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Michelin adiou a saída do guia “Main Cities of Europe 2020”, previsto para o passado mês de março
Numa altura em que se discute o que a Michelin irá fazer relativamente aos guias de 2021, há, porém, países que ainda estão em 2019.
Efetivamente, apesar de em meados do mês passado o diretor de comunicação da Michelin Espanha e Portugal, Ángel Pardo, ter assegurado taxativamente que “a edição de 2021 não corre nenhum perigo”, depois, o responsável máximo de todos os guias, Gwendal Poullennec, foi bastante mais prudente, não se comprometendo nem com datas nem com prazos. E agora, em França, continua a especulação à volta da edição do guia de 2021. Nos bastidores da indústria, fala-se que, com os restaurantes fechados e com as dificuldades que os inspetores terão em viajar mesmo após a reabertura, o guia francês de 2021 poderá talvez ser transformado em algo diferente do habitual, nomeadamente, num movimento de apoio aos restaurantes e aos chefes. Até porque, como as estrelas francesas foram anunciadas no final de janeiro, os vencedores (e em especial os novos estrelados), por causa do vírus, quase não desfrutaram dessa conquista. Na verdade, algo semelhante ao que se passou em Portugal com o CASA DE CHÁ DA BOA NOVA, EPUR, FIFTY SECONDS, MESA DE LEMOS e VISTAS – de facto, Rui Paula, Vincent Farges, Martín Berasategui (e Filipe Carvalho), Diogo Rocha e Rui Silvestre mal tiveram tempo de saborear as novidades do guia de 2020, pois o mundo, entretanto, mudou completamente.
Porém, apesar de todas estas dúvidas para 2021, há países que continuam em 2019.
Há países cujas últimas estrelas recebidas são ainda as de 2019.
Com efeito, a política da multinacional francesa é a de espaçar ao longo do ano o lançamento de cada um dos guias, de modo a que estejam sempre a surgir novas notícias suas sobre cada um dos diversos mercados onde opera e, também, de modo a permitir a circulação de inspetores entre guias, a fim de que cada um dos inspetores possa participar em vários guias.
Sendo, portanto, natural, ao longo do ano, uns lançamentos ocorrerrem antes de outros.
Por exemplo, o Brasil, sem surpresa, ainda está em 2019 – se for mantido o calendário seguido o ano passado, as estrelas de 2020 do Rio de Janeiro e de São Paulo só chegarão em maio.
Tal como a Califórnia, cujo guia 2019 saiu em junho.
E Singapura, que o ano passado teve o guia anunciado em setembro.
Todavia, também Taipé ainda está em 2019, apesar de o guia de 2019 ter então saído no início do mês de abril transato – até à data, a edição de 2020, que a Michelin tinha anunciado que este ano incluiria igualmente a cidade de Taichung, de modo a ser um guia “Taipé e Taichung”, continua sem sair.
E, claro, há o notório caso do lançamento do guia “Main Cities of Europe 2020”, que a Michelin tinha anunciado para este mês de março, mas que, até ao momento, continua sem acontecer.
Sendo este guia de cidades especialmente importante para os países europeus que – ao contrário de Portugal, Espanha, França, etc. – não estão incluídos em qualquer outro guia.
Ou seja, há um conjunto de países europeus que, com o adiamento deste guia, também acabam por ter que continuar com as classificações de 2019.
Concretamente, são:
– Áustria, país que tem um 3*** em Viena (o AMADOR) e que, entretanto, anunciou a reabertura de todos os restaurantes para o dia 15 de maio;
– Grécia;
– Hungria;
– República Checa; e
– Polónia.
Março de 2020, a anunciada data (na app “Guía Michelin Europa 2020”) de lançamento do guia “Main Cities of Europe 2020” – algo que continua por acontecer
Tudo isto, pois, para mostrar que as grandes decisões que a Michelin tem que tomar neste atual cenário de pandemia não se resumem apenas à preparação (ou não) dos guias de 2021.
Ao contrário do que sucede em Portugal – cujos resultados já foram anunciados em novembro – há ainda muitos países, bem como muitos restaurantes e muitos chefes, que continuam a aguardar pelos guias e pelas estrelas de… 2020.
Fotografia: Michelin
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