Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Julien Royer, chef do ODETTE, em Singapura, “The Best Restaurant in Asia 2019 & 2020”... e os patrocinadores dos “Asia’s 50 Best Restaurants”
Um pormenor que salta sempre à vista nestes eventos dos 50 Best – seja na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, seja nos rankings regionais da Ásia e da América Latina – é a força das empresas espanholas.
Por exemplo, atualmente cerca de metade dos “partners” dos 50 Best são espanhóis:
• O banco oficial dos 50 Best é espanhol – o BBVA;
• A cerveja oficial dos 50 Best é espanhola – a Estrella Damm;
• O vinho oficial dos 50 Best é espanhol – o Beronia, da Rioja;
• O gin oficial dos 50 Best é espanhol – o Gin Mare;
• O presunto oficial dos 50 Best é espanhol – o Cinco Jotas;
• E até o fornecedor oficial de “ingredientes para chefs” é espanhol – a Sosa.
Porém, é enganador pensar que essa força das empresas espanholas é apenas financeira. Claro que a vertente financeira conta. Mas há uma outra dimensão que também é necessário existir – e que em Espanha existe. A vontade. É necessário haver uma vontade estratégica de investir na gastronomia.
De facto, os restaurantes espanhóis têm a felicidade de no seu país existirem muitas empresas que apostam fortemente na gastronomia.
Que apostam na gastronomia não para “prestar apoio”, não por caridade, não por mecenato, mas simplesmente porque entendem que – para elas próprias e para o seu próprio negócio – essa é a melhor estratégia!
Tal como há mais de cem anos – para felicidade dos restaurantes franceses (e não só) – houve uma empresa de pneus francesa que resolveu apostar na gastronomia para vender os seus produtos. E começou a fazer guias.
Tal como hoje em dia há empresas, portuguesas e não só, que – para felicidade de desportistas e de músicos – têm antes a estratégia de apoiar eventos desportivos (futebol e não só) ou concertos ao vivo.
Daí que, nestes dias difíceis e de completa imprevisibilidade – em que todos os restaurantes espanhóis estão encerrados e não sabem quando poderão reabrir – alguns deles tenham uma força adicional. A força das empresas espanholas. A força das empresas espanholas que neles investiram. A força das empresas espanholas que fizeram deles seus embaixadores. E que – naturalmente pela ligação emocional, mas também, claro, para não perderem o investimento que já efetuaram – têm um interesse direto (e ativo) em que os chefes e restaurantes seus embaixadores resistam. Resistam e recuperem.
Fotografia: Asia’s 50 Best Restaurants
Ver também:
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.