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Na segunda das quatro edições especiais da Revista que o semanário Expresso está publicar para a comemorar os 40 anos da sua fundação – uma por década – o crítico gastronómico José Quitério, antes de partir para uma análise crítica actual de um restaurante ainda existente que simbolizasse essa década (tendo a escolha recaído no PAP’AÇORDA), faz previamente, na sua prosa tão característica, uma síntese dos “factos e fastos gastronómicos dos anos 80”.
Disponível integralmente na edição em papel de 16/6/2012 e também para os assinantes da versão digital, aqui fica o excerto relativo aos restaurantes dessa deliciosa síntese de José Quitério:
“(…) frenética foi a abertura, pelo menos nas grandes cidades, de novos restaurantes.
Movimento que já vinha da década anterior, quando muitos retornados das ex-colónias se lançaram na restauração como modo de ganhar a vidinha. O boom adquiriu novos contornos, protagonizado por artistas de belas e malas-artes, mundanos(as), futebolistas, modelos, trapistas, cantantes, curiosos, gente d’algo, mercadores, além, claro, dos profissionais bem ou mal preparados. À inevitabilidade de refeiçoar perto do local de trabalho, em tempo escasso e dinheiro curto, correspondeu a importação da fast-food aliada a essa moderna versão da manjedoura que é o come-em-pé. Assim surgiram burundangas deploráveis, já que não fomos capazes, como os vizinhos espanhóis, de ressuscitar tascas e petiscos em suas qualidades e dignidade perdidas.”
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