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Fotografias: ADN Aquarium Design
A qualidade da cozinha foi assegurada pela contratação do chef Miguel Castro e Silva, embora num registo mais contido do que o que praticava no seu próprio BULL & BEAR, no Porto.
Já o toque de contemporaneidade do restaurante, inserido num edifício do Patriarcado de Lisboa no Chiado e com a nave principal inscrita nos antigos claustros do Convento da Igreja dos Mártires, foi obtido através do projecto de arquitectura, design e decoração de Miguel Câncio Martins.
Apostando na interligação entre apontamentos de tradição e de modernidade, Miguel Câncio Martins utilizou no LARGO, como cores, o branco, o preto, o verde alface e o fúcsia. E misturou aspectos da construção original dos claustros – como as abóbadas em pedra descascada e os pilares estruturais da sala – com elementos modernos e de design arrojado.
De entre estes últimos, o mais original e marcante – e também o mais representativo do pretendido espírito trendy e sofisticado do restaurante – é o da existência de três aquários gigantes, com um volume total de 3.500 litros, habitados por medusas luminosas.
O biólogo Luís Câncio, da ADN Aquarium Design, responsável pela concepção, execução e manutenção dos aquários, referiu ao OJE (4/2010) que “os aquários do LARGO foram concebidos para assegurar que não existiam zonas onde as medusas pudessem ficar encurraladas – a circulação permite uma boa renovação da água que, ao mesmo tempo, não podia ser forte ao ponto de danificar ou sugar as medusas mais pequenas. As medusas são animais constituídos quase exclusivamente por água, muito frágeis e delicados, o que implicou que o sistema dos aquários fosse também desenhado para eliminar a entrada de bolhas de ar que poderiam provocar danos nos animais.”
No que respeita à manutenção, acrescentou, “este sistema de medusas requer cuidados adicionais, porque a fragilidade dos animais dificulta a limpeza interior do aquário, pois qualquer contacto pode danificar os seus tecidos.”
“As medusas expostas nos aquários do restaurante LARGO são da espécie Aurelia aurita. Presentes em todos os oceanos tropicais e temperados, são mais abundantes em águas costeiras, podendo ser encontradas em estuários e portos. Estas medusas são alimentadas diariamente com alimento vivo, produzido através de cistos de Artemia salina. Um pequeno crustáceo que é muito utilizado para alimentar peixes ornamentais de água salgada.”
Conforme refere Joana Sande de Freitas no OJE (4/2010), “as medusas possuem um efeito cénico muito original, potenciado pelo facto de permitirem utilizar uma iluminação diferente do usual e têm a particularidade de serem incolores e não possuírem células fotossintéticas, características que, conjugadas com um sistema de leds que não prejudica os animais, permitem criar um efeito mágico e um ambiente único de luz e cores ondulantes, propagadas pelas próprias medusas. O sistema de iluminação dos aquários é temporizado e regulável, variando entre as cores verde, encarnada, roxa, azul e a luz irradiada pelas próprias medusas, criando um movimento de dança e luminosidade único.”
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