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Chef Luís Gaspar
Luís Gaspar, o chef da steakhouse SALA DE CORTE, em Lisboa, assina agora mais um projeto do Grupo Multifood na capital portuguesa.
Chama-se BIG FISH POKE.
E é um bar de poke, o famoso prato de cubos de peixe fresco e arroz tépido da cozinha havaiana, servido em taças.
Mas, aqui, com uma forte influência asiática.
O que se reflete, desde logo, num grande foco no produto, no produto de qualidade – o qual foi objeto de um aprofundado trabalho de pesquisa, desde o arroz, que é especial e vem do Japão, até ao peixe, todo ele português exceto o salmão.
Para além disso, a inspiração asiática está também presente no próprio formato do restaurante – essencialmente um balcão, o que, aliás, propicia uma enorme proximidade e interação com os clientes.
E depois existe ainda toda uma série de pormenores de elevado requinte, como a loiça feita à medida, os copos Riedel, os guardanapos de linho ou os pauzinhos que não são descartáveis.
Já para não falar, claro, da qualidade da decoração e – muito importante – da iluminação, que permite criar dois ambientes completamente distintos: durante o dia o espaço é amplo e luminoso, com imensa luz natural; à noite, fica bem mais intimista.
E também do facto de, tal como já sucedia na SALA DE CORTE, aqui o chef executivo Luís Gaspar ter igualmente abaixo de si um chef residente – no BIG FISH POKE o papel é assumido por Filipe Narciso, que antes já tinha trabalhado com José Avillez no MINI BAR.
Ou seja, estamos bastante longe daqueles restaurantes de poke mais americanizados e de fast food.
No BIG FISH POKE a aposta é antes, claramente, na qualidade.
20 lugares ao balcão…
… e mais duas mesas, com 4 lugares cada uma – ou seja, 28 lugares no interior, o mesmo número da primeira SALA DE CORTE
De tal forma que, fazendo a ponte para um registo fine dining, Luís Gaspar começa todas as refeições no BIG FISH POKE com a simpática oferta de um snack de boas-vindas.
O qual é também uma oportunidade para mostrar ao cliente o alinhamento do restaurante com as tendências do momento, nomeadamente com as melhores práticas da cozinha sustentável e da redução de desperdícios.
Com efeito, nos pokes – um prato essencialmente de peixe e arroz – há sempre duas sobras recorrentes: o peixe e o arroz.
O arroz, porque tem que haver permanente arroz pronto a ser utilizado, acabando por sobejar.
E o peixe, porque no poke o corte é em cubos – logo, há necessariamente aparas.
Daí que o snack do BIG FISH POKE, embora vá variando todos os dias consoante a inspiração do chef e os produtos disponíveis, seja sempre, na sua essência, uma cracker de arroz com aparas de peixe.
Desta vez, era de corvina.
E – como acontece com a cozinha de Luís Gaspar – estava um conjunto muito completo e equilibrado.
Fresco, crocante, acidulado.
Snack | Corvina, arroz, maçã, aipo, abacate, milho frito
Grande aposta do BIG FISH POKE é também o sake.
Desde logo, os sakes premium.
Mas também outras formas de beber sake.
Pelo que, para aperitivo, a escolha foi um leve e refrescante “espumante de sake” japonês.
Aperitivo | MIO SPARKLING SAKE
Apesar do foco da carta ser o poke, é possível escolher previamente três entradas.
Sendo uma ótima ideia começar pela quente e aconchegante sopa de miso, feita com dashi de cogumelos shitake e alga kombu.
E à qual Luís Gaspar também junta cogumelos enoki, rabanetes e coentros.
Para depois finalizar com óleo de sésamo tostado.
Muito umami.
Sabores tostados e terrosos.
E ainda uma surpresa final de Luís Gaspar!
No fundo da taça – propositadamente omitida na descrição do prato constante da carta – esconde-se uma gema de ovo curada em soja, bastante cremosa!
Entrada | MISO – Dashi de shitake, alga kombu, óleo de sésamo tostado e cogumelos enoki
Outra entrada a não perder são vieiras.
Primeiro curadas e depois levemente braseadas.
E a seguir trabalhadas com Dynamite Aioli, um aioli picante, com molho de sésamo e com lima kaffir.
Sendo finalizadas já à frente do cliente.
Primeiro, com molho XO, um complexo molho fermentado, feito a partir nomeadamente de vieiras e camarões, que estava picante e pleno de umami.
E, a seguir, com um crocante de arroz japonês.
O resultado é um prato muito leve e elegante, com sabores fortes e com um excelente jogo de texturas!
Entrada | SASHIMI SCALLOPS XO – Vieiras braseadas, XO, dynamite aioli, molho de sésamo e lima kaffir
Dos nove pokes fixos do BIG FISH POKE, há um especialmente estimulante.
Precisamente aquele em que Luís Gaspar mais se afasta do registo tradicional, para incluir sabores portugueses!
Chama-se “Blue Ocean”, dado ser feito com cavala, um peixe azul.
E é finalizado com muxama de atum ralada!
Poke | BLUE OCEAN – Cavala, arroz yumenishiki, edamame, creme de abacate, cebola-roxa, muxama, sweet chili sauce e cebola crocante
Com o poke, a nossa companhia foi um cocktail, cuja carta tem a assinatura de Fernão Gonçalves, o criativo chefe de bar do restaurante PESCA de Diogo Noronha.
Neste caso, um Mai Tai... diferente!
Tem rum, lima e abacaxi.
Mas, em vez do tradicional xarope de amêndoa, Fernão Gonçalves usa antes amendoim!
Sendo o cocktail depois finalizado com um spray de rum plantation overproof!
Cocktail | MAI TAI DE ABACAXI E AMENDOIM
Das três sobremesas de Luís Gaspar para o BIG FISH POKE, a mais conceptual de todas é a de chocolate.
Tem o nome de Kilauea.
E recria visualmente esse vulcão activo do Havai!
Na base, uma mousse e um bolo, bastante leves, ambos de chocolate, cortados por um subtil creme de iogurte e wasabi que dá uma enorme frescura ao conjunto.
No topo, carvão ativado – em crocante, e com notas caramelizadas, fazendo lembrar as rochas vulcânicas; e também em pó, representando as cinzas do vulcão.
Mais uma vez – como é timbre da cozinha de Luís Gaspar – imenso sabor, enorme equilíbrio e um excelente jogo de texturas!
Sobremesa | CHOCOLATE KILAUEA – Chocolate 70% Equador, wasabi, iogurte e sal negro do Hawaii
A acompanhar o chocolate, um interessante pairing com notas de frutos vermelhos.
Mas num registo completamente diferente do que encontramos, por exemplo, na clássica harmonização com Vinho do Porto.
Aqui é antes um sake… com sumo de ameixa!
E também com folhas de shiso encarnadas, que, para além de acentuarem a cor, dão igualmente frescura e cortam o doce da fruta.
Licoroso | SHISO UMESHU
A terminar, em alternativa aos chás da Companhia Portugueza do Chá – que também podem acompanhar a refeição – a escolha foi um café.
Café expresso
Tendo, no final, sido possível perceber que o BIG FISH POKE, mais do que um restaurante de pokes, é um restaurante de Luís Gaspar.
Restaurante esse, neste caso, muito focado nos pokes.
Mas, para além de não ter apenas pokes, o que faz verdadeiramente a diferença não é o tanto o poke em si mas a cozinha rigorosa e perfeccionista de Luís Gaspar, cujo fio condutor de sabor/equilíbrio/texturas se sente ao longo de todos os pratos – das entradas às sobremesas, passando pelos pokes – e também no próprio espaço, no cuidado do projeto e na atenção aos detalhes, bem como na existência novamente de um grande balcão. Grande, em qualidade. Aliás, os balcões de Luís Gaspar vão continuar a dar que falar...!
Pelo que, de facto, o BIG FISH POKE não é o restaurante de pokes da Multifood.
É o restaurante de Luís Gaspar em que o chef trabalha, de modo especial, os pokes.
E a que dá gosto voltar!
Até breve!
Também é possível ficar na esplanada
BIG FISH POKE
Ver também:
BIG FISH POKE
Rua da Moeda, 1-G, Lisboa, Portugal
Chef executivo Luís Gaspar, Chef residente Filipe Narciso
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