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Casal Sta. Maria Branco 2016 com o Entrecôte, uma harmonização mais refrescante
LA BRASSERIE DE L’ENTRECÔTE é essencialmente um restaurante de prato único – o emblemático e suculento Entrecôte, batatas fritas sempre quentes e um tão complexo quanto apurado molho, que nos dizem ter mais de 18 ingredientes e é um segredo da casa.
Porém, apesar de o prato ser sempre o mesmo, a experiência não tem que ser sempre igual.
Daí a importância do vinho, cujas diversas harmonizações nos permitem levar a refeição por caminhos completamente diferentes.
E mais ainda se for um branco!
De modo que, este verão, a equipa de vinhos da LA BRASSERIE DE L’ENTRECÔTE desafiou o Casal Sta. Maria a apresentar um branco que pudesse reforçar a carta de vinhos das quatro unidades do restaurante – Chiado, Amoreiras, Parque das Nações e Marina de Cascais.
Tendo o produtor de Colares com as vinhas mais ocidentais da Europa continental proposto o Casal Sta. Maria Branco de 2016.
Um vinho de lote, desenhado pela dupla de enólogos Jorge Rosa Santos e António Figueiredo, que junta a mineralidade e frescura da casta Arinto, a untuosidade e corpo da casta Chardonnay e ainda a salinidade da Malvasia de Colares.
Resultando num branco seco, mineral e salino – nada frutado e com boa estrutura – que dá luta à carne e corta a untuosidade do molho.
Proporcionando uma experiência de verão da BRASSERIE muito diferente da que resulta da habitual harmonização do Entrecôte com um tinto – bastante mais refrescante!
Casal Sta. Maria Branco 2016
Chiado, Amoreiras Shopping Center, Parque das Nações e Marina de Cascais
Jacob Jan Boerma 3***
Depois de Heinz Beck e José Avillez, as extravagâncias do Underground Culinary Extravaganza na garagem do Conrad Algarve continuaram com Jacob Jan Boerma.
Tendo o chef do DE LEEST – restaurante com três estrelas Michelin em Vaassen, na Holanda – apresentado uma ostra.
Mas uma ostra muito especial, que permitiu ao chef holandês mostrar, num único momento, cinco características essenciais da sua cozinha:
– O destaque dado aos vegetais, de tal forma que à ostra Jacob Jan Boerma juntou… abóbora (!);
– As influências asiáticas;
– A importância dos sabores cítricos;
– A inclusão das especiarias;
– E o domínio das técnicas clássicas francesas.
Complexa e envolvente, a ostra abriu também o apetite para o que ainda estava para vir – com efeito, nesta noite louca na garagem do Conrad, Jacob Jan Boerma foi depois igualmente responsável... pelo (maravilhoso) prato de carne do jantar (de que aqui ainda iremos falar)!
Oyster with pumpkin, Asian flavours, Kaffir lime, Lemongrass curry and spices
Pelo que, João Chambel não tinha tarefa fácil – Jacob Jan Boerma deixou-lhe uma ostra iodada, mas plena de sabores cítricos, especiados e também doces (da abóbora), tudo envolto numa textura muito cremosa e aveluda.
No entanto, o escanção da Garrafeira Estado D’Alma saiu-se bastante bem!
E, a toda aquela elevada complexidade do excelente prato do chef holandês, o sommelier respondeu com o Malvasia do Casal Sta. Maria, um branco – desde logo – muito floral!
Com efeito, o primeiro impacto do vinho é o aroma a flores, dado pela casta… e que vai ligar muito bem com a diversidade de sabores do prato.
Feito a partir de uvas das vinhas mais ocidentais da Europa continental, plantadas em chão rijo de Colares, é um vinho marcado igualmente por uma acidez muito presente e elegante, mostrando depois o seu lado mais mineral e salino… que funciona tão bem à mesa!
João Chambel e o Casal Sta. Maria Malvasia branco 2014
Ver também:
A extravagância de jantar… na garagem do hotel
Heinz Beck extravagante no Conrad Algarve
Kerkweg 1, Vaassen, Holanda
Chef Jacob Jan Boerma
GUSTO by Heinz Beck
Hotel Conrad Algarve, Estrada da Quinta do Lago, Portugal
Chef Heinz Beck, Chef Residente Daniele Pirillo
Stanley Reserva espumante bruto rosé (Fundação Stanley Ho)
Tem sempre um outro encanto beber Colares… em Colares!
Claro que a Serra de Sintra tem imensos locais míticos – por exemplo, saborear Colares em Seteais é mágico – mas na verdade não há nada como estar no local que deu o nome ao vinho e à região!
Daí que a ‘EPAV – Escola Profissional Alda Brandão de Vasconcelos’, também conhecida como ‘Escola de Hotelaria de Colares’, tenha promovido um jantar vínico com vinho produzido exclusivamente na região de Colares!
De aperitivo, o espumante bruto rosé Stanley Reserva, da Fundação Stanley Ho, feito de Pinot Noir e e Chardonnay…
… e umas entradas volantes: charutos de leitão de Negrais, fofos de polvo, camarões panados com ervas e esferificações de Colares.
'Entradinhas'
Com o salino Colares Chitas branco de 2011, vinho de areia produzido por António Bernardino Paulo da Silva…
… chega à mesa o primeiro prato, pleno de sabores a mar.
Colares Chitas branco 2011 (Adega Beira Mar)
'Camarão com gelificado de citrinos, Consomê do mar e Vieiras'
Pedro Duarte
Depois, notas cítricas e um toque salgado ainda mais intenso no Arenae Malvasia da Adega Regional de Colares…
… que acompanhou o salmonete.
Arenae Malvasia branco 2011 (Adega Regional de Colares)
'Filete de Salmonete sobre mix de legumes baby e batatinha salteada com ervas'
António Martins, chef do Hotel PINHALmar, em Peniche
Passando para os tintos, chegou um Pinot Noir… de Colares!
Proveniente da novíssima colheita de 2012, é produzido pelo Casal Sta. Maria e demonstra as grandes potencialidades da região para também receber castas não-tradicionais…
… tendo o vinho acompanhado o medalhão de novilho…
… e conseguido também dar luta aos aromas cítricos e acídulos da lima e da maçã reineta!
Casal Sta. Maria Pinot Noir tinto 2011 (Casal Sta. Maria)
Casal Sta. Maria Pinot Noir tinto 2012 (Casal Sta. Maria)
'Medalhão de novilho com risoto de maçã reineta e Lima'…
… servido pelos alunos da Escola de Hotelaria de Colares
David Nova
O vinho-sensação da noite foi o Viúva Gomes tinto de 1969.
Apenas com 11% de álcool mas com uma elevada acidez, é feito essencialmente de Ramisco (95%).
E, passados todos estes anos, estava em grande forma!
Acidez e pouco álcool, bem como notas de iodo, de verniz e de madeira velha….
… que ligaram muito bem com o cabrito assado no forno e com os grelos.
Collares Reserva Tinto 1969 (Adega Viúva Gomes)… em garrafas de 650ml!
'Cabrito no forno com migas de grelos e broa de milho'
Nuno Fontes
Na sobremesa, dois produtos locais e mais uma homenagem ao vinho de Colares.
Com a genoise de maçã reineta da região de Sintra...
... a ser acompanhada de uma redução de vinho tinto da casta Ramisco.
As sobremesas
'Genoise de Maçã Reineta com redução de Casta Ramisco'
Hugo Florentino
Tendo a sobremesa sido harmonizada com uma bebida preparada por Tiago Silvestre...
... à base de maçã reineta.
Maçã Reineta & Gin
A fechar o jantar vínico dedicado à região de Colares, uma surpresa do chef pasteleiro Hugo Florentino.
O famoso Pastel de Maçã Reineta da Escola de Hotelaria de Colares que costuma acompanhar o café…
… desta vez tinha uma geleia de vinho tinto de Colares!
'Pastéis de tinto com maçã reineta'
Tendo a noite terminado...
... com a ida à sala de toda a equipa da Escola de Hotelaria de Colares que preparou e serviu o jantar – alunos e professores.
Os alunos… e os professores
Bruno Gaspar
Restaurante SARRAZOLA | Sarrazola House, Quinta da Sarrazola, Colares, Portugal
Chef Luís Baena
Sintra é um destino eno-gastronómico único, que merece ser conhecido – os singulares vinhos de Colares são um caso à parte no panorama vinícola português.
E se há um local perfeito para provar à mesa os gastronómicos vinhos da região, é o histórico cenário do Tivoli Palácio de Seteais…
… onde decorreu precisamente o III Almoço de Colares, para o qual o chef Luís Baena preparou um menu cujos vinhos foram selecionados pelo enólogo Aníbal Coutinho.
Enólogo Aníbal Coutinho
Espumante Stanley Rosé, IG Lisboa, 2009
Três dos vinhos em prova no cocktail
Brancos
Dois vinhos produzidos a partir de Ramisco, a emblemática casta autóctone da região de Colares
Já na sala do Tivoli Palácio de Seteais…
Vieiras grelhadas, chips de cherovia e uma suave maionese de wasabi – harmonizadas com o Casal Sta. Maria Colares branco 2011
Salmonete corado, manteiga de vinho tinto... e um fabuloso arroz cremoso de algas, que Luís Baena prepara com arroz carolino português e que está a fazer furor no novo restaurante do chef em Londres, o NOTTING HILL KITCHEN – harmonizado com dois vinhos, o 100 Bucelas & Colares 2007 e o Viúva Gomes tinto 1934 (!)
Cachaço de porco alentejano com alcachofras e lasanha de cogumelos boletos de Primavera – harmonizado com o Viúva Gomes tinto 1934 (!) e o Colares Chitas tinto 1995
Mousse de chocolate, laranja confitada e pipocas com caramelo salgado – sobremesa harmonizada com uma amostra de casco, preparada especificamente para este almoço e com uma média de 10 anos de idade, do Conde de Oeiras, um vinho licoroso de Carcavelos, fortificado com aguardente da Lourinhã
Colares Chitas tinto 1995 / Viúva Gomes tinto 1934 / 100 Bucelas & Colares 2007 / Casal Sta. Maria Colares Branco 2011
Petit fours: miniaturas de queijadas e pastéis de nata
Luís Baena e Aníbal Coutinho, os responsáveis pela celebração dos vinhos de Colares...
... no Tivoli Palácio de Seteais, em Sintra
Tivoli Palácio de Seteais | Rua Barbosa du Bocage, 8, Sintra, Portugal | III Almoço de Colares: Chef Luís Baena
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