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Fundada em 1954, a Adega de Cantanhede é o maior produtor da região da Bairrada.
Tendo a visita sido conduzida pelo enólogo Osvaldo Amado, no âmbito do “Encontro com o Vinho e Sabores – Bairrada 2013”.
Ver também:
Osvaldo Amado e a prova dos vinhos da Adega de Cantanhede
Adega de Cantanhede | Rua Eng. Amaro da Costa, 117, Cantanhede, Bairrada, Portugal
Vitorino com uma garrafa do seu vinho
A Adega Mayor e Vitorino Salomé uniram-se para um lançamento único – uma edição especial limitada a 5.000 garrafas de um vinho alentejano da colheita de 2011, elaborado a partir de Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet pelo próprio Vitorino e pelos enólogos Paulo Laureano e Carlos Rodrigues... ao qual foi dado o nome do cantor.
Vitorino e Rita Nabeiro, administradora da Adega Mayor
Para além de estar disponível em restaurantes seleccionados, o vinho Vitorino é vendido em packs especiais de duas garrafas (20€) que incluem um CD exclusivo com seis canções de Vitorino – entre as quais o inédito “Saias de Montemayor”, composto pelo músico alentejano em exclusivo para este projecto que une o vinho e a música.
Vitorino Salomé tinto 2011
Adega Mayor | Herdade das Argamassas, Campo Maior, Alentejo, Portugal
Chef Marlene Vieira
Se há produto que Marlene Vieira trabalha bem, é o ovo.
O qual brilha a grande altura no Ensaio de Bacalhau à Brás – um prato que parecia ser uma revisitação da cozinha tradicional portuguesa mas ao qual a chef dá uma outra complexidade, transformando-o num dos pontos altos do menu de degustação do AVENUE.
Para além da surpresa de o bacalhau à brás chegar à mesa numa posta inteira e do sabor intenso a azeitonas verdes, o que mais se destaca é a textura aveludada, cremosa e extremamente envolvente do ovo.
"Ensaio de Bacalhau à Brás"
Tendo Marlene Vieira explicado que tal resulta de fazer um zabaione, a tradicional sobremesa italiana preparada com imensas gemas de ovo!
Mas tirando o açúcar...
Ver também:
Para Marlene Vieira, “a farinheira e o ovo é cá do Povo”
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
AVENUE | Avenida da Liberdade, 129-B, Lisboa, Portugal | Chef Marlene Vieira
Fernando Melo
O crítico gastronómico e especialista em vinhos Fernando Melo conduziu a sessão de harmonização de conservas e vinhos que decorreu paralelamente ao “Encontro com o Vinho e Sabores 2013” e foi aberta ao público...
... tendo optado por utilizar uma única marca de conservas, de modo a assegurar a coerência da prova.
A eleita foi a Pinhais – fundada em 1920 mas pouco conhecida em Portugal, é uma fábrica de conservas de elevada qualidade em Matosinhos que continua a seguir os métodos tradicionais e exporta a quase totalidade da produção.
Em termos de vinhos, a ideia de Fernando Melo foi propor dois caminhos para cada iguaria – mas sempre com o conselho de nos familiarizarmos primeiro com o vinho antes de avançarmos para o peixe.
Sardinha em azeite
A prova começou com uma sardinha em azeite, conjugada com dois vinhos brancos com acidez para cortar a gordura da proteína e do azeite: um Alvarinho e um Arinto, este último mais fresco e incisivo.
Filete de cavala
Depois, um filete de cavala com duas harmonizações diferentes e pouco comuns mas extremamente interessantes para dar luta à gordura do peixe: um Colheita Tardia doce e um Porto Seco.
Sardinha com tomate
A terceira conserva já tinha tomate.
Pelo que a sugestão foi fazer a harmonização com um Sauvignon Blanc pleno de notas vegetais, sem prejuízo da comparação com os vinhos já propostos até aqui.
Petinga picante
A seguir apareceu o picante.
Tendo Fernando Melo proposto duas formas de reação a este intensificador de sabor: ou aumentando a estrutura (através de um branco com madeira) ou aumentando o álcool (com um Madeira).
Mas neste prova não se foi lá só com estrutura. O Madeira ganhou claramente o combate – e, mais notável ainda, sempre sem destruir os sabores do peixe e do picante.
Sardinha picante com picles
Finalmente, chegou uma sardinha picante com picles.
Para a qual Fernando Melo sugeriu um vinho branco complexo e rico – tendo proposto o Quinta da Alorna Arinto & Chardonnay Reserva 2012, em que, a par da elegância da madeira e da fruta madura do Chardonnay, brilhava a frescura do Arinto, de modo a neutralizar a sardinha.
Alvarinho Portal do Fidalgo branco 2012
Prova Régia Premium Arinto branco 2012
Monte da Ravasqueira Late Harvest Viognier 2012
Burmester Extra Dry White Porto
Mar da Palha Sauvignon Blanc 2011
Barbeito Verdelho Reserva Velha 10 Anos (Meio Seco)
Quinta do Boição Arinto Reserva branco (Ano?)
Quinta da Alorna Arinto & Chardonnay Reserva branco 2012
Ora, de tudo isto, se há uma ideia capaz de resumir a muito interessante e prolongada sessão de Fernando Melo...
... para além da grande qualidade das conservas Pinhais...
...essa ideia é a de que a escolha do vinho pode tornar memorável a degustação de algo aparentemente tão simples quanto uma conserva de peixe.
"Pastéis de Massa Tenra"
Depois do CAFÉ LISBOA de José Avillez com o “Pastel Lisboa”, há mais um novo restaurante na capital a servir reconfortantes pastéis de massa tenra acabados de fritar e ainda quentes.
É o LISBOA NA ROTA DAS SEDAS, dedicado à comida tradicional da região de Lisboa e com a cozinha entregue às mãos sabedoras do chef executivo da YORK HOUSE, Nuno Diniz.
LISBOA NA ROTA DAS SEDAS | Rua da Escola Politécnica, 231, Lisboa, Portugal | Chef Consultor Nuno Diniz
Pato Rebelde
Inconformista e pioneiro, Luís Pato revolucionou a Bairrada.
Sendo um dos responsáveis pela modernização vitivinícola da região, contrariando práticas ancestrais da Bairrada.
Um defensor da causa da Baga
Contudo – e de certa forma paradoxalmente – resistiu sempre à utilização das castas internacionais.
Gosta aliás de dizer em tom de brincadeira que as únicas variedades “estrangeiras” que cultiva são a Touriga Nacional (do Dão) e a Tinto Cão (do Douro)…!
Mr. Baga
Ora, foi precisamente essa fidelidade às castas tradicionais da região – e em especial à Baga – que o ajudou a transformar-se na figura mais emblemática da Bairrada…
… tendo Luís Pato um enorme orgulho em ser conhecido em Portugal e no estrangeiro como o “Mr. Baga”.
A ligação da família Pato ao mundo do vinho é muito antiga – pelo menos desde o século XVIII que os Pato produzem vinho na Quinta do Ribeirinho.
Tendo o Eng. Químico Luís Pato criado o seu primeiro vinho em 1980 – não por acaso, um monocasta de Baga…!
Luís Pato
E depois... assumido a liderança do projecto familiar em 1984.
Actualmente Luís Pato possui mais de 60 hectares de vinha, distribuídos por várias quintas.
Nas quais faz questão de plantar somente castas portuguesas: Baga, Touriga Nacional e Tinto Cão nas variedades tintas; e Maria Gomes, Bical, Cercial da Bairrada e Sercialinho nas variedades brancas.
Amoreira da Gândara, no concelho da Anadia, é onde se localiza a adega da empresa, bem como a sua garrafeira pessoal e a cave.
E é também onde Luís Pato recebe os seus convidados.
Como sucedeu com o grupo de jornalistas e bloggers que acompanhou o “Encontro com o Vinho e Sabores – Bairrada 2013”.
Adega Luís Pato | Rua da Quinta Nova, Amoreira da Gândara, Anadia, Portugal
É cada vez mais comum os chefs criarem projectos complementares ao seu principal restaurante.
Para quem acha muito os três restaurantes que José Avillez tem no Chiado para além do BELCANTO, só em Nova York Daniel Boulud tem o DANIEL… e mais sete!
E agora, até Andoni Aduriz do MUGARITZ está a planear abrir um restaurante mais informal em San Sebastián até ao final de 2014… À semelhança aliás do que, por exemplo, também fazem os espanhóis Paco Roncero com ESTADO PURO, Quique Dacosta com VUELVE CAROLINA e MERCATBAR, Dani García com MANZANILLA ou David Muñoz com STREETXO…
Ora, em Copenhaga, o segundo espaço de Christian Puglisi, o chef do RELÆ, é um bar de vinho natural – o primeiro da cidade!
Chama-se MANFREDS & VIN, ficando mesmo em frente ao RELÆ, do outro lado da rua.
E para além de vinhos naturais ou não-manipulados também serve pratos informais, tendo serviço de take-away…
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
MANFREDS & VIN | Jægersborggade, 40, Copenhaga, Dinamarca | Chef Christian Puglisi
SÃO GABRIEL | Estrada Vale do Lobo, Quinta do Lago, Almancil, Portugal | Chef Leonel Pereira
No LARGO, até parece que as medusas são comestíveis…
Longe vão os tempos em que se inventava uma desculpa para ter que ficar a jantar no Porto… e poder ir ao BULL & BEAR comer um magnífico risotto!
A mudança de Miguel Castro e Silva para a capital em 2009 e abertura do LARGO no início do ano seguinte facilitou muito a vida aos lisboetas – agora, para se apreciar a mais reconfortante especialidade do chef portuense, basta ir ao Chiado…
"Risotto de Gorgonzola com Pêra em Conserva"
Para matar saudades, o menu de Outono tem, em dose de entrada, um intenso risotto de queijo gorgonzola (não, não é de parmesão!) com pêra quente em conserva e uma redução de vinagre balsâmico – um risotto fabuloso, uma autêntica maravilha para apreciadores de queijo… e de risotto.
Servido como entrada, tem o tamanho perfeito e deixa espaço para outras experiências – mas também pode ser pedido como prato principal.
Para acompanhar o risotto, a escolha recaiu no lote do chef de um vinho branco produzido pela VDS - Vinhos do Douro Superior: o Cassa Lote Miguel Castro e Silva 2007.
Cassa Lote Miguel Castro e Silva Douro branco 2007
Em cujo contra-rótulo e a pretexto do vinho, Miguel Castro e Silva tem a felicidade de resumir a sua "Cozinha de Aromas":
«Na cozinha são os aromas que me seduzem e tento combinar de forma a encontrar harmonias. Foi assim que abordei este desafio: fazer um lote com personalidade e elegância.» Nem mais.
Tudo isto enquanto nos aquários desenhados por Miguel Câncio Martins as medusas vão vagueando sem fim…
Fotografias: Marta Felino / Flash Food
LARGO | Rua Serpa Pinto, 10-A, Lisboa, Portugal | Chef Miguel Castro e Silva
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