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‘Borga 2010’ e ‘Íssimo Baga-Bairrada 2016’ vencem Concurso de Espumantes Bairrada 2021

por Raul Lufinha, em 18.11.21

Campolargo

Carlos Campolargo e o Borga 2010

Já são conhecidos os resultados do Concurso de Espumantes Bairrada 2021, de cujo o júri o Mesa do Chef fez parte:

«‘Borga Bruto branco 2010’, do produtor Campolargo Vinhos, e ‘Íssimo Baga-Bairrada Bruto branco 2016’, das Caves Arcos do Rei, foram os grandes vencedores do Concurso de Espumantes Bairrada 2021, promovido pela Comissão Vitivinícola da Bairrada e realizado em “Terras de Bem-Viver” na passada sexta-feira, dia 12 de novembro, sob o julgamento de 12 jurados. De entre os espumantes medalhados com Ouro, os mais pontuados passaram à finalíssima, para assim se eleger a Grande Medalha de Ouro e o que mais se distinguiu na categoria de Baga-Bairrada – criada em 2015 e que conta já com mais de 30 referências. Feitas as contas, o ‘Borga Bruto branco 2010’ apurou-se como o melhor espumante desta competição.

Depois de um ano de interregno, devido à pandemia, foi com enorme satisfação e sentido de missão que a Comissão Vitivinícola da Bairrada voltou a realizar esta iniciativa, sentando à mesa de provas um painel de jurados, composto por jornalistas, bloggers, críticos de vinhos, provadores e buyers, que puderam degustar quase seis dezenas de espumantes certificados com o selo de garantia e qualidade DO Bairrada e IG Beira Atlântico. O Concurso de Espumantes Bairrada 2021 teve lugar no Museu do Vinho Bairrada e foi presidido pelo conceituado crítico de vinhos e jornalista Luís Ramos Lopes, habitante na região e grande conhecedor dos vinhos e espumantes que ali se produzem. A edição deste ano coincidiu com a celebração dos 30 de Denominação de Origem e mais de 130 anos de espumante na região.

De referir que é na região vitivinícola da Bairrada que têm origem mais de 50% dos espumantes produzidos em Portugal e esta predominância não acontece ao acaso. Foi na Bairrada que, em 1890 e pelas mãos do Eng.º Tavares da Silva, se deram os primeiros passos na criação deste vinho efervescente em Portugal. Volvidos 101 de conhecimento, a 08 de fevereiro de 1991, foi criada a Denominação de Origem para os espumantes Bairrada, passando a ter que cumprir os requisitos definidos pela Comissão Vitivinícola da Bairrada para poderem envergar o selo de certificação.

Borga

Borga Bruto branco 2010 (Campolargo Vinhos) – Grande Medalha de Ouro

Íssimo

Íssimo Baga-Bairrada branco 2016 (Caves Arcos do Rei) – Melhor Baga-Bairrada

 

Lista de Espumantes Premiados do Concurso de Espumantes Bairrada 2021

Grande Medalha de Ouro

Borga Bruto branco 2010 (Campolargo Vinhos)

Melhor Baga-Bairrada

Íssimo Baga-Bairrada branco 2016 (Caves Arcos do Rei)

Medalhas de Ouro

Aliança Grande Reserva Bruto branco 2015 (Aliança Vinhos de Portugal)

António Marinha Reserva Bruto rosé 2018 (António Marinha)

Borga Bruto branco 2010 (Campolargo Vinhos)

Casa do Canto Grande Reserva Bruto branco 2016 (Anadiagro)

Íssimo Baga-Bairrada branco 2016 (Caves Arcos do Rei)

Luiz Costa Pinot Noir Chardonnay 5.ª Edição branco 2016 (Caves São João)

Marquês de Marialva Bical & Arinto Reserva branco 2017 (Adega de Cantanhede)

Montanha Real Grande Reserva Bruto branco 2015 (Caves da Montanha)

Primavera Bical Reserva Blanc de Blancs Brut branco 2015 (Caves Primavera)

Quinta dos Abibes Sublime Brut Nature branco 2011 (Quinta dos Abibes)

Trabuca Grand Cuvée 2.ª Edição Brut Nature branco 2016 (Pedro Guilherme Andrade)

Medalhas de Prata

Argau Bruto branco 2017 (Casa dos Barbas)

Montanha Baga Bruto branco 2016 (Caves da Montanha)

Quinta do Poço do Lobo Bruto Natural rosé 2015 (Caves São João)

Quinta do Poço do Lobo Arinto Chardonnay Bruto Natural branco 2017 (Caves São João)»

 

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publicado às 01:16

Bairrada celebra “130 Anos de Espumante, 30 Anos de Denominação de Origem” com prova especial

por Raul Lufinha, em 08.10.21

Bairrada

18 de outubro de 2021

«É na região vitivinícola da Bairrada que têm origem mais de 50% dos espumantes produzidos em Portugal e esta predominância não acontece ao acaso. Foi na Bairrada que, em 1890 e pelas mãos do Eng.º Tavares da Silva, se deram os primeiros passos na criação deste vinho efervescente em Portugal. Volvidos 101 anos de conhecimento, a 8 de fevereiro de 1991, foi criada a Denominação de Origem para os espumantes Bairrada, passando estes a ter que cumprir os requisitos definidos pela Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) para poderem envergar o selo de certificação. Para celebrar 130 anos de espumante e 30 de Denominação de Origem, a CVB tem vindo a desenvolver um conjunto de ações, que se iniciou com um bar de espumantes e ostras na edição de Verão da Essência do Vinho Porto; segue com a presença na feira Vinhos & Sabores 2021, na FIL em Lisboa, onde vai ter lugar uma prova especial; e outras iniciativas a anunciar em breve.

De 16 a 18 de outubro, a CVB junta um grupo de produtores e vai até à capital para dar a conhecer os seus vinhos e espumantes, na feira Vinhos & Sabores 2021, promovida pela revista Grandes Escolhas e pelo jornal Público. O momento alto dessa jornada acontece na segunda-feira, dia 18 de outubro, às 11h30, com a realização de uma prova especial dedicada, em exclusivo, aos espumantes da região. Sob o mote ‘Bairrada: 130 Anos de Espumante, 30 Anos de Denominação de Origem’, vai ser orientada por Pedro Soares, presidente da CVB, e Luís Ramos Lopes, diretor da Grandes Escolhas. Num espaço a condizer, em forma de meia “bolha”, são catorze os espumantes que vão desfilar neste palco da FIL, onde, no final, haverá direito a brinde e a uma sandes de leitão à Bairrada. A prova tem um custo de 50,00 € e a inscrição é feita junto da CVB, através do contacto telefónico 937 790 005. No Instagram da Bairrada – @bairrada.oficial – vai decorrer um passatempo com oferta de 3 entradas, uma por cada década de festejo.

A lista dos 14 espumantes (consultar abaixo) está dividida em quatro categorias: Baga Bairrada, Brancos, Rosés e Referências Históricas. Tirando uma mão cheia de raridades, onde se inclui um espumante com precisamente 30 anos (de 1991, ano da DO Bairrada para espumantes), os outros primam por estar no mercado e pela maioria dos seus produtores estarem presentes com expositor nesta feira. A escolha dos espumantes para esta prova tem por base a diversidade de blends, que à exceção dos de Baga não se repetem e giram, na sua maioria, em torno de um reduzido leque de castas, consideradas as mais aptas a produzir espumantes de muita qualidade na Bairrada: Maria Gomes, Bical, Arinto, Cercial e Chardonnay, nas brancas, e Baga, Touriga Nacional e Pinot Noir, nas tintas.

Lista de Espumantes da Prova Especial “Bairrada: 130 Anos de Espumante, 30 Anos de Denominação de Origem”

Espumantes Baga Bairrada

1. Marquês de Marialva Baga Bairrada branco 2019

2. Regateiro Baga Bairrada branco 2017

3. Montanha Baga Bairrada Grande Cuvée branco 2015

Espumantes Brancos

4. Quinta do Poço do Lobo Arinto Chardonnay branco 2016

5. Ataíde Semedo Cuvée Reserva branco 2016

6. Casa de Saima Reserva branco 2015

7. Kompassus Blanc de Noirs branco 2015

Espumantes Rosés

8. Campolargo Pinot Noir rosé 2016 (em magnum)

9. Luís Pato Informal rosé 2015

10. Colinas Rosé de Pinots Cuvée Brut Reserve rosé 2012

Espumantes Históricos

11. Aliança Grande Reserva branco 2012

12. Elpídio 80 Anos branco (não datado, mas de 2011)

13. Messias Blanc de Blancs branco 2003

14. Quinta das Bágeiras branco 1991»

 

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publicado às 23:15

BON BON antes da pandemia

por Raul Lufinha, em 22.05.20

BON BON

Dias felizes antes da pandemia – Louis Anjos e Nuno Diogo, março 2020

O BON BON vai reabrir já este sábado, dia 23 de maio.

E ao ar livre, com o terraço a funcionar!

Numa fase inicial, regressam os almoços – que, como habitualmente, acontecem ao sábado, domingo e segunda-feira.

E depois, partir de 25 junho, serão retomados igualmente os jantares.

Porém, na primeira semana de março – então ainda à volta da lareira e longe de se saber que daí a duas semanas chegaria uma pandemia que mudaria o mundo – viviam-se dias felizes no BON BON.

A habitual pausa de inverno, durante os meses de dezembro e janeiro, tinha sido bastante revigorante.

E a temporada de 2020 – do agora único restaurante de rua estrelado do Algarve (os restantes fazem parte de hotéis e resorts) – prometia.

Tinha sido o melhor fevereiro de sempre.

E Louis Anjos, cada vez mais solto no seu terceiro ano de BON BON, acabara de mudar todo o menu.

Ao qual deu somente o singelo nome de “Mar e Terra”.

 

BON BON

Cenoura / Azeitona | Os primeiros aperitivos. Evocativos dos petiscos com que tradicionalmente somos recebidos nas mesas algarvias. Sendo ambos para comer à mão e de uma só vez! Porém, num jogo de ilusões, não é uma rodela de cenoura… nem é uma azeitona! O que parece ser uma rodela de cenoura é, na verdade, um puré de cenoura com uma capa de cenoura… e sabe às tradicionais cenouras à algarvia – frescas e avinagradas, mas também com o sabor quente dos cominhos! Já o que parece ser uma azeitona, e que o ano passado na realidade era uma mousse de sardinha assada, este ano é uma saborosa… brandade de bacalhau! De facto, nos seus menus – ainda que escondido – Louis Anjos continua a ter sempre um apontamento de bacalhau!

 

BON BON

BON BON

BON BON

Choco | Num imponente choco de loiça – de enorme impacto visual – o choco trabalhado de quatro diferentes formas! 1) Todo o sabor dos chocos à algarvia com ferrado, i.e., com tinta, num denso e apurado creme muito escuro, praticamente preto. 2) “Talharim” de choco cru, finíssimo e untuoso, a desfazer-se na boca. 3) Molho de coral de choco, alaranjado. 4) Tentáculo frito. Excelente!

 

BON BON

BON BON

BON BON

Milho | Numa original espiga de milho de loiça, mais dois surpreendentes aperitivos, ambos para comer à mão e de uma só vez. 1) Uma falsa maçaroca, que na verdade era uma intensa mousse de fígado de frango do campo com milho – e que sabia mesmo a iscas! 2) Ao lado, uma “surpresa”, que intencionalmente não foi descodificada, de modo a que descobríssemos o que seria: e que era, na realidade, uma deliciosa mousse de frango frita – crocante por fora, a lembrar a tempura, e líquida (!) no interior – que nos trouxe à memória o sabor… do fricassé de frango!

 

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Pão / Azeite / Manteigas | Bom pão, feito no BON BON a partir de trigo das Farinhas Paulino Horta e com massa-mãe. / O novo azeite BON BON, da variedade Maçanilha, elegante e equilibrado, com ligeiras notas de erva fresca acabada de cortar, produzido no sotavento algarvio, em Moncarapacho, pela premiada Monterosa – curiosamente, um produtor que, ainda em vida de Detlev von Rosen, visitámos pela primeira vez com o próprio Louis Anjos em 2014, no âmbito do seu “O Algarve não é só praia…”, projeto de divulgação e valorização dos produtos locais algarvios! / Por fim, numa loiça que (continuando a marcar a diferença) reproduz uma fatia de pão barrada com manteiga (!), encontramos duas nozes de manteiga – com a forma de meia noz (!) – uma de queijo de cabra, outra de chouriço.

 

BON BON

Soalheiro Espumante Bruto Nature 2016 | As boas-vindas foram dadas com este diferente e complexo espumante bruto natural, produzido pelo método ancestral, com pérolas de leveduras, e que tem como vinho base o Soalheiro Nature “Pur Terroir”, um Alvarinho sem adição de sulfitos. Versátil e de perfil gastronómico, também acompanhou muito bem os aperitivos!

 

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Santola – Creme de Santola / Salada de Funcho / Gamba da Costa | A sopa de santola de Louis Anjos! Morna! Riquíssima! Feita com santolas que, contou Louis Anjos, estavam no auge, ovadas e cheias de sabor! E com gambas da costa! Bem como com o perfume e a crocância do funcho, marinado em citrinos!  Mais coentros, em gel. Ervas finas. Um inesperado falso caranguejo, feito de massa e preparado com a água de cozedura das santolas, que vem reforçar a textura e a crocância de todo o conjunto! E ainda o toque do açafrão! Uma grande novidade de Louis Anjos! E que, no início da temporada de 2020, era aquele clássico momento do menu em que o chef do BON BON vem à sala! Veremos se, com a pandemia, tal ainda poderá continuar a acontecer. Mas esperemos que sim, esperemos que Louis Anjos possa continuar a ir à sala. Por exemplo, no AMADOR, 3*** austríaco de Viena que reabriu na semana passada, a 15 de maio, o chef Juan Amador está a continuar a ir à sala, agora de máscara, para finalizar os pratos na mesa do cliente!

 

BON BON

O caranguejo… do creme de santola | Entretanto, na cozinha, Louis Anjos mostrou-nos o falso caranguejo... do creme de santola!

 

BON BON

Lavagante – Lavagante / Couve-flor / Manga / Caviar Imperial | O novo lavagante azul de Louis Anjos! Lavagante azul que, para além do lombo, está também presente num “carpaccio” e, ainda, numa apurada e cremosa bisque! Um prato completamente diferente do anterior, que já se tinha tornado um clássico! E um prato também que, embora Louis Anjos não o tenha dito, parece ter sido criado pelo chef seguindo de perto o modo como tinha construído o anterior! Agora é “carpaccio”, antes era um tártaro... Agora é couve-flor, antes era beterraba… Agora é a manga, antes era tangerina... Agora é relish, antes era gel… Agora é bisque, antes era consommé… Sentindo-se, pois, claramente que são ambos pratos do mesmo cozinheiro! Sentindo-se identidade! E sentindo-se igualmente evolução! Excelente!

 

BON BON

BON BON

Berbigão – Xerém de Berbigão / Coentros | O reencontro com o Xerém de Berbigão de Louis Anjos! O Xerém de Berbigão do nosso primeiro menu de degustação de Louis Anjos, então no Suites Alba, em 2014! O qual fazia parte de um prato chamado “Salmonete / Xerém de Berbigão / Coentros”, que foi o momento mais marcante desse almoço! Ou, como escrevemos na altura, “o momento mais inebriante do [então] Menu Algarve”! E, de facto, desde esses tempos do Suites Alba que o Xerém é um clássico que acompanha Louis Anjos – mas, curiosamente, ainda não o tínhamos provado aqui no BON BON…! Ora, nesta noite, o Xerém de Berbigão estava extraordinário! Sem dúvida, um dos momentos mais marcantes deste jantar e deste novo menu! Estava bem quente! Com os saborosos berbigões extremamente suculentos e explosivos! Com um ar de Bulhão Pato! E com a alga codium! Apresentando um poderosíssimo sabor a mar! E também a coentros! Sendo este prato também um excelente exemplo da evolução, do crescimento, da maturidade, da consolidação da cozinha de Louis Anjos – antes o Xerém de Berbigão era somente um acompanhamento, era apenas uma parte de um prato que também tinha salmonete e milhos; agora, vale por si só! Menos é claramente mais! Valendo muito a pena o caminho de depuração que Louis Anjos continua a trilhar! E esta loiça – uma concha de berbigão – também ajuda a que o minimalismo brilhe! Excelente!

 

BON BON

BON BON

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BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Robalo – Robalo da Costa / Cebola / Pimento / Tomate / Molho de Assado | “É como se fosse robalo assado, com cebola!”, explica Louis Anjos. Mas para muito melhor, acrescentamos nós! Esta é, de facto, mais uma daquelas situações em que o “fine dining” melhora imenso os pratos tradicionais e os pratos que são essencialmente de produto. Neste caso, peixe assado. De facto, o saboroso robalo estava maravilhoso – denso, suculento, a lascar, perfeito! A cebola, profundíssima – num pickle e, em especial, num extremamente apurado puré, pois, contou Louis Anjos, a cebola é cozinhada lentamente durante um dia inteiro. Existindo também um puré de tomate e de pimento, ambos assados em conjunto, em que predomina o sabor do tomate e que estava igualmente delicioso. Memorável, também, o denso e profundo molho do assado, feito com as cabeças e as espinhas. Tendo ainda, no topo, um crocante de alga. Sim, não deixa de ser peixe assado! Mas em bom, em muito bom! Um prato absolutamente obrigatório para apreciadores de peixe assado!

 

BON BON

Soalheiro Alvarinho branco 2016 | Um clássico. Já com alguma evolução. Delicioso.

 

BON BON

BON BON

BON BON

Borrego – Lombo de Borrego do Alentejo / Miúdos / Beringela | O borrego em dois registos. O lombo, saborosíssimo. E depois uma deliciosa esfera crocante de avelã, cujo interior tem fígado de borrego e também, para dar untuosidade, moleja! Destaque ainda para a beringela e para a couve-de-Bruxelas. E para dois cremosos apontamentos, um de iogurte e menta, outro de alho confitado. Bem como para o poderoso jus de borrego!

 

BON BON

BON BON

BON BON

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BON BON

Lebre – Cannellone de Estufado de Lebre / Feijão-Branco | Mais um grande momento! E que mostra como Louis Anjos se sente cada vez mais solto! A ideia foi fazer lebre com feijão-branco. Mas com leveza e elegância! Então, na base, há um subtil e aveludado creme de feijão-branco. Sobre o qual encontramos um cannellone de lebre – a massa, muito fina e delicada; a lebre, bem marinada e estufada, extremamente saborosa! No topo, crocantes de cebola e pistácio. E ainda um pouco de óleo de hortelã, para dar frescura e cortar o sabor forte da caça! Levíssimo! Elegantíssimo! Excelente!

 

BON BON

BON BON

Campolargo Castellão tinto 2009 | Uma esplêndida sugestão de Nuno Diogo. O Castellão – assim mesmo, escrito à moda antiga, de modo a identificar a casta também conhecida na Bairrada como Castelão Nacional e cujo nome oficial é Camarate. Um tinto balsâmico, com notas de fruta doce, taninos muito finos e boa acidez.

 

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Pombo – Pombo Royal / Cevadinha / Cogumelos Selvagens / Trufa | O pombo é sempre muito especial para Louis Anjos – foi com pombo que, em 2012, venceu o concurso Chefe Cozinheiro do Ano! Prato, aliás, que chegou depois a recriar em 2018 no BON BON. Agora, a abordagem é completamente diferente. E já não há foie gras. Existindo, porém, pontos de contacto com essa criação anterior, nomeadamente as notas terrosas, os cogumelos e o vinho do Porto. Com efeito, o pombo vem muito suculento, muito saboroso, com um toque até levemente terroso! E Louis Anjos junta-lhe cevadinha, bastante apurada e ‘al dente’! Bem como cogumelos, em especial, Trompetas da Morte e Cantarelos. E, ainda, trufa negra. Mais micro folhas de pak-choi e mizuna. E destacando-se, igualmente, o saborosíssimo jus, feito com vinho do Porto! Excelente momento! E extremamente leve – é, de facto, notável que Louis Anjos seja capaz de apresentar três momentos de carne no mesmo menu,  provando mais uma vez que, com leveza e elegância, “O Algarve não é só praia…”, nem é só mar!

 

BON BON

Quinta da Lapa Reserva Merlot 2016 | Do Tejo veio a gulosa sugestão de André Pereira para o pombo, um Merlot macio e com muita fruta, assinado por Jaime Quendera e Jorge Ventura.

 

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Coco – Coco / Manjericão / Yuzu | O reencontro com as duas (!) emblemáticas pré-sobremesas do BON BON, ambas com os mesmos sabores, mas em registos, texturas e temperaturas completamente diferentes! Um grande momento! Ou dois, na verdade! Funcionou maravilhosamente no ano passado… e, na verdade, funciona sempre!

 

BON BON

BON BON

Boletus – Boletus / Chocolate / Mirtilos | Trabalhar os cogumelos num registo doce não é novo para Louis Anjos! Poucos saberão, mas esse era um dos segredos de uma sobremesa chamada… “Do bosque, o arroz-doce e a alfarroba”… com a qual o (desde 2018) chef do BON BON ganhou o Chefe Cozinheiro do Ano… em 2012! Muitos anos já passaram, sim. Mas, entretanto, aqui temos novamente Louis Anjos à volta de uma sobremesa… de cogumelos! Agora há um gelado de Boletus, intenso. Uma ganache também de cogumelos Boletus. Uma “terra” de alfarroba. Mirtilos… inteiros, às metades e num coulis. E depois… dois deliciosos cremosos de cogumelos Boletus: um, mais doce, com chocolate branco; e outro, mais acidulado, com chocolate rubi! Uma sobremesa… extraordinária!

 

BON BON

Soalheiro Espumante Bruto Nature 2016 | “The beginning is the end”. De modo que – comprovando a enorme versatilidade e aptidão gastronómica deste espumante Soalheiro que é produzido pelo método ancestral e não tem a fase intermédia do dégorgement – o Bruto Nature que tinha aberto o jantar… também o fechou!

 

BON BON

BON BON

BON BON

BON BON

Mignardises | Na caixa, uma goma de laranja; uma húmida e aveludada queijadinha de leite de cabra; e uma ganache de chocolate e medronho, sob uma base de queijo de figo! Na meia garrafa de vidro, um chocolate branco com um Porto branco, o Rozès Porto Menina 10 Anos White… e um chocolate negro com um LBV, o Rozès Porto LBV 2014.

 

BON BON

2020 | Um ano muito desafiante para os restaurantes. O BON BON regressa já a 23 de maio.

 

Ver também:

‘Essência’, o novo menu de Louis Anjos no BON BON

Tudo começa com cenoura à algarvia e alcagoitas

O toro maturado, a salada montanheira e um Poema de 2007

Temos clássico

Agora é para a Feijoada de Bivalves que Louis Anjos vem à sala

O mais depurado salmonete de Louis Anjos

O prato que define a cozinha de Louis Anjos

Grande Senna

Os mesmos sabores, dois momentos diferentes

Mudar, mantendo a essência

 

BON BON
Urbanização Cabeço de Pias, Sesmarias de Carvoeiro, Algarve, Portugal
Chef Louis Anjos

 

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publicado às 16:46

A cozinha Libanesa de Joe Barza… no Conrad Algarve

por Raul Lufinha, em 04.11.16

Joe Barza

Joe Barza

Figura pública do mundo da cozinha e da televisão no Médio Oriente, Joe Barza é um celebrity chef libanês que se assume como embaixador da gastronomia e da cultura do seu país.

Dedicado à consultoria, é responsável pelo conceito de inúmeros restaurantes no mundo árabe. Incluindo o MARJAN, no Waldorf Astoria Ras al Khaimah, a uma hora de carro da cidade do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. E também o OAK GRILL by Joe Barza do Conrad Cairo, no Egito, cuja assinatura é precisamente “modern lebanese cuisine”.

No Gourmet Culinary Extravaganza, do Conrad Algarve, para um almoço de churrasco no DADO Q, o BBQ do DADO, restaurante chefiado por Osvalde Silva e que fica no jardim, junto à segunda piscina do hotel, Joe Barza trouxe os sabores fortes da sua colorida cozinha libanesa, simultaneamente mediterrânica e árabe.

Destacando-se o atum, braseado e servido com especiarias shawarma, a trilogia de húmus e ainda o saboroso tabbouleh que Joe Barza segura na primeira fotografia deste post, um prato vegetariano com muitos legumes e ao qual o chef libanês acrescenta também a leveza da quinoa.

Nas sobremesas, a maior novidade eram umas bolachas tradicionais libanesas chamadas Maamoul, delicadas e saborosas, que se escondiam no fundo de um copo com gelado de baunilha, algodão doce e pistácio em pó.

Já a seleção vínica ficou por conta dos escanções António Lopes, Head Sommelier do Conrad Algarve, e Nuno Jorge, dos chocolates de vinho Cacao di Vine, que escolheram um espumante (Campolargo Bruto, feito na Bairrada com Bical, Arinto e Cerceal), três brancos (o Sauvignon Blanc Três Bagos 2015, num registo Novo Mundo, da Lavradores de Feitoria; o fresco Avesso 2013, da Covela; e o mineral e complexo Redoma Reserva 2015, da Niepoort), três tintos do Douro (o Quinta da Costa das Aguaneiras 2013, da Lavradores de Feitoria, cheio de fruta vermelha; o jovem e elegante Redoma 2014, da Niepoort; e o poderoso Quinta dos Murças Reserva 2010, do Esporão) e ainda dois licorosos, um Porto (o versátil Tawny Reserve da Quinta das Tecedeiras) e um Madeira (o Barbeito Boal Reserva Velha 10 anos, meio-doce mas com excelente acidez).

Joe Barza, Joachim Hartl (General Manager do Conrad Algarve), Osvalde Silva (chef do DADO)

Joe Barza, Joachim Hartl (General Manager do Conrad Algarve), Osvalde Silva (chef do DADO)

BBQ no DADO Q

BBQ no DADO Q

Sobremesas

Pudim de laranja, com a imagem de marca de Joe Barza / Maamoul

António Lopes e Nuno Jorge

António Lopes e Nuno Jorge

Os vinhos do almoço

Os vinhos do almoço

Nos jardins do Conrad, António Lopes e o Barbeito Boal Reserva Velha10 Anos

Nos jardins do Conrad, António Lopes e o Barbeito Boal Reserva Velha 10 Anos

 

Ver também:

Heinz Beck extravagante no Conrad Algarve

 

Joe Barza Culinary Consultancy

 

DADO

Hotel Conrad Algarve, Estrada da Quinta do Lago, Portugal

Chef Osvalde Silva

 

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publicado às 22:44

Primavera no GUSTO: Aperitivos & Borga

por Raul Lufinha, em 05.04.15

GUSTO

Desire 2015 – A Culinary Homage to Spring

No GUSTO, Heinz Beck foi o anfitrião de um jantar que celebrou a chegada da Primavera...

... e assinalou igualmente, por agora, o final do programa Taste Portugal London.

Heinz Beck

Heinz Beck

Heinz Beck

Heinz Beck

aperitivos

Heinz Beck... e os aperitivos 

Tendo os aperitivos sido servidos ao ar livre, na varanda sobranceira à piscina e aos jardins do Conrad Algarve…

GUSTO

GUSTO

GUSTO

Mais aperitivos 

… e acompanhados pelo espumante Borga, produzido na Bairrada por Carlos Campolargo a partir de Pinot Noir e Chardonnay.

Borga

2010, Borga by Campolargo

 

Ver também:

Heinz Beck celebra a Primavera com jantar de degustação no Conrad Algarve

 

GUSTO by Heinz Beck | Hotel Conrad Algarve, Estrada da Quinta do Lago, Almancil, Portugal | Chef Heinz Beck, Chef Residente Ivan Tronci

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publicado às 23:18

Harmonização de queijos e vinhos… por João Paulo Martins

por Raul Lufinha, em 14.11.13

João Paulo Martins

Jornalista da Revista de Vinhos e autor do guia Vinhos de Portugal, coube a João Paulo Martins conduzir a sessão de harmonização de queijos e vinhos promovida no âmbito do “Encontro com o Vinho e Sabores 2013” e aberta ao público.

Para tal, João Paulo Martins escolheu cinco queijos diferentes e dois vinhos por queijo, de modo a que se percebessem as correspondentes diferenças de harmonização.

Cinco queijos: Chèvre (na posição das 12h00), Serra da Estrela, queijo da ilha açoriana da Graciosa, Terrincho e Stilton

O Chèvre funcionou melhor com um branco novo (Senhoria Alvarinho 2010, Ideal Drinks) do que com um tinto jovem (Campolargo Alvarelhão 2012).

O mesmo se passou com o Serra da Estrela: o branco com madeira (Pasmados 2009, José Maria da Fonseca) resultou melhor do que o tinto jovem e de taninos polidos (Duorum 2012) – tendo sido rejeitados os tintos de taninos vivos, dado que matariam o queijo.

O tinto voltou ainda a perder nos queijos picantes: o LBV Quinta do Noval Unfiltered 2007 ligou melhor com um queijo da ilha açoriana da Graciosa e com o Terrincho do que o clássico alentejano Cartuxa Reserva 2009, da Fundação Eugénio de Almeida.

Finalmente, com o queijo azul inglês Stilton, um colheita tardia (Grandjó Late Harvest 2008, da Real Companhia Velha) e um vintage novo (S.J Vintage Port Single Quinta 2011, da Quinta de São José). Duas soluções diferentes que resultaram bastante bem.

Oito vinhos: Senhoria Alvarinho branco 2010, Campolargo Alvarelhão tinto 2012, Pasmados branco 2009, Duorum tinto 2012, Cartuxa Reserva tinto 2009, Quinta do Noval Unfiltered LBV 2007, Grandjó Late Harvest 2008, S.J Vintage Port Single Quinta 2011

Desta profícua sessão com João Paulo Martins, para além da renovada tentativa de se desfazer o mito generalizado de que a melhor ligação do queijo é com vinho tinto – não é! – ficaram ainda três grandes ideias:

– os queijos mais frescos (por exemplo, Chèvre) pedem vinhos brancos frutados e novos;

– os queijos com mais gordura (por exemplo, Serra da Estrela) exigem brancos com madeira; e

– os queijos mais fortes (Stilton, Roquefort, Picante de Castelo Branco, etc.) necessitam de vinhos doces (por exemplo, colheita tardia ou vintage).

 

Fotografias: Marta Felino / Flash Food

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publicado às 03:59


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Raul Lufinha

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