”.
Fotografia: FIFA.com
D.O.M. | Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo, Brasil | Chef Alex Atala
Sergi Arola no AROLA da Penha Longa Fotografia: BestTables
Em entrevista à Fugas do jornal Público de 23 de Junho de 2012, o chef catalão Sergi Arola (2 ** Michelin no SERGI AROLA GASTRO, em Madrid) desenvolveu um dos seus temas favoritos, o de que gastronomia é cultura:
“Para mim é tão frívolo um romance de Tom Wolfe como um festival gastronómico, com todo o respeito por Tom Wolfe, que gosto muito de ler.
Também não entendo que Leonard Cohen esteja nas páginas de cultura e o último grande restaurante gastronómico venha nas páginas do social. Não entendo. E gosto muito de Leonard Cohen, respeito muito a obra dele.
Desafio qualquer jornalista ou intelectual para um debate sobre a razão pela qual um disco de Bob Dylan é mais intelectual que um menu de Ferran Adrià. É muito mais complexo um menu de Ferran Adrià do que um disco de Bob Dylan… E adoro Dylan e tenho todos os discos dele e considero que depois de [Jack] Kerouac foi quem melhor soube explicar esse movimento que, goste-se ou não, condiciona e muda por completo o que é a cultura ocidental desde meados da década de 1950. Ou seja, se analiso toda a informação sensorial intelectual, cognitiva que está num menu de Ferran Adrià e a que está num disco de Bob Dylan, é evidente que há muito mais informação no primeiro do que no segundo, mais que não seja pela quantidade de sensações que passam por um menu gastronómico.”
AROLA | Penha Longa Hotel, Spa & Golf Resort, Estrada da Lagoa Azul, Sintra, Portugal | Chef Sergi Arola
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