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Vinha de Santa Maria (Dão) e Herédias (Douro)
Era à mesa que Carlos Lucas tinha programado apresentar estes novos e gastronómicos vinhos.
De qualquer forma, a pandemia, apesar de lhe ter alterado o plano inicial, não lhe tirou a determinação de dar a conhecer as muito aguardadas novidades que tinha preparado a partir das suas duas novas quintas, uma no Dão e outra no Douro.
1 – Quinta de Santa Maria, no Dão
«Para a Magnum-Carlos Lucas Vinhos, a Quinta de Santa Maria representa um passo importante na consolidação no projeto vitivinícola da empresa na região onde nasceu e onde mantém as suas mais fortes raízes, o Dão. Esta propriedade está localizada em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal. Com história registada desde o séc. XIII, Cabanas de Viriato é o berço de Aristides de Sousa Mendes, cuja casa é um dos principais motivos de atração desta vila bem preservada nas suas habitações de pedra granítica.
De granito com alguma areia é também o solo, pobre e austero, da Quinta de Santa Maria. Já o muro alto que a rodeia por completo atesta a importância que outrora atingiu enquanto propriedade agrícola e a deslumbrante vista para a Serra da Estrela complementa o quadro.
Carlos Lucas conhece bem o potencial dos 10 hectares de vinha ali existentes, já que foi ele o responsável por essa plantação, em 2001, no âmbito do seu anterior projeto. Quando a propriedade foi por ele adquirida, em 2018, as videiras estavam abandonadas há alguns anos, pelo que houve que reerguê-las e recuperá-las com todo o carinho e atenção. Mas a qualidade da vinha e do terroir da qual faz parte permaneceu intacta, como o demonstram os vinhos que ali têm origem.
Rodeadas por oliveiras e retalhos de bosque, as uvas são 30% brancas e 70% tintas, com as variedades clássicas do Dão: Encruzado, Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinto Cão. Num futuro muito próximo, a componente de uva branca será reforçada com a plantação de mais Encruzado na área livre, mas deixando sempre as manchas de pinheiros bravos para promover a biodiversidade e manter inalterada a paisagem.
Na Quinta de Santa Maria avultam igualmente a adega antiga e a casa principal, que serão ambas objeto de recuperação no sentido de desenvolver o enoturismo na propriedade. As uvas são entretanto elaboradas no moderno centro de vinificação da Magnum-Carlos Lucas Vinhos, na Quinta do Ribeiro Santo, em Carregal do Sal.»
Sendo três, os novos vinhos da Quinta de Santa Maria.
Um branco e dois tintos:
– Vinha de Santa Maria Branco Granítico, fresco e elegante varietal de Encruzado da colheita de 2019, sem madeira e de perfil mineral (PVP 12 €);
– Vinha de Santa Maria Reserva Tinto, suave e delicado lote de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz da vindima de 2018, com estágio de 12 meses em barricas usadas de carvalho francês (PVP 12 €); e
– Vinha de Santa Maria Reserva Especial Tinto, bastante complexo e harmonioso vinho de guarda da colheita de 2017, que Carlos Lucas, em busca do perfil dos tintos clássicos do Dão, vinificou a partir de Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e ainda Tinto Cão e fez estagiar, primeiro, 12 meses em barricas de carvalho francês de 1.º, 2.º e 3.º ano e, depois, mais de um ano em garrafa (PVP 32 €).
Ribeiro Santo Vinha de Santa Maria Branco Granítico 2019
Ribeiro Santo Vinha de Santa Maria Reserva Tinto 2018
Ribeiro Santo Vinha de Santa Maria Reserva Especial Tinto 2017
2 – Quinta das Herédias, no Douro
As outras novidades vêm do Douro.
«A Quinta das Herédias é uma das mais antigas e históricas propriedades agrícolas do Douro, com raízes no século XII. Situada na margem esquerda do Távora, mais propriamente na localidade de Granjinha, concelho de Tabuaço, a quinta fez parte do património do mosteiro de S. Pedro das Águias, local de recolhimento dos monges cistercienses vindos de Borgonha e que lideraram a produção de vinho em toda a Europa medieval. A propriedade manteve ininterruptamente a sua atividade vitivinícola e agrícola ao longo dos séculos, como o atestam a antiga adega com três lagares de granito perfeitamente operacionais e a Casa do Azeite, bem como estábulos, forno de lenha e armazém.
Adquirida pela Magnum-Carlos Lucas Vinhos em 2019, a Quinta das Herédias estende-se por um total de 109 hectares, incluindo 30 hectares de vinha e 35 hectares de olival, sendo o restante ocupado por floresta de souto, nogueiras, azinheiras, carvalhos, medronheiros, aveleiras e zimbro. Também laranjeiras, amendoeiras, cerejeiras e figueiras fazem parte da paisagem.
A vinha da quinta, plantada entre os 400 e os 600 metros de altitude, em solo de xisto com afloramentos graníticos, tem idades diversas, encontrando-se desde talhões com vinte anos, até parcelas assentes em cepas mais do que centenárias, com as diversas castas misturadas. No geral, predominam as uvas tintas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela e as brancas Viosinho, Rabigato, Gouveio e Arinto. Já no olival tradicional, são as variedades Cobrançosa, Galega e Verdeal as dominantes.
A Magnum-Carlos Lucas Vinhos honra o passado glorioso da Quinta das Herédias, empenhando-se na produção de Douro, Porto e azeite de excelência, e transportando para aquele local as preocupações ambientais e de sustentabilidade que caracterizam o modelo agrícola da empresa. O enoturismo é um dos pilares da propriedade, contando para isso com a beleza paisagística do vale do Távora, a pequena capela e a casa principal da quinta. Esta última, bem como as casas dos caseiros, foram remodelados com materiais locais (madeira, xisto e granito) e transformados numa unidade de turismo rural com 10 quartos, piscina, jardim e esplanada.
Pelo seu valor histórico, pelo tremendo potencial para a produção de grandes vinhos e pelo apelo enoturístico, a Quinta das Herédias é a verdadeira “joia da coroa” da Magnum-Carlos Lucas Vinhos na região do Douro.»
Sendo dois os novos vinhos que Carlos Lucas nos traz da Quinta das Herédias.
Um branco e um tinto.
Ambos já da colheita de 2019.
Ambos provenientes de vinhas entre os 20 e os 30 anos.
E ambos com um ligeiro toque de madeira – cerca de 15% de cada um dos vinhos estagiou cerca de 6 meses em barricas de 500 litros de carvalho francês:
– Herédias branco, cítrico e mineral lote de Viosinho, Rabigato, Gouveio e Arinto (PVP 9 €); e
– Herédias tinto, jovem e complexo lote de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e, ainda, Tinta Amarela, o nome dado no Douro à Trincadeira (PVP 7,99 €).
Herédias Branco 2019 / Herédias Tinto 2019
Duarte Calvão e Miguel Pires
Duarte Calvão dirigindo-se à assistência...
... e alternando o anúncio dos vencedores com Miguel Pires
José Avillez chamado ao palco...
... para receber o prémio de Restaurante Preferido, atribuído ao BELCANTO...
... e para ser felicitado por Maria de Lourdes Modesto
O Mesa Marcada com José Avillez, Chefe e Restaurante Preferidos 2013...
... e com Paulina Mata
Miguel Pires, Vítor Claro (Prémio Destaque), José Avillez (Prémios Chefe e Restaurante Preferidos), Carlos Lucas (Idealdrinks), Esmeralda Fetahu (VESTIGIUS), Duarte Calvão
Maria de Lourdes Modesto
Aqui fica uma recordação da cerimónia de anúncio dos dez restaurantes e chefes preferidos do blog Mesa Marcada, de Duarte Calvão e Miguel Pires, em 2013, que decorreu no wine bar VESTIGIUS, em Lisboa.
Ver também:
José Avillez, o preferido de 2013
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
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