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João Paulo Gouveia, partindo do Dão para explicar o factor altitude
Se só devemos falar em “vinhos de altitude” quando o factor altitude fizer efectivamente a diferença…
… em que é que se manifesta essa diferença originada pela altitude?
A resposta, simples e directa, é a de que a altitude permite fazer vinhos mais frescos e com maior acidez – características actualmente muito valorizadas (e procuradas) nos vinhos.
Embora naturalmente o factor altitude não seja o único factor a ter conta nem possa ser visto isoladamente – há todo um conjunto de outros factores (solo, clima, etc.) que influenciam o resultado final de um vinho.
Questão diferente é perceber por que é que a altitude é um factor que contribui para que os vinhos sejam mais frescos e tenham maior acidez.
Estando a principal resposta na temperatura:
– na temperatura média, que desce à medida que vamos subindo em altura;
– e também na amplitude térmica, maior em altitude, com as noites a serem mais frias nas zonas altas.
Mas não é só a circunstância de as zonas altas serem menos quentes.
A altitude também influencia a pluviosidade, as horas de sol, a qualidade e quantidade da radiação solar (em altitude, a radiação é menor mas há uma quantidade mais elevada de raios ultravioletas, porque a radiação percorre uma distância menor da atmosfera), os solos (e subsequentemente a alimentação hídrica e mineral da planta), a humidade (que é menor nas zonas altas, o que contribui para que o clima seja menos ameno e as amplitudes térmicas maiores), etc.
E depois depende sempre de terroir para terroir… e de produtor para produtor.
O que é seguro é que, como defendeu João Paulo Gouveia, a viticultura de altitude é uma forma que os produtores têm de contornar os inconvenientes das alterações climáticas e da inexorável tendência para o aquecimento global.
(Parte II – Continua)
Ver também:
Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença
Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014
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