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Húmus Shakshuka, com pão pita... para fazer de colher
A globalização vai-nos colocando à porta de casa quase todas as cozinhas do mundo.
Mas, por vezes, a barreira cultural é tão forte que, para comermos – e apreciarmos – devidamente essas cozinhas, temos também que mudar o nosso próprio modo de comer!
Ou seja, essa comida é de tal forma diferente da nossa… que até tem que ser comida de uma outra forma!
Um exemplo óbvio é o sushi, que, parece inegável, só faz sentido se comido à mão ou com pauzinhos – de garfo e faca, ou com colher, manifestamente, não tem o mesmo sabor.
Porém, o mesmo sucede com a agora tão na moda cozinha do médio oriente, geograficamente perto da nossa, mas culturalmente muito distante.
Claro que as pitas são comidas como as nossas sandes.
Mas o mesmo já não se passa, por exemplo, com aquela cremosa pasta de grão chamada húmus.
Quer quando o humús é servido nos restaurantes como couvert.
Quer também, como sucede nomeadamente no novo Hummusbar do Mercado de Campo de Ourique, em Lisboa, quando o humús é um prato bem cheio, com um topping à escolha – há desde a Shakshuka israelita à Salada Turca, passando pelos cogumelos, os falafel ou o tahini (pasta de sésamo) – e que vem servido com dois pães pita ainda quentes.
Com efeito, apesar de haver talheres para quem queira e de existir quem o barre no pão como se fosse manteiga ou o coma como uma sopa, só há uma forma de comer o húmus de modo a apreciá-lo devidamente: é cortar grosseiramente um pequeno pedaço de pita e mergulhá-lo na pasta… como se fosse uma colher, tentando apanhar a maior quantidade de húmus possível!
Só assim, com pequenos pedaços de pita e muito húmus, é que o húmus vai verdadeiramente saber a húmus!
Do mesmo modo que o sushi só sabe a sushi quando o comemos à mão ou com pauzinhos!
Daí ser tão importante que – tal como os restaurantes orientais pedagogicamente nos ensinaram a não usar garfo e faca – todos estes novos restaurantes do médio oriente, para além de servirem a sua comida, nos expliquem também o modo como ela deve ser verdadeiramente apreciada.
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