Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Fevereiro 2017 – Chef Magnus Ek, na sala do OAXEN KROG, com a cozinha aberta em fundo
Mais de três anos depois, fica finalmente completa a viagem que, em fevereiro de 2017, nos levou ao FÄVIKEN, seiscentos quilómetros a norte de Estocolmo. E que tinha começado pela Noruega – concretamente por Trondheim, após uma escala técnica em Oslo. Tendo depois terminado na capital sueca, com visitas à emblemática pastelaria VETE–KATTEN, ao GASTROLOGIK e também ao ainda em falta… OAXEN KROG.
OAXEN KROG que é o mais gastronómico dos dois restaurantes do chef Magnus Ek e da sua mulher, a sommelier Agneta Green.
Tendo estes dois restaurantes um pormenor muito curioso.
Com efeito, funcionam ambos – OAXEN KROG e o OAXEN SLIP – no mesmo antigo armazém de barcos, na ilha de Djurgarden, em pleno centro de Estocolmo.
Porém, quando entramos no restaurante, aquilo que encontramos é somente a sala do OAXEN SLIP, um bastante informal “nordic bistro”, com um longo bar e com barcos pendurados no tecto.
Efetivamente, para chegarmos ao escondido e dissimulado OAXEN KROG, é sempre necessário atravessar toda a sala do OAXEN SLIP e contornar ainda o bar, para então percebermos que aquilo que parece ser uma parede forrada a madeira é afinal… uma porta!
Uma porta secreta!
Ou quase…
E que dá então acesso à acolhedora sala – com cozinha aberta – do OAXEN KROG.
Restaurante nessa altura já com duas estrelas Michelin – recebeu-as pela primeira vez em 2015.
Tendo continuado a manter essa classificação nos anos seguintes e também em 2020:
«A rebuilt boat shed in a delightful waterside spot – a door in OAXEN SLIP leads into this oak-furnished room with a subtle nautical feel. Creative dishes are allied to nature and the seasons – they’re delicate and balanced but also offer depth of flavour. The owners also consider the restaurant’s impact on the environment. The boat opposite provides accommodation.»
Todavia, este ano, o sueco OAXEN KROG foi adicionalmente distinguido, pelo Guia Michelin dos Países Nórdicos, com o “The MICHELIN Nordic Countries Sustainability Award 2020”:
«Sustainability is a principle by which Magnus has lived and worked for many years – in fact, ever since he and his partner Agneta Green first opened their restaurant back in 1994. At this time, the restaurant was located on the Island of Oaxen, in Stockholm’s southern archipelago, and sustainability was very much part of their lifestyle.
More than a quarter of a century later, the team continue to work with a long-term perspective towards minimising their negative impact on the environment. This includes:
• The sourcing of local and seasonal ingredients, including many from their own organic garden;
• The promotion of the highest levels of animal health and welfare – and the sustainable use of marine resources;
• The provision of a diverse menu with plenty of vegetarian options, to encourage a more balanced and sustainable consumption of meat, fish and shellfish;
• The conversion of food waste into biogas, or compost for their garden;
• The use of every possible part of each plant and animal;
• The promotion of the wellbeing of staff, as well as equality and diversity for all employees, guests and suppliers.»
Aqui ficando a memória da elegante, delicada e muito saborosa cozinha de Magnus Ek nessa invernosa Estocolmo de fevereiro de 2017.
Um chef, aliás, que nunca pára de nos surpreender, do princípio ao fim do jantar!
A chegada à mesa | Minimalismo nórdico.
1.º snack | Óleo de levístico. Ramos de pinheiro fermentados.
2.º snack | Crocante de ramson. Bife tártaro. Couve kale negra, num creme verde.
3.º snack | Ovas.
4.º snack | Amêijoa da Islândia. Algas da Islândia e das Ilhas Faroé. Consommé de cogumelos.
5.º snack | Alcachofra de Jerusalém. Lardo caseiro.
Em fundo, “Pictures of You”, The Cure:
«I've been looking so long at these pictures of you
That I almost believe that they're real
I've been living so long with my pictures of you
That I almost believe that the pictures
Are all I can feel»
6.º snack | Frango. Cogumelos da ilha de Oaxen. E ainda apontamentos extra de acidez e de crocância.
7.º snack | Truta do ártico, seca no OAXEN KROG. Caviar da Finlândia. Emulsão de curgete fumada. Musgo seco.
8.º snack | Carne de wagyu criada na Suécia. Creme de milho. Caldo de “potato soy”, que Magnus Ek aprendeu a fazer na Coreia do Sul.
Vinho branco | 2012 Birgit Eichinger Chardonnay.
O momento do pão | Duas manteigas. E dois pães, ainda quentes. O escuro e famoso pão de cerveja e centeio de Magnus Ek, um “Pilsener Rye Bread” que existe desde o início, quando o restaurante ainda era na ilha de Oaxen, e que é feito numa frigideira de ferro, para ganhar um toque caramelizado. E também um delicado pão de trigo, feito com extrato de casca de pinheiro.
Three year old OAXEN ham & Sanda egg with broth of black Skilleby garlic, fermented cep mushrooms & hazelnuts | Após os snacks e o momento do pão, chega então o primeiro prato propriamente dito do menu de degustação do chef Magnus Ek no OAXEN KROG. Que, embora não pareça, é um prato de... ovo e presunto!
Marcin Krol | O reencontro com o simpático cozinheiro polaco que, dois anos antes, em 2015, tinha feito parte da equipa do chef Leonardo Pereira, no AREIAS DO SEIXO, em Portugal.
Fermented & pickled vegetables from our farm, vendace roe from Kalix in smoked ox marrow sauce | Prato finalizado na mesa pelo chef Magnus Ek. Poderoso jogo de sabores e texturas. Destaque para o avinagrado, o crocante, o grelhado, o cremoso, o amanteigado, o salgado, o fumado...!
Raw shrimp & beef, cap from aged entrecôte & sorrel | Surf and Turf. Com a saborosa carne de vacas leiteiras que terminaram o ciclo produtivo.
Em fundo, “Wish You Were Here”, Pink Floyd.
«So, so you think you can tell
Heaven from hell
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?»
Kohlrabi & browned smen, ramson & pickled green peas | Maravilhosas, as ervilhas – não apenas em pickle mas também em puré. Momento levíssimo!
O prato da vieira (1.ª parte) | Na cozinha, Magnus Ek fuma a vieira.
O prato da vieira (2.ª parte) | A seguir, o chef vem à mesa mostrar a vieira fumada, que perfumou a sala. E depois regressa à cozinha, para a fatiar e para finalizar o empratamento.
O prato da vieira (3.ª parte) – Smoked scallop & oyster emulsion, unripe currants, mushrooms & wild leaves | Finalmente, Magnus Ek traz o prato da vieira. Destaque para o fumado da vieira da Noruega. Para o king oyster mushroom. E ainda para o toque final da emulsão de ostra!
O prato do pregado (1.ª parte) | Primeiro, Magnus Ek vem à mesa, para mostrar a posta do untuoso pregado, que a seguir leva de volta para a cozinha.
O prato do pregado (2.ª parte) – Turbot, Jerusalem artichoke & pickled black radish from our farm | Passados alguns momentos, o próprio chef regressa à mesa já com os pratos. Surgindo fatiado o “roated in butter” pregado – às lascas, untuoso, amanteigado, fumado. Finalizado com uma colher de um levíssimo creme de alcachofra.
O prato do pregado (3.ª parte) | A meio do prato, o chef Magnus Ek volta a surpreender a mesa! Faz-nos chegar um... chá de alcachofra! Muitíssimo saboroso! E também bastante refrescante – tinha óleo de raiz-forte. Sendo para temperar o pregado… e também para o bebermos como limpa palato!
Cozinha aberta | O chef Magnus Ek em ação, na cozinha aberta do OAXEN KROG.
Mallard with forest capers & fennel seeds, oak moss & calf cheese seasoned with green juniper | Pato, delicioso. Finalizado com molho de queijo!
“Come together, right now
Over me”
(The Beatles)
Garlic glazed Linderöd pork, crispy black cabbage from the farm & roasted almonds | Prato finalizado na mesa pelo chef Magnus Ek, com um apurado jus... de rabo de boi!
Cozinha fechada | Entretanto, são fechadas as discretas cortinas… para lavarem a cozinha!
Pré-sobremesa | Gelado de maçã negra – que sabia imenso a maçã, tendo Magnus Ek explicado que a maçã era aquecida até ficar negra. Glaze de cereja. Salsa. Anis.
Cozinha novamente aberta | Terminadas as operações de limpeza, reabrem novamente as cortinas! E é possível assistir à finalização do que, saberíamos depois, seria a segunda parte da pré-sobremesa!
Pré-sobremesa (2.ª parte) – Wild cherries with bread miso, toasted spelt & sweet cicely | A continuação da pré-sobremesa. Cerejas silvestres. Bolo de miso. Salsa. Anis.
“Every man has to die
But it's written in the starlight
And every line in your palm
We're fools to make war
On our brothers in arms”
(Dire Straits)
Rosted carrot sorbet with brown butter & hay infused cream | Levíssima – e pouco doce – sobremesa de cenoura!
A 2.ª parte da sobremesa | Entretanto, a meio da sobremesa – que era de cenoura – a surpresa de chegar um fresquíssimo bolo... também de cenoura! E com uma glaze igualmente de cenoura! Tendo o chef Magnus Ek explicado que o bolo era para ser molhado no que ainda restava do sorbet de cenoura… e “para limpar o prato”!
Cozinha aberta | De seguida, as cortinas são parcialmente corridas.
Mignardises | As generosas mignardises chegam numa caixa de dois andares… que é para trazermos para casa! E que ainda hoje guardamos!
1 – Marmalade from Djurgarden apple | Muito saborosa. Doce. E também ácida!
2 – Mackmyra whisky shot | Whisky líquido no interior!
3 – Chick pea nogat | Bombom crocante!
4 – Caramel ganache | Muito caramelo!
5 – Sloeberry & burnt cinnamon | Acidez e canela!
6 – Pumpkin seeds & toffee | Contraste entre a textura crocante das sementes de abóbora e o meloso do caramelo!
7 – Wild chamomile | Explosão de sabor a camomila! Muito mais intenso do que os habituais chás de camomila!
8 – ‘Macaroon’ hazelnut, spinach & bay leaf | Um macaron que sabia a verduras e a espinafres!
9 – Spelt miso fudge | Um fudge de caramelo e miso, cheio de umami!
Despedida | O chef Magnus Ek junto à porta do OAXEN KROG. Do outro lado da porta, fica o OAXEN SLIP, o “nordic bistro” que temos sempre que atravessar para chegar ao OAXEN KROG… e para de lá sairmos. A quase-secreta porta de onde viemos fica lá ao fundo, a seguir ao balcão, à esquerda. Logo à entrada do edifício – e à saída – fica a loja de merchandising do OAXEN.
OAXEN KROG & SLIP | O exterior do antigo armazém de barcos que alberga os dois restaurantes de Magnus Ek.
OAXEN KROG & SLIP… visto do mar | No dia seguinte, os restaurantes do chef Magnus Ek vistos do “boat tour” pelas ilhas do arquipélago de Estocolmo.
Mads Kleppe, Head Sommelier do NOMA – fevereiro 2020
Após a decisão do governo dinamarquês de autorizar a reabertura dos restaurantes – mantendo embora as fronteiras fechadas – foi conhecida esta sexta-feira a estratégia de René Redzepi para o regresso do NOMA.
Numa primeira fase – e até data a anunciar – o restaurante propriamente dito vai continuar fechado. Ou seja, não vai ser retomada a Seafood Season, cuja conclusão estava prevista para o dia 13 de junho. E, ao que parece, pelo menos por agora, também não irá a acontecer a subsequente, e já vendida, Vegetable Season, inicialmente agendada para os meses de julho, agosto e setembro.
Entretanto, nos jardins do NOMA, ao ar livre e em frente ao lago, René Redzepi vai abrir, de quinta a domingo, já a partir deste dia 21 de maio e durante o verão, um Wine Bar! Funcionará das 13h às 21h. Não aceitará reservas. E servirá ainda dois hambúrgueres: “the NOMA cheeseburger and the NOMA veggie burger – both are juicy and packed with umami, with a little bit of magic from our fermentation cellar, served on a freshly baked potato bun developed by our friends at GASOLINE GRILL”. Existindo também a possibilidade de takeaway.
O lago e o vinho natural do NOMA – fevereiro 2020
Daqui se retirando duas conclusões.
A primeira é a de que também o NOMA seguiu, à sua medida, a estratégia que a grande maioria dos restaurantes de fine dining – e não só – estão a adotar um pouco por todo o mundo para responder à crise gerada pela pandemia. Ou seja: Aproximação à comunidade local. Reinvenção do modelo de negócio. Comida de conforto. Takeaway. Prioridade aos espaços ao ar livre. E, claro, adiamento da reabertura – de facto, bem pode a Michelin prometer que estará na primeira linha do apoio aos restaurantes assim que eles reabram; infelizmente o problema é mais grave, é saber se eles irão sequer conseguir reabrir.
A outra conclusão é a de que esta inesperada decisão do NOMA de abrir um Wine Bar é uma extraordinária vitória… do vinho! Do vinho e também do Sommelier do NOMA. Como dizia Mads Kleppe, numa storie, no Instagram, é “Um sonho tornado realidade, hambúrguer e vinho natural»!
O lago e o jardim do NOMA – fevereiro 2020
Ver também:
KADEAU COPENHAGEN em 2018
Finalmente a notícia por que todos ansiavam!
Os dois restaurantes KADEAU vão mesmo reabrir!
Primeiro, já em junho, o da ilha de Bornholm, no Báltico, com uma estrela Michelin 2020.
E depois, lá para outubro, o de Copenhaga, com duas estrelas no guia deste ano dos países nórdicos.
Tudo com o apoio de novos investidores.
Com efeito, apesar de o grupo ter declarado falência no final de março, no dia 23 de abril o chef do KADEAU tinha feito o surpreendente anúncio de que, para o dia seguinte, estava agendada uma reunião decisiva que poderia permitir… salvar os dois restaurantes!
«As many of you know, we unwillingly had to close both Kadeau Copenhagen and Kadeau Bornholm.
I’m not lying when I tell you it has been the hardest period of our lives.
Ever since the decision was made, we’ve been working to fight our way back.
The support and responses has been overwhelming.
So many people have reached out, and it has been extremely moving.
We’ve been working day and night for the past four weeks to find a way to save our life’s work – the two Kadeau Restaurants.
Tomorrow at 10:00 we know if we’ve been successful.
Keep your fingers crossed if you hope to see us again on the island and in the city.
I’ll keep you posted…»
Contudo, nessa sexta-feira, dia 24 de abril, acabou por não haver notícias.
E, depois, durante o fim-de-semana, Nicolai Nørregaard anunciou que o acordo, afinal, não tinha ficado fechado – seria necessário aguardar por segunda-feira:
«Thanks so so so much for all the love and support.
It’s just unreal and very moving.
The day went by without closure.
And now it’s weekend (for some) so we have to wait until Monday.
But we’re still optimistic and feel it’s moving our way.»
Porém, ao longo de toda essa semana não houve qualquer desenvolvimento…
Até que hoje, dia 7 de maio, Nicolai Nørregaard quebrou finalmente o silêncio.
E com grandes notícias:
«Finally some good news from our side!!
Ever since we shut down almost two month ago, we have been working tirelessly on finding our way back to life.
Today we’re announcing that we did it!
Kadeau Bornholm will reopen in June and Kadeau Copenhagen after the summer break.
We can’t wait to welcome you back. And also to show you the result of our kitchen renovation on the island.
Times are still uncertain and extremely hard on our industry, so remember to visit your favourite restaurants when they open. No one should have to live the same nightmare as we just did.
To all of you with gift cards and prepaid reservations; don’t worry. We will accommodate all of you.
Lots of love from all of us at Kadeau»
A solução passou, pois, por uma nova empresa.
E por novos investidores.
Com efeito, os três fundadores do KADEAU conseguiram convencer um grupo alargado de investidores – composto nomeadamente por conhecidos empresários e gestores dinamarqueses, bem como por figuras públicas do desporto da Dinamarca – a investir no projeto.
De facto, nestes tempos incertos e conturbados, uma das soluções para a restauração pode passar também pela chegada de novos investidores, pode passar também pela capacidade de os atuais players conseguirem trazer a jogo novos investidores!
Pelo menos, neste caso, foi a estratégia que permitiu salvar os dois KADEAU!
Ver também:
KADEAU Copenhagen
Wildersgade, 10B, Copenhaga, Dinamarca
Chef Nicolai Nørregaard
Primavera de 2018
O KADEAU fechou definitivamente em março de 2020 – apesar de ter encerrado para prevenir a propagação do coronavírus, acabou por abrir falência ainda nesse mesmo mês.
Todavia, no início de 2018 – quando meio mundo gastronómico foi até Copenhaga para conhecer a reinvenção do NOMA 2.0 e a primeira Seafood Season de René Redzepi – o então único novo duas estrelas dinamarquês era o outro restaurante-sensação do momento.
Tinha acabado de ser a grande novidade dinamarquesa no Guia Michelin dos países nórdicos de 2018.
E estava pela primeira vez no top 100 dos The World’s 50 Best Restaurants.
Um feito que, verificaríamos nos anos seguintes, não mais conseguiria repetir – ao contrário, aliás, das duas estrelas, que ainda tornou a receber em 2019 e 2020.
Porém, apesar de o KADEAU ter efetivamente atingido o ponto mais alto da sua história no ano de 2018, tudo tinha começado mais de uma década antes, quando, em 2007, três amigos de infância resolveram abrir um despretensioso restaurante de praia na pequena e remota ilha dinamarquesa de Bornholm, algures a sul da Suécia e a norte da Polónia, em pleno Mar Báltico. Tendo a sua vida mudado completamente no ano seguinte quando, inspirados no sucesso do NOMA, resolveram seguir a ideologia da Nova Cozinha Nórdica… aplicando-a, porém, não a toda a Escandinávia, mas somente ao microterritório da sua própria ilha! Nicolai Nørregaard – que nunca recebeu formação específica, tendo apenas aprendido com os chefes que os três amigos foram contratando no início do projeto – acabou por ficar à frente da cozinha, impondo um estilo muito próprio, belo e minimalista, focado essencialmente nas técnicas de conservação dos produtos selvagens que apanhavam na ilha de Bornholm durante o verão. O sucesso foi tão grande que acabaram por abrir um segundo restaurante, na capital, que depressa se transformou no primeiro. Ambos chegaram às estrelas, e o de Copenhaga até às duas. Mas o princípio de ambos os KADEAU – o da ilha e o da capital – foi sempre o mesmo: celebrar os produtos e os sabores da ilha de Bornholm!
Aqui ficando uma recordação do que era o KADEAU COPENHAGEN na primavera de 2018. Apesar de terem saído então algumas fotografias no Instagram do Mesa do Chef, tal ainda não tinha sucedido aqui no blog. E, de facto, as redes sociais, com o seu fulgurante e quase instantâneo imediatismo, têm, porém, o grande inconveniente de já não funcionarem tão bem como arquivo, como registo do passado, como memória para o futuro.
KADEAU COPENHAGEN | Muita luz. Minimalismo nórdico. Menu único.
Sorrel, cowslip and rosehip bitters | Apresentado como sendo “para relaxar!”, o primeiro momento do menu de degustação do KADAEU é um refrescante e levemente floral ‘cocktail’ de azedas. Preparado na mesa. Não-alcoólico. Frio. E com ‘bitters’ de flores da dinamarquesa ilha báltica de Bornholm.
Kohlrabi, black currant leaf, Norway spruce and blue mussels | Rábano, avinagrado e com a acidez da baga. Sendo finalizado na mesa com um caldo de mexilhões da ilha de Bornholm, frio e igualmente avinagrado.
Squid, cockles and lady’s bedstraw | Deliciosa tosta ‘bite-size’, bem estaladiça, com finas fatias de lula e com uma emulsão de berbigão, bem como com bagas e flores da ilha de Bornholm, sendo finalizada com óleo de “lady’s bedstraw” no topo. Imensa crocância. Muita acidez. Leve toque doce no final.
Preserved vegetables, elderflower and cherry blossom | Diversos vegetais de Bornholm fermentados e com um sabor avinagrado, nomeadamente couve kale, daikon e rutabaga. Sendo finalizado na mesa com um caldo de tomate fermentado, que leva um toque de óleo de flor de cerejeira.
Oyster, black currant shoots and green strawberry | Indiscutivelmente, ainda hoje, das melhores ostras trabalhadas de sempre! Uma ostra carnuda e saborosa; acompanhada de uma avinagrada emulsão de ostra; de um bem crocante crumble de batata, previamente frita; de morangos verdes, em pickle; e, ainda, de rebentos e flores de groselha negra.
Smoked salmon, orpine and raspberry | O clássico salmão fumado do chef Nicolai Nørregaard, sempre um ponto alto dos menus do KADEAU. Sendo fumado a frio e a quente – seis horas no frio, uma hora no calor. Muito saboroso. Bastante untuoso. Nada seco. E a desfazer-se na boca. Variando depois o tempero dado na mesa. Que desta vez – explicaram – não foi com ameixa, como vinha no menu, mas com framboesa, ou seja, com um caldo de framboesas fermentadas. E com pequenas folhas de ‘orepine’ selvagem apanhadas na ilha de Bornholm, no topo. Um conjunto essencialmente fumado. Tendo sido efetivamente o primeiro prato desta noite em que – embora presente – não predominou o avinagrado sabor da fermentação!
Roasted bread, herb butter infused with cherry wood embers | Pão de espelta – ainda quente – e manteiga de ervas.
Cozinha aberta | Sem barreiras entre a sala e a cozinha.
King crab, tomato, whey caramelised cream and sugar kelp | Continuando num registo não-avinagrado, mais um grande momento. Tartelete crocante de king crab. Com diversas variedades de tomate bem maduro, semi-desidratado e marinado em óleo de kelp, ficando muito saboroso e untuoso! Para comer à mão, sem talheres.
Scallop, horseradish and scots pine flowers | Vieira, crua e fria, marinada numas leves natas de raiz-forte, mexilhões secos e flores de pinheiro selvagem. Novamente sem avinagrados – sabores lácteos e caramelizados!
Celeriac, Havgus, white asparagus and wood ants | Aipo, que esteve cinco horas ao lume; queijo dinamarquês Havgus, fundido; e formigas, muito cítricas e também com um toque amadeirado. Sendo finalizado na mesa com um cremoso molho de espargos fermentados, amanteigado e bastante acidulado. Além de que, se desviarmos as formigas para a borda do prato, percebemos muito melhor o que estamos a comer...!
2015 Peter Jakob Kühn, Quarzit, Riesling trocken | Biológico e biodinâmico. Um Riesling bem seco e mineral, com ótima acidez.
Duck, beets, pumpkin and lyme grass | Pato, com duas semanas de maturação. Tendo no topo uma cremosa e acidulada “crosta” de beterraba, seca e reidratada em manteiga. Sendo acompanhado por beterraba e por uma finas fatias de abóbora. E finalizado com um perfumado molho de ameixa e óleo de lemongrass.
Pork, ramson and bone marrow | Porco, com pelo menos sessenta dias de maturação. E ramson, frito e grelhado. Sendo tudo finalizado na mesa com um molho de carne feito com galinha e tutano. Um prato com um enorme perfume... a alho!
Apple, quince and woodruff | Uma tarte de maçãs cozidas numa calda de marmelo. Acompanhada por natas ácidas infusionadas com woodruff, planta silvestre da ilha de Bornholm.
Crème fraîche, berries from the garden and schnapps | Crème fraîche, denso e de sabor intenso. Diversas bagas, primeiro inteiras, maceradas em mel, e depois em calda. Sendo tudo depois, no fim, pincelado com schnapps.
Mignardises | Para terminar, dois doces momentos… lácteos!
Último adeus | De facto, há muitos restaurantes cuja primeira visita – infelizmente – é a última vez que lá conseguimos ir. Resta-nos, porém, a memória de termos sido muito felizes no KADEAU!
Fotografias: Marta Felino / Raul Lufinha
Ver também:
KADEAU Copenhagen
Wildersgade, 10B, Copenhaga, Dinamarca
Chef Nicolai Nørregaard
Rua Anchieta, 15, Chiado, Lisboa, Portugal
Chef Henrique Sá Pessoa
Ver também:
– MUSA (à janela) DA BICA (2020)
– Matando saudades da Cheesecake basca da LUPITA (2020)
– Uma Aventura na GLEBA (2020)
– BETTINA CORALLO – Os novos tempos das velhas rotinas (2020)
– Mercado Biológico do Príncipe Real continua a resistir (2020)
– As portas fechadas da pandemia
Rua Serpa Pinto, 10-A, Chiado, Lisboa, Portugal
Ver também:
O KADEAU já não vai reabrir
Infelizmente não é mentira do primeiro de abril.
O jornal dinamarquês Finans anunciou ontem, 31 de março, que o grupo de restauração KADEAU pediu a falência.
Estando incluídos nesse pedido os dois emblemáticos restaurantes KADEAU:
– O KADEAU BORNHOLM, na ilha desse nome, no Mar Báltico, novamente com uma estrela Michelin em 2020: «A remote beachside eatery with a relaxed atmosphere and a superb sea panorama; this is best enjoyed from the terrace, although all tables have a view. Tasting menus showcase the finest island produce and the accomplished, original, highly seasonal cooking offers superbly balanced, contrasting flavours»;
– E o KADEAU COPENHAGEN, na capital dinamarquesa, n.º 105 na lista dos The World's 50 Best Restaurants de 2019 e que em 2020 tinha acabado de renovar as duas estrelas Michelin: «You’ll receive a warm welcome at this delightful restaurant, where the open kitchen adds a sense of occasion to the sophisticated room. The chefs have an innate understanding of how best to match fresh and aged produce, and use their experience in preserving and fermenting to add many elements to each dish».
No passado dia 12 de março, o grupo tinha anunciado o encerramento de todos os seus restaurantes como medida preventiva da propagação do coronavírus.
Porém – sabe-se agora – já não irão reabrir.
Formigas – bem cítricas – a memória mais forte do jantar no KADEAU em 2018
Fotografias: Marta Felino / Raul Lufinha
KADEAU Copenhagen
Wildersgade 10B, Copenhaga, Dinamarca
Chef Nicolai Nørregaard
Chef José Avillez
No início de janeiro, na apresentação do pop-up do ACONCHEGO CARIOCA de Kátia Barbosa que está a decorrer no BAIRRO DO AVILLEZ, perguntámos ao chef do BELCANTO qual seria o seu principal desafio para 2020.
Apanhado de surpresa pela pergunta, José Avillez levantou a cabeça, abriu bem os olhos e, passados dois segundos, respondeu com um bem-disposto sotaque abrasileirado:
«Deixa rolar!»
Mas, apesar da aparente descontração, com o chef do BELCANTO tudo é muito pensado, tudo é pensado até ao ínfimo pormenor – uma das vantagens do grupo que construiu foi precisamente a de Avillez poder ter momentos em que consegue desligar-se das atividades do dia-a-dia de uma cozinha para, numa lógica de CEO, dedicar-se ao pensamento estratégico. Nada sendo feito ao acaso. Por exemplo, ainda antes deste lançamento do ACONCHEGO CARIOCA, já a comunicação social tinha sido convocada para mais outra apresentação, agora para o dia 21 de janeiro. Ou seja – marcando a agenda mediática – para o dia seguinte ao do anúncio dos Prémios Mesa Marcada, que previsivelmente iriam consagrar novamente João Rodrigues e o FEITORIA. Como veio a acontecer.
De qualquer forma, não obstante a resposta do chef do BELCANTO, aqui ficam aqueles que – a nosso ver – são os três maiores desafios de José Avillez para 2020.
1. Terceira estrela… primeiro que todos
No círculo de José Avillez é um dado adquirido que, mais ano, menos ano, a terceira estrela acabará por chegar – é só uma questão de tempo.
De modo que o grande desafio de Avillez já não é propriamente a terceira estrela Michelin.
O grande desafio de Avillez é convencer o Guia Michelin de que o BELCANTO a merece… primeiro que todos os outros!
Na edição de 2020, o guia voltou a não atribuir a sua distinção máxima a restaurantes portugueses.
O que tem como consequência haver cada vez mais espaços com duas estrelas – já são sete!
O primeiro a chegar a este patamar intermédio foi o VILA JOYA, de Dieter Koschina, ainda em 1999.
O segundo, mais de uma década depois, foi o OCEAN, de Hans Neuner, em 2012.
E o terceiro foi o BELCANTO, que alcançou pela primeira vez a segunda estrela em 2015. Isto, após ter recebido a primeira em 2013, a qual, contudo, não constituiu a estreia de José Avillez no Guia Michelin – tal sucedeu no TAVARES em 2010, curiosamente também o ano da estreia do OCEAN de Hans Neuner.
Depois, em 2017, foram mais dois os restaurantes portugueses que ascenderam às duas estrelas: THE YEATMAN, de Ricardo Costa, e IL GALLO D’ORO, de Benoît Sinthon.
Em 2019 juntou-se-lhes o ALMA, de Henrique Sá Pessoa.
E agora, em 2020, a CASA DE CHÁ DA BOA NOVA, de Rui Paula.
Veremos, pois, qual será o primeiro restaurante português a receber a mais alta classificação da Michelin.
E se tal irá acontecer já no guia de 2021.
Será que o BELCANTO irá ser o primeiro a receber as três estrelas?
Ou será que a escolha irá recair no restaurante de um dos chefs austríacos? Ou até em ambos?
Ou será que a Michelin (como previa Fernando Brandão no Boa Cama Boa Mesa dois dias antes da gala do ano passado, mas não chegou a acontecer) irá escolher o THE YEATMAN? Recordem-se as palavras de Fernando Brandão: «No que à bolsa de apostas para a edição deste ano do Guia Michelin diz respeito, e tendo em conta o comunicado apresentando recentemente, as expectativas são altas (à semelhança dos anos anteriores). Em princípio, cumprindo-se o anunciado, 2020 será o ano em que (pelo menos), um restaurante em Portugal conquista as três estrelas. O galardão deve ser entregue ao restaurante The Yeatman liderado por Ricardo Costa, em Vila Nova de Gaia e, caso aconteça, será surpreendente, uma vez que os restaurantes Ocean, de Hans Neuner, Villa Joya de Dieter Koshina, ambos no Algarve e o Belcanto de José Avillez em Lisboa lideram a tabela das apostas.»
Veremos então, no próximo mês de novembro, como será para 2021.
Mas, efetivamente, o grande desafio de José Avillez é conseguir convencer o Guia Michelin de que o BELCANTO merece ser o primeiro restaurante português a receber três estrelas.
2. 50 Best… melhor do que o VILA JOYA
Desde 2015 que o BELCANTO está nos 50 Best.
Inicialmente, integrou a segunda metade da lista – começou pelo lugar 91 e depois esteve nas posições 78 (2016), 85 (2017) e 75 (2018).
E o ano passado conseguiu, pela primeira vez, entrar no restrito lote dos 50 melhores do mundo, tendo ascendido à posição número 42.
Uma distinção ainda mais relevante quando cruzada com a do atual guia “España Y Portugal 2020”, pois o BELCANTO – deitando por terra o argumento da falta de escala de Portugal face ao vizinho espanhol para justificar a diminuta quantidade de estrelados lusos – consegue o extraordinário feito de ultrapassar nove (!) dos onze restaurantes espanhóis aos quais a Michelin dá três estrelas: ARZAK (53), DIVERXO (75), QUIQUE DACOSTA (81), MARTÍN BERASATEGUI (87), APONIENTE (94) e, bem assim, os tri-estrelados que nem sequer constam dos primeiros 120 lugares de lista de 2019, ou seja, LASARTE, ABAC, AKLARE e CENADOR DE AMÓS.
Contudo, apesar de ser a melhor classificação de sempre de um chef português – Nuno Mendes só tinha conseguido levar o VIAJANTE à segunda metade da lista – o lugar 42 do BELCANTO não é a melhor classificação de sempre de um restaurante português.
Em 2014, o VILA JOYA de Dieter Koschina chegou ao número 22.
Assim, mais do que continuar a subir na lista dos The World's 50 Best Restaurants, o grande desafio de José Avillez é fazer com que o BELCANTO ultrapasse o VILA JOYA e alcance a melhor classificação de sempre de um restaurante português.
Veremos se será já em 2020 – a resposta vai ser dada dia 2 de junho, na cerimónia anual que, desta vez, decorrerá em Antuérpia.
3. Segundo restaurante… estrelado
O terceiro grande desafio de José Avillez para 2020 tem que ver com o portfolio dos seus restaurantes.
E resume-se à resposta a estas questões:
– A seguir ao BELCANTO, qual é o melhor restaurante de José Avillez?
– Qual é (gastronomicamente) o segundo restaurante de José Avillez?
– Um turista que venha a Lisboa, que queira conhecer a cozinha de José Avillez e que não possa (ou não consiga) ir ao BELCANTO, a que restaurante deve ir?
– Para além do BELCANTO, que restaurante de José Avillez devemos recomendar a quem nos pede um conselho?
– A que outro restaurante de José Avillez pode (ou deve) o guia Michelin dar uma estrela?
Ora, a resposta a todas estas questões não é fácil.
José Avillez tem muitos restaurantes.
Mas não tem um indiscutível segundo restaurante!
Pela comida, seria o BECO. Mas um “cabaret gourmet” não é conceito para toda a gente. E parece difícil a Michelin ir dar uma estrela a esse formato. Aliás, basta ver que a TABERNA e o PÁTEO do BAIRRO DO AVILLEZ são Prato Michelin 2020, mas o BECO não…
Houve uma altura, porém, em que esse segundo restaurante pareceu ser o MINI BAR – aqui e aqui. Mas, entretanto, Avillez até já replicou o conceito no Porto. Contudo, pelo menos, são ambos Prato Michelin.
Quanto ao CANTINHO DO AVILLEZ, cronologicamente o primeiro projeto do chef no Chiado após ter saído do TAVARES, não tem sequer Prato Michelin em 2020 e há muito que não parece ser esse tal restaurante n.º 2. Até porque já há quatro “CANTINHOS” – Chiado e Parque das Nações, em Lisboa; Cascais (Prato Michelin 2020); e Porto (Prato Michelin 2020).
Já este ano, pensou-se que esse restaurante pudesse ser o novo conceito lançado para o antigo espaço do BELCANTO – a tal surpresa de dia 21 – mas afinal o CANTO, com Ana Moura e António Zambujo, é um projeto mais musical do que gastronómico, que atualiza a oferta das Casas de Fado e em que José Avillez volta a trabalhar conceitos já testados no BECO (café-concerto) e na entretanto fechada CANTINA ZÉ AVILLEZ (cozinha tradicional portuguesa).
Sendo certo que os diversos restaurantes de cozinha do mundo do universo Avillez também não têm esse perfil de second best.
De modo que, em todo este vasto portfolio de José Avillez, continua a faltar um segundo restaurante, um restaurante n.º 2, um restaurante abaixo do BELCANTO mas gastronomicamente ambicioso, focado na comida e que (independentemente das decisões que o Guia a cada ano tome sobre a terceira estrela) mereça, de caras e por si só, uma estrela Michelin.
Aliás, tal não sucede só com José Avillez. Por exemplo, de todos os chefs que lideram restaurantes portugueses com duas estrelas Michelin, aquele que parece mais perto de poder ter um segundo restaurante “estrelável” é, curiosamente, aquele que foi o último a chegar ao “clube”. Ou seja, Rui Paula, com os DOP e DOC.
Mas, relativamente a José Avillez, sente-se que chegou a hora de o chef voltar a apostar num projeto verdadeiramente gastronómico.
O BELCANTO está consolidado, tem uma identidade forte, acabou de mudar de instalações e é um dos 50 melhores do mundo.
Vai certamente continuar o seu caminho ascendente.
Pelo que já não há o risco de um novo projeto gastronómico poder canibalizar o BELCANTO.
Bem pelo contrário – se José Avillez conseguisse ter um segundo restaurante gastronómico forte, isso seria um excelente impulso para a atribuição da terceira estrela à sua joia da coroa.
Fotografias: 2 e 4 - La Guía Michelin / 3 - The World's 50 Best Restaurants
Ver também:
BELCANTO
Rua Serpa Pinto, 10-A, Lisboa, Portugal
Chef José Avillez
Rui Paula e os chefes dos 5 novos 2** espanhóis
Acabaram de ser anunciadas em Sevilha as estrelas do Guia Michelin Espanha & Portugal 2020.
Em Portugal, as novidades para o próximo ano são um novo duas estrelas (CASA DE CHÁ DA BOA NOVA) e quatro novos restaurantes com uma estrela (EPUR, FIFTY SECONDS, MESA DE LEMOS, VISTAS), a par da perda de uma estrela em três estabelecimentos (HENRIQUE LEIS, L’AND VINEYARDS, WILLIE’S).
Já em Espanha, há um novo três estrelas (CENADOR DE AMÓS), cinco novos duas estrelas e dezanove novos uma estrela.
Deste modo, a seleção Michelin para Portugal em 2020 é a seguinte:
Duas estrelas:
– ALMA (Lisboa, chef Henrique Sá Pessoa)
– BELCANTO (Lisboa, chef José Avillez)
– CASA DE CHÁ DA BOA NOVA (Leça da Palmeira, chef Rui Paula) – NOVIDADE
– IL GALLO D’ORO (Funchal, chef Benoît Sinthon)
– OCEAN (Armação de Pera, chef Hans Neuner)
– THE YEATMAN (Vila Nova de Gaia, chef Ricardo Costa)
– VILA JOYA (Albufeira, chef Dieter Koschina)
Uma estrela:
– A COZINHA (Guimarães, chef António Loureiro)
– ANTIQVVM (Porto, chef Vítor Matos)
– BON BON (Carvoeiro, chef Louis Anjos)
– ELEVEN (Lisboa, chef Joachim Koerper)
– EPUR (Lisboa, chef Vincent Farges) – NOVIDADE
– FEITORIA (Lisboa, chef João Rodrigues)
– FIFTY SECONDS BY MARTÍN BERASATEGUI (Lisboa, chef Martín Berasategui, chef executivo Filipe Carvalho) – NOVIDADE
– FORTALEZA DO GUINCHO (Cascais, chef Gil Fernandes)
– G POUSADA (Bragança, chef Óscar Gonçalves)
– GUSTO BY HEINZ BECK (Quinta do Lago, chef Heinz Beck, chef executivo Libório Buonocore)
– LAB BY SERGI AROLA (Sintra, chef Sergi Arola, chef executivo Vladmir Veiga)
– LARGO DO PAÇO (Amarante, chef Tiago Bonito)
– LOCO (Lisboa, chef Alexandre Silva)
– MESA DE LEMOS (Viseu, chef Diogo Rocha) – NOVIDADE
– MIDORI (Sintra, chef Pedro Almeida)
– PEDRO LEMOS (Porto, chef Pedro Lemos)
– SÃO GABRIEL (Almancil, chef Leonel Pereira) – No dia 22/11/2019 anunciou o encerramento definitivo
– VISTA (Portimão, chef João Oliveira)
– VISTAS (Vila Nova de Cacela, chef Rui Silvestre) – NOVIDADE
– WILLIAM (Funchal, chef Luís Pestana)
Rui Silvestre, Vincent Farges, Diogo Rocha e Martín Berasategui entre os chefes dos novos restaurantes 1* 2020 Espanha & Portugal
Nota ainda para o anúncio de seis novos restaurantes portugueses Bib Gourmand (excelente relação qualidade/preço até 30€) num total de trinta e cinco: CASA CHEF VICTOR FELISBERTO (Abrantes), IN DIFERENTE (Porto, chef Angélica Salvador), LE BABACHRIS (Guimarães), SARAIVA’S (Lisboa), SOLAR DO BACALHAU (Coimbra) e TABERNA Ó BALCÃO (Santarém, chef Rodrigo Castelo).
Fotografias: Facebook @laGuiaMichelin
Ver também:
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.