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Carlos Fernandes
No LOCO de Alexandre Silva…
… também brilham as sobremesas do chef de pastelaria Carlos Fernandes.
Primeiro, a transição de sabores. Sobre gengibre confitado, o puré do citrino cédrat, manjericão e canela.
Depois, um grande momento, apresentado por Carlos Fernandes. Parece uma cenoura… mas é um fabuloso sorbet de abóbora assada! Com iogurte caramelizado (!), noz e tangerina!
Finalmente, uma sobremesa “nada consensual”, picante e muito refrescante, trazida e apresentada por Alexandre Silva, que sugeriu igualmente que se misturassem os vários componentes e se comesse tudo junto. Era um gelado de caril verde (!), com um puré de raiz de aipo assado e um granizado de sumo de aipo! E efetivamente o todo foi superior à soma das partes. Excelente!
Tendo o escanção Sérgio Antunes escolhido harmonizar as sobremesas com o fresco e sedutor Sousa Lopes Late Harvest, feito com uvas sobreamadurecidas de Petit Manseng da colheita de 2013, destacando-se as notas de marmelada e o aroma a melaço.
Ver também:
Obrigatório ver Alexandre Silva in-LOCO
Fotografias: Raul Lufinha / Marta Felino
LOCO | Rua dos Navegantes, 53-B, Lisboa, Portugal | Chef Alexandre Silva
Raia, escondida debaixo dos pickles de rabanete. E um caldo tépido de algas e funcho, servido já na mesa, que Alexandre Silva trabalha com katsuobushi e tem um estimulante sabor fumado!
Ostra com molho tailandês, num grande momento de Alexandre Silva, que vem à mesa deitar água na caixa das ostras (!) e provocar uma nuvem de vapor. Sendo uma explosão brutal de sabores – não apenas o salgado mas também o doce, o ácido e o picante!
Carapau cru, com um denso e caramelizado molho de pato! E óleo de hortelã.
A “captura do dia” foi encharéu dos Açores. Trabalhado com uma complexa pasta verde que Alexandre Silva faz com inúmeras ervas (incluindo manjericão, salsa e coentros), citrinos e malagueta! E que chegou à mesa embrulhado numa folha de bananeira. Sendo acompanhado de um crocante de caril verde e algas. E de um fabuloso copo quente de coco “infusionado” com os aromáticos da pasta do peixe!
Os gelatinosos tendões de vitela, com grão e chouriço. Esmagador! Ou, como Alexandre Silva gosta de dizer, “Portugal profundo!”
Ravioli de rabo de boi. E uma magnífica espuma de alho tostado!
Nos vinhos, Sérgio Antunes continuou com os brancos. Primeiro, o Somnium de 2012, feito no Douro por Joana Pinhão e Rui Freire, a partir de uma vinha com 70 anos. E depois o Costa SW Reserva de 2013, produzido a partir dos solos arenosos da Quinta do Brejinho, na região da Península de Setúbal, com Arinto, Alvarinho e Encruzado. Já para os dois momentos de carne do LOCO, o único tinto da noite – o fresco Pinot Noir da Quinta de Sant’Ana, de 2013.
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Obrigatório ver Alexandre Silva in-LOCO
Fotografias: Raul Lufinha / Marta Felino
LOCO | Rua dos Navegantes, 53-B, Lisboa, Portugal | Chef Alexandre Silva
O “Pão”, 9.º momento… e 2.º andamento
Findos os “Snacks”, chega o momento do “Pão”.
Que, na estrutura conceptualizada por Alexandre Silva para o menu do LOCO, é muito mais do que apenas o 9.º momento do jantar – é o 2.º dos 4 andamentos da refeição, antes dos “Pratos Principais” e das “Sobremesas”.
Sendo composto, desde logo, por pão, manteiga e azeite:
1) O chef pasteleiro Carlos Fernandes faz todos os dias dois pães, um pão branco rústico fixo e depois um outro que vai sempre variando – desta vez era um excelente e intenso pão de alho, com tomilho e alecrim!
2) Há ainda quatro manteigas extraordinárias, todas plenas de sabor. Uma manteiga de ovelha de Azeitão, que quase parece queijo! E depois três manteigas de vaca trabalhadas no LOCO – uma, a verde clara, com alho e salsa, sendo finalizada com pó de cebola no topo; outra, a verde escura, com algas, e a saber imenso a mar; e, por fim, uma intensa manteiga com tinta de choco fumado!
3) E há também azeite da Quinta do Granjal, no Douro Superior.
Mas o que depois faz toda a diferença no andamento do “Pão” do LOCO é existirem mais dois elementos…
... “fora da caixa”:
4) Primeiro que tudo, uma pequena e discreta frigideira, com o molho do bife à portuguesa (!) – Alexandre Silva valoriza tanto o pão que até nos traz o denso e saboroso molho do bife para, à boa maneira portuguesa e em contraponto a todo este ambiente fine dining, podermos molhar o pão!
5) E também o facto de o “Pão”, devido à sua importância, ter direito a uma harmonização própria! Inspirado no kvass russo, Alexandre Silva criou um delicioso e complexo fermentado, ligeiramente adocicado mas muito refrescante, feito no LOCO com água, pão torrado, passas de uva e erva-príncipe, que liga muito bem com a grande variedade de elementos que compõem o andamento do “Pão”... e abre o apetite para os “Pratos Principais”!
O escanção Sérgio Antunes e o fermentado kvass feito no LOCO
Ver também:
Obrigatório ver Alexandre Silva in-LOCO
Fotografias: Raul Lufinha / Marta Felino
LOCO | Rua dos Navegantes, 53-B, Lisboa, Portugal | Chef Alexandre Silva
Pão Carasau
Quando chegamos ao LOCO, o primeiro snack de Alexandre Silva não está propriamente na mesa – é preciso levantar a cabeça para descobrir o carasau, famoso flat bread da ilha italiana da Sardenha feito no restaurante pelo chef pasteleiro Carlos Fernandes!
Depois…
… chegou um vaso!
Com um saboroso pastel de bacalhau…
… num registo crocante!
Pastel de Bacalhau
E a seguir…
… novamente sabores portugueses…
… num delicioso e ainda quente…
… pão com chouriço!
Pão com Chouriço
O quarto momento da noite…
… chegou numa colher!
Frio, era um ‘explosivo’ e bem avinagrado…
… gaspacho!
Gaspacho
Depois…
… para beber, todo o sabor das nossas caldeiradas…
… e cavala curada!
Caldeirada
A seguir…
… um mexilhão com molho de maçã verde – que Alexandre Silva explicou não ser Granny Smith mas antes uma maçã mesmo não-madura (!) – e raiz de aipo.
Um snack muito completo…
… em que se sente o frio, a acidez, o doce, o salgado, o picante…
… e ainda várias texturas diferentes, do sólido ao líquido!
Mexilhão
Chegando então o momento em que nos é pedido…
… para fechar os olhos e abrir a boca!
E depois...
... levada literalmente à boca dos clientes pelos cozinheiros do LOCO...
... uma colher de atum, quinoa tufada e limão confitado...!
Atum
Por fim…
… lingueirão com maçã e ponzu…
… e um pickle de daikon.
Lingueirão
Tendo as duas primeiras escolhas de Sérgio Antunes sido…
… o suave e elegante espumante que a Quinta dos Abibes fez na Bairrada a partir de Arinto e Baga da colheita de 2012…
… e o Edição Nacional Avesso de 2014, um branco seco, cítrico e mineral, 100% Avesso (casta portuguesa característica da sub-região de Baião, na região do Vinho Verde) produzido pela Quinta de Covela.
As duas primeiras escolhas de Sérgio Antunes
Terminado que estava o ‘primeiro andamento’ do LOCO, dedicado aos snacks…
… foi depois necessário…
… limpar as mãos!
Numa telha, toalhas quentes
Ver também:
Obrigatório ver Alexandre Silva in-LOCO
Fotografias: Raul Lufinha / Marta Felino
LOCO | Rua dos Navegantes, 53-B, Lisboa, Portugal | Chef Alexandre Silva
Alexandre Silva
Neste momento, o LOCO é seguramente o mais estimulante restaurante de Lisboa!
Num espaço lindíssimo – elegante, requintado, sofisticado – que poderia estar numa dessas capitais do mundo, como Nova Iorque ou Londres…
… Alexandre Silva criou um restaurante de fine dining na crista da onda, informal e descontraído, que capta o ar do tempo e absorve as principais tendências do momento.
Destacando-se, desde logo, o fomentar de uma relação de grande proximidade entre os clientes e a cozinha como ninguém faz em Portugal – até vêm literalmente servir a comida à boca…
E o valorizar da arte e do ofício não apenas do cozinheiro (a cozinha é aberta e são os vários elementos da equipa que vêm à mesa) mas também do padeiro, do pasteleiro e do escanção – com efeito, os pães e sobremesas de Carlos Fernandes e as escolhas de Sérgio Antunes são essenciais para o sucesso do LOCO.
Já para não falar do lado lúdico e divertido da refeição; da importância do entretenimento; do espaço generoso entre as mesas; do destaque dado ao pão; dos fermentados in-loco; da prioridade aos vegetais e ao peixe, em detrimento da carne; do recusar dos ditos produtos nobres, não havendo foie gras, caviar, lavagante ou carne maturada, e mesmo chocolate só no bolo de anos e nos petits fours; do café retro, também chamado slow coffee; etc.
Mas na base de tudo está a extraordinária cozinha de Alexandre Silva, que aqui no LOCO atinge o ponto mais alto da sua carreira, devido a uma aposta fortíssima em duas características muito marcantes:
– Uma, a excelente definição de sabores. Claro que a este nível tudo tem sabor, a preocupação já é outra. Sente-se um grande esforço de Alexandre Silva em conter e definir os sabores de cada momento, evitando o excesso de elementos e tudo aquilo que não é essencial.
– Outra, a criatividade e o pensar “fora-da-caixa”, experimentando abordagens diferentes e soluções inovadoras.
Fazendo do LOCO um restaurante...
... absolutamente obrigatório!
No qual são servidos apenas dois menus de degustação surpresa, de 14 e 18 momentos.
Divididos sempre em 4 andamentos – Snacks, Pão, Pratos Principais e Sobremesas…
… que serão desenvolvidos nos próximos posts!
E com outros pormenores a merecerem igualmente destaque:
A oliveira e a cozinha aberta
Fotografias: Raul Lufinha / Marta Felino
LOCO | Rua dos Navegantes, 53-B, Lisboa, Portugal | Chef Alexandre Silva
Cláudio Pontes
Dando seguimento ao projeto “Portugal de Norte a Sul” do restaurante TERRAÇO do Tivoli Lisboa, com organização de Fátima Moura…
… chegou a vez dos Açores!
De 19 a 28 de Fevereiro, ao almoço e ao jantar, o restaurante ANFITEATRO de Ponta Delgada, liderado pelos chefes Sandro Meireles, Pedro Oliveira, Cláudio Pontes e Nuno Santos, está instalado no último piso do clássico hotel da Avenida da Liberdade…
… para apresentar os sabores e os produtos da cozinha tradicional açoriana!
Portugal de Norte a Sul: ANFITEATRO no TERRAÇO
Massa Sovada e Bolo Lêvedo com Manteiga das Flores, Pimenta da Terra e Queijo de Cabra (sobre uma folha de Conteira, que tradicionalmente era usada nos Açores para o embrulhar)
Muito bom, o intenso e característico creme de nabos endémicos da ilha de Santa Maria, servido com espadarte
Assim como os chicharros panados em milho, acompanhados de inhame, de Pimenta da Terra…
… e do refrescante Arinto dos Açores (Curral Atlantis, Arinto dos Açores, branco, 2015, DO Pico)
Para prato de peixe, o boca negra do mar dos Açores – conhecido no continente como cantaril – com um delicioso e intenso arroz de lapas e açafroa…
… e com o branco Terras de Lava de 2014, vinificado a partir de Arinto dos Açores, Fernão Pires, Generosa, Seara Nova e Rio Grande
Já para a carne, foi escolhido um prato transversal a todas as ilhas e que acompanhou os açorianos na emigração: as famosas Sopas do Espírito Santo…
… harmonizadas com o Tinto Vulcânico de 2014, que o enólogo António Maçanita faz precisamente nos solos vulcânicos da ilha do Pico
O prato de queijos dos Açores incluiu o queijo da ilha de São Miguel, o queijo da ilha do Pico e o queijo Morro curado…
… mas é também possível apreciar o extraordinário queijo da ilha de São Jorge com uma cura mínima de dois anos!
Nos doces, destaque para um saboroso pudim de feijão – que antigamente era a sobremesa dos pobres – com sorbet de maracujá…
… acompanhados do Czar de 2009, um vinho licoroso feito no solo de lava da ilha do Pico a partir da sobrematuração de uvas das castas Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantês do Pico, com um estágio de quatro anos em cascos de carvalho francês
Por fim, uma Queijada de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel…
… para acompanhar o chá verde dos Açores
Tendo sido uma excelente viagem pelas nove ilhas dos Açores, preparada no Tivoli Lisboa pelas equipas do ANFITEATRO e do TERRAÇO
Ver também:
TERRAÇO | Hotel Tivoli Lisboa, Av. da Liberdade, 185, Lisboa, Portugal
Miguel Castro e Silva
Inspirado numa visita que fez aos Açores…
… Miguel Castro e Silva preparou uma caldeirada de skrei…
… com açafroa!
À qual depois junta ainda…
… umas deliciosas uvas brancas!
Caldeirada de skrei com açafroa
Apresentado no Mercado da Ribeira…
… é um prato que, durante o Skrei Fest...
... Miguel Castro e Silva vai servir no DE CASTRO da Praça das Flores, em Lisboa.
DE CASTRO | Praça das Flores, Rua Marcos Portugal, 1, Lisboa, Portugal | Chef Miguel Castro e Silva
João Paulo Martins e o São Domingos Reserva tinto de 1959
Depois do último branco, João Paulo Martins passou para os tintos.
E, começando a viagem do mais antigo para o mais recente…
… a primeira paragem foi em 1959…
… para o São Domingos Reserva.
O qual tinha uma cor encarnada – excelente sinal para um vinho tão antigo.
E, embora débil…
… ainda estava com saúde!
Aliás, pelos taninos tão vivos…
…. certamente incluiria Baga!
Ver também:
As tertúlias de João Paulo Martins... no CHAFARIZ DO VINHO
Enoteca CHAFARIZ DO VINHO | Rua da Mãe d'Água à Praça da Alegria, Lisboa, Portugal
Daniel Rente
No ASIAN LAB do Mercado da Ribeira…
… Daniel Rente recriou...
... as panquecas indianas!
Às quais juntou um refrescante escabeche japonês...
... de skrei!
E que é “japonês” porque Daniel Rente o prepara com…
… sunomono, um saboroso molho agridoce...
... à base de pepino!
Panqueca indiana com escabeche de skrei
ASIAN LAB | Time Out Mercado da Ribeira, Av. 24 de Julho, Lisboa, Portugal | Chef Daniel Rente
Prodigio, a primeira máquina conectável da Nespresso
A Internet das Coisas…
… ou seja, a capacidade de os objetos se conectarem uns com os outros e interagirem entre si…
… é cada vez mais uma realidade do nosso dia-a-dia.
Por exemplo, a partir de 1 de março vai ser colocada à venda a primeira máquina da Nespresso conectável ao telemóvel.
Ou seja, será possível ativarmos a máquina de café…
… a partir do smartphone!
E, bem assim, recebermos no telemóvel…
… notificações enviadas pela própria máquina de café!
Nomeadamente, alertando para a necessidade da descalcificação do aparelho ou do enchimento do depósito de água.
Nada será como dantes…
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.