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Será que para um grande prato o mais adequado é um grande vinho?
Ora aqui está um segredo económico: a resposta é NÃO.
À primeira vista, poderia parecer que quanto melhor fosse o prato, melhor teria que ser o vinho. E mais caro.
Mas não é assim. O vinho mais adequado a um grande prato não é necessariamente o melhor vinho nem o mais caro.
O segredo da harmonização é antes o de escolher um vinho que realce o prato, que o valorize, que permita que ele brilhe em todo o seu esplendor.
Com efeito, a má harmonia entre a comida e o vinho não se dá apenas nos casos em que o vinho não tem qualidade e anula o prato. Se o vinho, mesmo sendo bom, se impuser em demasia e não deixar o prato brilhar como seria suposto, também não está a cumprir a sua missão.
Da mesma forma aliás que só se consegue apreciar verdadeiramente um grande vinho se este não estiver encoberto pela comida. Conforme escreveu, por exemplo, João Paulo Martins na Revista do Expresso de 18 de Fevereiro de 2012:
“À mesa, o grande vinho não deve ser ofuscado pelo grande prato.
Há que escolher um prato simples para que toda a atenção seja dedicada ao vinho.
O contrário também é verdade se a confecção é exigente e sofisticada.
Por isso nada de tentações de pôr tudo no mesmo saco; escolha a qual dos items vai dar a primazia e o sucesso será assegurado.”
Ou seja, harmonizar comida e vinho é pôr um deles ao serviço do outro – não é equilibrar níveis de qualidade, sofisticação ou preço.
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