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Enólogo Diogo Lopes, chef André Cruz e Bernardo Alves, diretor-geral da AdegaMãe, com o novo Terroir Branco 2016
Quanto mais raro, mais valioso – geralmente é essa a regra.
Ora, no universo da restauração, se há algo que praticamente não existe (e que raramente é disponibilizado ao público) é a cozinha do n.º 2 – o n.º 2 (seja ele chamado de “subchefe” ou de “chefe executivo” ou de “chefe residente” ou inclusivamente de “braço direito do chefe”, a denominação vai variando) até colabora no processo criativo e inclusivamente costuma ser aquele que, de facto, manda no dia-a-dia da cozinha, para não dizer que é quem verdadeiramente cozinha; porém, quando faz, executa a cozinha do n.º 1.
Daí ser tão valiosa a circunstância rara de termos um segundo a cozinhar em nome próprio e a apresentar a sua própria cozinha!
Daí ser tão valiosa a circunstância rara de conhecermos a assinatura de quem habitualmente não assina!
Foi essa a génese do Sangue na Guelra, a de mostrar a cozinha dos subchefes, embora entretanto o evento já tenha evoluído para uma outra realidade. Foi igualmente esse o encanto, por exemplo, de termos tido David Jesus, do BELCANTO, a criar o tártaro de janeiro de 2016 da TARTAR-IA. E seria essa também, para citar um caso da atualidade, a beleza de o BON BON dar a conhecer o menu com que, ontem mesmo, o subchefe Ricardo Luz venceu o concurso Chefe Cozinheiro do Ano de 2019.
Tendo sido também essa a tão fascinante quanto estimulante situação que aconteceu no evento de celebração dos 8 anos da AdegaMãe (e que serviu igualmente para a apresentação dos seus novos topos de gama, os Terroir).
Com efeito, o escolhido para cozinhar no enoturismo da AdegaMãe foi André Cruz, o n.º 2 de João Rodrigues no FEITORIA, do Altis Belém!
O qual apresentou a sua própria cozinha de autor!
Não foi a primeira vez que o fez, mas para nós foi uma estreia – e bastante auspiciosa!
Naturalmente, a comida estava pensada para fazer brilhar o vinho.
Mas, ainda assim, deu para perceber que é uma cozinha poderosa, com André Cruz a não ter medo de usar sabores fortes – como as línguas e os sames de bacalhau ou a mão-de-vaca.
E, melhor ainda, num registo minimalista – o que é um elogio – e com bastante maturidade.
Para além de André Cruz, como seria de esperar, demonstrar um enorme domínio técnico e um grande controlo dos pontos de confeção.
Foi, pois, uma extraordinária descoberta!
AdegaMãe Espumante Blanc de Blancs Bruto 2016
Pastéis de bacalhau com creme de alho negro
Vinhos atlânticos
Mesa com vista para a adega
8 anos e os novos Terroir
Pão de centeio e broa de milho…
… com azeite
AdegaMãe Viosinho branco 2018
Tártaro de gamba do Algarve alimada – bastante equilibrado em termos de acidez e até com notas levemente doces – e avelã em várias texturas, incluindo no molho servido já na mesa
AdegaMãe Terroir Branco 2016
Arroz, bastante cremoso, de línguas de bacalhau estufadas e fritas – tão cremoso e sedutor, aliás, que poucos bagos inteiros tinha
André Cruz cozinhando os cogumelos com o famoso Viosinho da AdegaMãe
AdegaMãe Terroir Tinto 2015
Cogumelos selvagens, espargos e gema – extremamente aromático e cremoso; o primeiro passo é envolver tudo
Lombo de novilho, mão-de-vaca – plena de sabor e de uma envolvente textura gelatinosa – e esparregado de nabiça
Depois do Terroir Tinto… regressa o Branco!
Dourada de mar assada, estufado de chuchu em brunesa e, escondidas na base, rodelas de carabineiro e cebolinho, sendo o poderoso molho feito com as cabeças dos carabineiros
Regresso ao início com o Espumante Blanc de Blancs
Texturas de leite de vaca, extraordinária sobremesa em torno de um único ingrediente
Entretanto a mesa pediu o regresso do emblemático Viosinho
Pastéis de feijão
André Cruz e Bernardo Alves
8 anos
Making-of da fotografia da jornalista Maria João Almeida, com a adega em fundo
João Alves – a quem agradeço ter tirado a fotografia que está no Instagram – e André Cruz
AdegaMãe
Ver também:
AdegaMãe
Ventosa, Torres Vedras, Portugal
Ricardo Luz no barco do BON BON, no verão de 2019
Ricardo Luz, 31 anos, subchefe de Louis Anjos no estrelado BON BON, no Algarve, que já tinha sido o concorrente mais pontuado nas finais regionais, confirmou todo o favoritismo e foi o grande vencedor da final nacional do concurso Chefe Cozinheiro do Ano de 2019.
Em segundo lugar, ficou Bruno Ribeiro, subchefe da 1300 TABERNA, em Lisboa. E em terceiro, João Pedro Santos, subchefe do THE YEATMAN, em Vila Nova de Gaia. Participaram igualmente na final António Queiroz Pinto, chefe do RESTAURANTE DE TORMES, em Baião, cuja sobremesa “Fatias do Freixo, Gelado de Queijo de Cabra e Pera Bêbada” lhe permitiu arrecadar o Prémio Helmut Ziebell, para o prato mais inovador do concurso; António Fernandes, subchefe do PORTO ROYAL BRIDGES HOTEL; e Wilson Costa, chefe do VALE D’OLIVEIRAS Quinta Resort & Spa, no Algarve.
Já na sua 30.ª edição, o Chefe Cozinheiro do Ano é a mais antiga e relevante competição de cozinha para profissionais em Portugal, tendo aberto as portas da carreira a nomes como Fausto Airoldi (1990), Henrique Mouro (2001), Vítor Matos (2003), Henrique Sá Pessoa (2005), João Rodrigues (2007), Tiago Bonito (2011), Louis Anjos (2012), António Loureiro (2014) ou Luís Gaspar (2017) – no ano passado, o vencedor foi Fernando Cardoso, da equipa de João Rodrigues, no FEITORIA.
Tendo o júri da final, que decorreu na Alfândega do Porto, sido presidido por António Bóia (JNĉQUOI) e constituído ainda por Alexandre Silva (LOCO), Dieter Koschina (VILA JOYA), Nuno Diniz, Paulo Pinto (HOTÉIS REAL), Helmut Ziebell e Orlando Esteves, bem como pelos jurados assistentes Fernando Cardoso (CCA 2018) e Onildo Rocha (COZINHA ROCCIA).
Consistindo a prova na preparação de um menu original composto por entrada, prato de peixe, prato de carne, prato tradicional de tacho e sobremesa.
Conforme anunciou a organização do concurso, Ricardo Luz apresentou: Caldeirada de Bacalhau com Ravioli de Sames e Língua (entrada); Salmonete e seus Fígados, Ervilhas e Milhos Fermentados [não serão antes “Aferventados”?] (prato de peixe); Arroz de Cherne e Gamba da Costa (prato tradicional de tacho); Presa de Porco, Rabo, Nabo e Couve (prato de carne); e Sericaia de Morangos e Poejos (sobremesa).
Um menu que seria bonito se o BON BON conseguisse apresentar aos seus clientes, pelo menos, num jantar especial comemorativo desta grande vitória – naturalmente, só no próximo ano, já que o restaurante encontra-se fechado para férias durante os meses de dezembro e janeiro.
Uma grande vitória, aliás, não apenas para o próprio Ricardo Luz, mas igualmente para o BON BON do empresário Nuno Diogo – no fundo, isto são tudo sinais, que se juntam ao da renovação da estrela Michelin, da qualidade do seu projeto gastronómico e de restauração.
E uma grande vitória também, claro, para Louis Anjos, um chefe que gosta de fazer escola e que dá sempre muito espaço às suas equipas para crescerem. E que hoje, na final, tinha inclusivamente dois cozinheiros seus em prova – Wilson Costa, atualmente no resort VALE D’OLIVEIRAS, também integrou durante vários anos as brigadas de Louis Anjos.
Notáveis ainda – em especial para quem conhece o Ricardo Luz – foram as declarações do presidente do júri. Contou António Bóia, citado pelo Observador, que “o Ricardo teve a prova mais regular. Dos seis finalistas foi aquele com maior consistência do início ao fim da prova e o que mais se destacou no sabor, na técnica e no desempenho profissional. Não há um prato nos cinco que se destaque porque todos seguiram um nível superior e coerente”. Ora, quem conhece o Ricardo sabe que este é o seu retrato perfeito: consistência, consistência, consistência. O Ricardo é uma autêntica máquina a cozinhar!
Muitos parabéns Ricardo!
Post Scriptum:
Bernardo Alves, diretor-geral da AdegaMãe, e o enólogo Diogo Lopes
Muitas vezes, o topo de gama é “apenas” o melhor vinho de um produtor – a única preocupação de quem o faz está somente na qualidade do resultado final.
Porém, como sucede com os enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes na AdegaMãe, quando se faz vinho como expressão do terroir, não basta ao topo de gama ser simplesmente o melhor, tem também que ser o que melhor expressa esse terroir, tem que ser a máxima expressão desse terroir!
Daí que o nome do topo de gama da AdegaMãe seja precisamente… “AdegaMãe Terroir”!
Ora, claro que o terroir da AdegaMãe, no Oeste e em plena Região dos Vinhos de Lisboa, tem muitas nuances – na verdade, são seis propriedades distintas, desde uma a apenas 10 km do mar até outras do lado de lá da Serra de Montejunto.
Porém, o fator que mais marca a identidade dos vinhos da AdegaMãe é claramente o clima fresco de forte influência atlântica. O qual é depois potenciado pela visão de Anselmo Mendes de ser a acidez a coluna vertebral de um vinho. De modo que os vinhos da AdegaMãe são, pois, essencialmente, vinhos atlânticos, vinhos da costa atlântica.
E os seus dois topos de gama – um branco e um tinto – são o expoente máximo desse perfil.
Só sendo produzidos em anos especiais.
E, como o objetivo é serem a tal expressão máxima do terroir, têm uma característica muito especial: as castas não contam! De uma edição para a outra, as castas podem mudar, não são o mais importante – são vinhos de assinatura, são vinhos de autor, em que o mais importante não é a composição do lote, é mesmo o perfil atlântico!
AdegaMãe Terroir Tinto 2015 e Adega Mãe Terroir Branco 2016
O Tinto é da colheita de 2015, sendo somente a sua segunda edição – a primeira foi de 2012. Maioritariamente Touriga Nacional, desta vez, confirmando que as castas do lote podem ir mudando, já não com Merlot mas com um pouco de Petit Verdot, acentuando-lhe a concentração de taninos e a acidez. Tem 48 meses de estágio, 18 deles em barricas novas de carvalho francês, mas com a madeira muito bem integrada. Muito complexo. Notas resinosas e de fruta preta. Acidez vibrante. Poderoso na boca. Ótima estrutura. Muito tânico. Ainda jovem. Vai continuar a evoluir em garrafa. Final longo. Gastronómico. 3274 garrafas. PVP 40 €.
Já o Branco é da vindima de 2016, sendo a sua terceira edição. Lote composto por Viosinho – a espinha-dorsal dos brancos da AdegaMãe – temperada com Arinto e com um pouco de Alvarinho (a casta emblemática de Anselmo Mendes). 3 anos de estágio, o primeiro deles em barricas novas de carvalho francês com bâtonnage, mas sem estar muito marcado pela madeira, e mais dois em garrafa, para crescer e para mostrar o seu verdadeiro caráter. Muito complexo. Mineral. Fumado. Muito marcante na boca. Volumoso. Untuoso. Acidez poderosa. Final salino. Muito gastronómico. Apenas 1761 garrafas, ainda menos do que as do Tinto – como Diogo Lopes explicou “a seleção foi feita barrica a barrica” e “com uma malha muito apertada”. PVP 40 € – se o Tinto já podia perfeitamente ser mais caro, o Branco então (marcado ao mesmo preço) está claramente a desconto.
A expressão máxima do Terroir da AdegaMãe, com assinatura dos enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes
Entretanto, depois da prova de ambos os vinhos – primeiro a solo e depois também à mesa, dando luta a um desafiante jantar preparado pelo chefe André Cruz de que aqui ainda iremos falar – e já que ambos, o Branco e o Tinto, são a expressão máxima do terroir da AdegaMãe, subsequentemente, um exercício interessante foi o de pensar qual destes dois vinhos, que foram lançados em simultâneo, qual deles é que melhor representa a AdegaMãe, qual destes dois vinhos é efetivamente a expressão máxima do terroir atlântico da AdegaMãe.
E a resposta, tudo ponderado, só pode ser uma: o Branco!
Entre os dois, o vinho que efetivamente melhor expressa a essência da AdegaMãe é o Branco.
O AdegaMãe Terroir Tinto é, sem dúvida, um vinho extraordinário, que funciona muitíssimo bem à mesa e que continuará a crescer em garrafa. Mas o Branco, confirmando aliás Lisboa como terroir de brancos, está noutro campeonato.
O AdegaMãe Terroir Branco 2016, tal como já tinha acontecido com o 2014, está seguramente entre os grandes vinhos brancos de Portugal!
AdegaMãe Terroir Branco 2016, um dos grandes brancos de Portugal
Ver também:
AdegaMãe
Ventosa, Torres Vedras, Portugal
Nas primeiras escadas após a entrada na AdegaMãe
Ver também:
AdegaMãe
Ventosa, Torres Vedras, Portugal
No ATLÂNTICO, Álvaro André e Miguel Laffan
Há um oceano que liga Portugal e o Brasil.
E nesta chuvosa noite de outono de início de novembro foi também o ATLÂNTICO a juntar os dois países.
Mais concretamente, o Miguel Laffan at ATLÂNTICO Bar & Restaurante.
Com efeito, o chefe português recebeu na sua cozinha Álvaro André, chefe da TASCA DO FILHO D’MÃE, no Rio de Janeiro, para um jantar, a quatros mãos, aberto ao público, de celebração da lusofonia, em que cada um dos chefes preparou três pratos – uma entrada, um prato principal e uma sobremesa.
Tendo o chefe brasileiro optado por prestar uma homenagem aos três principais povos que compõem o Brasil atual – “o africano [na entrada], o europeu [no prato de carne] e o indígena [na sobremesa]”.
Já Miguel Laffan foi por outro caminho. Efetivamente o chef cascalense pegou em grandes clássicos da cozinha brasileiro e recriou-os à sua maneira, incorporando-os… na sua própria forma de cozinhar! De modo que acabámos por ser testemunhas de um fascinante jantar em que a cozinha de Miguel Laffan… teve sotaque brasileiro – sabia mesmo a Brasil! Mas que, em simultâneo, era também, indiscutivelmente, a cozinha de sempre de Laffan – apesar de ter sabores diferentes daqueles que o chefe habitualmente trabalha, tinha aquela leveza e aquela elegância que a carateriza e que a identifica! Ou seja, ao mesmo tempo, tão brasileiro e tão Laffan!
Para começar, creme de feijão-preto – cortado por um cítrico crème fraîche e por uma levíssima telha de… pastel de vento!
Depois moqueca – com um bacalhau de cura tradicional portuguesa a lascar (Laffan trabalha sempre muito bem o bacalhau) e com ligeiras notas de pimenta!
Por fim, Romeu e Julieta, a tradicional sobremesa brasileira de queijo e goiabada, aqui numa levíssima e deliciosa recriação de Miguel Laffan a partir da sua emblemática Mousse de Queijo Chèvre!
Tudo isto numa noite em que as harmonizações vínicas ficaram por conta da Quinta da Casa Amarela, no Douro, e da Casa de Cello, produtor com presença no Dão (Quinta da Vegia) e nos Vinhos Verdes (Quinta de Sanjoanne).
I – APERITIVOS NO BAR
Pão de Queijo
Branco e Rosé
Quinta de Sanjoanne Terroir Mineral Branco 2017 e Casa Amarela Rosé 2018
II – BOAS-VINDAS
Anfitrião Miguel Laffan dando as boas-vindas às mesas
III – ENTRADAS
Chef Miguel Laffan – Creme de feijão-preto, crème fraîche, raspa de laranja e pastel de vento
Quinta de San Joanne Escolha Branco 2014
Chef Álvaro André – Camarão crocante com creme de bobó
Casa Amarela Grande Reserva Branco 2018
IV – PRATO DE PEIXE
Chef Miguel Laffan – Moqueca de bacalhau com pimenta de cheiro e quiabos em tempura
Quinta da Vegia Vinha de Santa Ana Branco 2016
V – PRATO DE CARNE
Chef Álvaro André
Chef Álvaro André – Barriga de porco “pururuca”, carpaccio de maçã-verde e caipirinha sólida
Quinta da Casa Amarela Elísio Tinto 2016
VI – SOBREMESAS
Chef Álvaro André – Bolo de fubá com cocada de erva-doce
Produtor João Pedro Araújo, da Casa de Cello…
… proprietária da Quinta de Sanjoanne
Sanjoanne Passi Vinho Branco Doce
Chef Miguel Laffan – Romeu e Julieta, com queijo chèvre e goiaba
Quinta da Casa Amarela Vintage Porto 2017
Carla Fontes (InterContinental Cascais-Estoril), Gil Elísio Guerreiro (Quinta da Casa Amarela), Chef Miguel Laffan (ATLÂNTICO)
Ver também:
Miguel Laffan at ATLÂNTICO Bar & Restaurante
Avenida Marginal, 8023, Monte Estoril, Portugal
Chef Miguel Laffan
Leonel Pereira em 2014 no agora encerrado SÃO GABRIEL
Leonel Pereira decidiu dar um novo rumo à carreira.
No mês passado, o chefe já tinha anunciado a abertura, para fins de janeiro, do CHECK-IN FARO, um novo e mais informal restaurante no centro da capital algarvia.
E hoje no Facebook – somente dois dias após a renovação da estrela Michelin para 2020 e adiantando esperar ter novidades sobre um novo projeto fine dining ainda antes do verão – Leonel Pereira deu o passo seguinte e comunicou o encerramento do SÃO GABRIEL:
«Em meu nome e do do Meu “Partner” Delfim João, queremos agradecer em primeiro lugar, a toda a nossa equipa por mais um ano de renovação da ⭐️ (7anos). Obrigado!🙏🙏 Por outro lado, aos nossos (fiéis) clientes que incansavelmente, nos seguiram ao longo destes sete anos. Obrigado!🙏🙏
Agora o mais difícil;
Aproveito o post, para informar que o Restaurante São Gabriel foi vendido. Como tal, chegou ao fim de uma existência de 30 anos como “fine-dining” onde 26 deles foram estrelados!
Já na próxima estação, abrirá com nova gerência, onde o conceito (segundo a informação dos novos proprietários) será asiático e sem ambição de estrelas.
A eles, desejamos as maiores felicidades e sucesso profissional para esta caminhada que vão iniciar.🥂
Quanto a nós, iremos abrir o já apresentado “CHEK-in Faro” em finais de janeiro. Esperamos ter novidades (sobre a transição do actual conceito São Gabriel) antes do próximo verão!
MUITO OBRIGADO DO FUNDO DO CORAÇÃO, A TODOS AQUELES QUE CONNOSCO SE CRUZARAM (PELAS MAIS DIVERSAS RAZÕES) AO LONGO DESTES 7 ANOS! BEM HAJAM🤗🤗🤗
#donotcopyuseyourbrain 🤯🤫
#continuamosanavegar 🚣🏽♀🚣🏽»
Com esta decisão, Portugal perde mais uma estrela Michelin.
E o Algarve também – em 2020, a região fica com apenas seis restaurantes estrelados: VILA JOYA (chef Dieter Koschina) e OCEAN (chef Hans Neuner), com 2**; e depois, com 1*, BON BON (chef Louis Anjos), VISTA (chef João Oliveira), GUSTO (chef Heinz Beck) e o estreante VISTAS (chef Rui Silvestre), fechado até março para obras na cozinha e na sala.
Esperemos, pois, que Leonel Pereira, com toda a sua estimulante criatividade, regresse em breve ao fine dining!
Espanha e Portugal enganados pela Michelin: afinal não houve “crescimento em todas as categorias”
Ángel Pardo, diretor de comunicação da Michelin, tinha prometido à Agência Efe que, para o Guia Espanha & Portugal, 2020 seria “un año excepcional, con crecimiento en todas las categorias”.
Porém, face às estrelas que ontem foram anunciadas em Sevilha, já nem vale a pena sequer discutir o que seria, para a Michelin, “um ano excecional” – ou se um crescimento marginal merece ser qualificado de “excecional”.
É mais grave do que isso!
Não houve sequer o anunciado “crescimento em todas as categorias”!
Na categoria das três estrelas não houve crescimento!
Efetivamente, na categoria máxima, em 2019, Espanha tinha 11 restaurantes com três estrelas e na edição de 2020 vai continuar a ter igualmente 11 restaurantes triestrelados. Ou seja, nesta categoria, é um embuste dizer que houve crescimento! Saiu um (DANI GARCÍA), entrou outro (CENADOR DE AMÓS), continuam a ser 11. Não houve qualquer crescimento! Nem redução! Como se pode ler na comunicação social espanhola, Espanha “manteve” 11 triestrelados.
Do mesmo modo, também não houve crescimento em Portugal na categoria máxima. Portugal não tinha nenhum restaurante com três estrelas em 2019 e em 2020 vai continuar a ter zero triestrelados. Não houve qualquer crescimento!
Ou seja, o Guia Michelin Espanha & Portugal, no seu conjunto, tinha 11 restaurantes com três estrelas em 2019 – e em 2020 vai continuar a ter 11. Não houve qualquer crescimento!
Assim sendo, e como não há registo de Ángel Pardo, diretor de comunicação da Michelin, ter desmentido ou corrigido a Agência Efe – que, aliás, continua a disponibilizar on-line essas auspiciosas declarações de dia 1 de novembro que geraram um enorme expectativa em torno da gala e desde então foram sendo replicadas um pouco por todo o lado – só resta uma conclusão: fomos todos enganados pela Michelin.
Espanha e Portugal foram enganados pela Michelin.
E merecem um pedido de desculpas por parte da empresa francesa.
Fotografia: Facebook @laGuiaMichelin
Ver também:
Rui Paula e os chefes dos 5 novos 2** espanhóis
Acabaram de ser anunciadas em Sevilha as estrelas do Guia Michelin Espanha & Portugal 2020.
Em Portugal, as novidades para o próximo ano são um novo duas estrelas (CASA DE CHÁ DA BOA NOVA) e quatro novos restaurantes com uma estrela (EPUR, FIFTY SECONDS, MESA DE LEMOS, VISTAS), a par da perda de uma estrela em três estabelecimentos (HENRIQUE LEIS, L’AND VINEYARDS, WILLIE’S).
Já em Espanha, há um novo três estrelas (CENADOR DE AMÓS), cinco novos duas estrelas e dezanove novos uma estrela.
Deste modo, a seleção Michelin para Portugal em 2020 é a seguinte:
Duas estrelas:
– ALMA (Lisboa, chef Henrique Sá Pessoa)
– BELCANTO (Lisboa, chef José Avillez)
– CASA DE CHÁ DA BOA NOVA (Leça da Palmeira, chef Rui Paula) – NOVIDADE
– IL GALLO D’ORO (Funchal, chef Benoît Sinthon)
– OCEAN (Armação de Pera, chef Hans Neuner)
– THE YEATMAN (Vila Nova de Gaia, chef Ricardo Costa)
– VILA JOYA (Albufeira, chef Dieter Koschina)
Uma estrela:
– A COZINHA (Guimarães, chef António Loureiro)
– ANTIQVVM (Porto, chef Vítor Matos)
– BON BON (Carvoeiro, chef Louis Anjos)
– ELEVEN (Lisboa, chef Joachim Koerper)
– EPUR (Lisboa, chef Vincent Farges) – NOVIDADE
– FEITORIA (Lisboa, chef João Rodrigues)
– FIFTY SECONDS BY MARTÍN BERASATEGUI (Lisboa, chef Martín Berasategui, chef executivo Filipe Carvalho) – NOVIDADE
– FORTALEZA DO GUINCHO (Cascais, chef Gil Fernandes)
– G POUSADA (Bragança, chef Óscar Gonçalves)
– GUSTO BY HEINZ BECK (Quinta do Lago, chef Heinz Beck, chef executivo Libório Buonocore)
– LAB BY SERGI AROLA (Sintra, chef Sergi Arola, chef executivo Vladmir Veiga)
– LARGO DO PAÇO (Amarante, chef Tiago Bonito)
– LOCO (Lisboa, chef Alexandre Silva)
– MESA DE LEMOS (Viseu, chef Diogo Rocha) – NOVIDADE
– MIDORI (Sintra, chef Pedro Almeida)
– PEDRO LEMOS (Porto, chef Pedro Lemos)
– SÃO GABRIEL (Almancil, chef Leonel Pereira) – No dia 22/11/2019 anunciou o encerramento definitivo
– VISTA (Portimão, chef João Oliveira)
– VISTAS (Vila Nova de Cacela, chef Rui Silvestre) – NOVIDADE
– WILLIAM (Funchal, chef Luís Pestana)
Rui Silvestre, Vincent Farges, Diogo Rocha e Martín Berasategui entre os chefes dos novos restaurantes 1* 2020 Espanha & Portugal
Nota ainda para o anúncio de seis novos restaurantes portugueses Bib Gourmand (excelente relação qualidade/preço até 30€) num total de trinta e cinco: CASA CHEF VICTOR FELISBERTO (Abrantes), IN DIFERENTE (Porto, chef Angélica Salvador), LE BABACHRIS (Guimarães), SARAIVA’S (Lisboa), SOLAR DO BACALHAU (Coimbra) e TABERNA Ó BALCÃO (Santarém, chef Rodrigo Castelo).
Fotografias: Facebook @laGuiaMichelin
Ver também:
Gonçalo Castel-Branco na apresentação do ‘Chefs on Fire’ 2020
Os chefs continuam a ser as novas rock stars.
E os festivais que juntam músicos e chefes de cozinha são uma tendência que vai continuar em alta no próximo ano.
De tal forma que o ‘Chefs on Fire’ irá inclusivamente duplicar a sua duração.
Com efeito, o festival musical em que os chefs cozinham com fogo num evento de slow cooking que celebra as origens da cozinha vai, pela primeira vez, decorrer durante dois dias – 12 e 13 de setembro.
Mais informações aqui.
Em 2020, o festival passa a ter dois dias duração
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