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Dirk Niepoort… e a altitude como forma de obter a acidez

por Raul Lufinha, em 07.09.14

Dirk Niepoort: «A acidez é a espinha dorsal de qualquer vinho»

A palavra-chave é… acidez!

Para Dirk Niepoort, «a acidez é a espinha dorsal de qualquer vinho»…

… servindo como garantia de frescura… de longevidade… de equilíbrio… de elegância!

Daí que a altitude seja um dos factores que Dirk Niepoort utiliza a fim de obter a tão desejada acidez para os seus vinhos... embora não seja o único factor – a altitude faz a diferença mas tem que ser conjugada com todos os restantes elementos que concorrem para a feitura do vinho.

Tendo Dirk Niepoort apresentado quatro vinhos no workshop dedicado aos Vinhos de Altitude que decorreu em Vila Nova de Tazem, organizado pela Câmara Municipal de Gouveia e promovido pela Revista de Vinhos.

Dois brancos já no mercado...

A abrir, o novo e reinventado Tiara da colheita de 2012 – extraordinariamente fresco, equilibrado e elegante, é feito a partir de vinhas com mais de 60 anos, plantadas no Douro acima dos 600 metros de altitude.

Depois… um vinho alemão. Dirk Niepoort trouxe um Riesling do Mosel, produzido por Phillip Kettern a partir de uma vinha velha virada a norte… e que é a mais alta da sua propriedade – novamente o factor altitude.

... e dois futuros tintos Niepoort... o Turris e o Dão Conciso

A seguir, Dirk Niepoort deu a provar dois vinhos... que ainda não lançou para o mercado.

Primeiro, o Turris 2012, vinho de uma vinha só, a 700/800 metros de altitude e com mais de cem anos, e que era uma vinha de correcção – habitualmente era vindimada muito cedo e servia para corrigir a falta de acidez dos restantes vinhos, em especial nos anos quentes…

… gostando Dirk Niepoort que o Turris se transformasse no novo topo de gama da casa, em especial por ser um vinho que é o oposto dos tintos modernos do Douro, que têm sempre muito corpo e muita concentração. Fresco e elegante, este Turris «não tem extracção nenhuma»… não é frutado… é um vinho que cresce depois de se beber… não explode quando entra na boca, sendo antes explosivo no fim… e tem apenas 12,5% de álcool.

Finalmente o Dão Conciso Tonel 4. Como para Dirk Niepoort há dois erros no Dão – o arrancar das vinhas velhas e o excesso de Touriga Nacional – este seu Dão, do concelho de Gouveia (ou seja, com altitude…), é proveniente de duas vinhas muito velhas… e sem Touriga Nacional!

Dois vinhos que vão continuar a evoluir antes de serem engarrafados... e que prometem dar que falar!

Tiara branco 2012

Goldtröpfchen Riesling Trocken branco 2012

Turris tinto 2012

Dão Conciso Tonel 4 tinto 2012

 

(Parte VII – Fim)

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 18:54

Álvaro Castro e o Dão da Serra da Estrela

por Raul Lufinha, em 30.08.14

Álvaro Castro

Produtor emblemático da Região Demarcada do Dão, Álvaro Castro sempre foi contra a massificação, fazendo questão de seguir o seu próprio caminho, muitas vezes contra a corrente, contra a opinião dominante – «somos o país da diversidade».

… e o Dão feito na encosta da Serra da Estrela

As suas propriedades – Quinta de Saes, Quinta da Pellada, Outeiro – ficam numa elevação junto a Vila Nova de Tazem...

... pertencendo à sub-região da Serra da Estrela.

E sendo precisamente a altitude a que as vinhas estão plantadas uma das características das quais Álvaro Castro tira partido para fazer a diferença e criar os seus «vinhos verdadeiros» e elegantes – ou, como gosta de dizer, «sem artifícios»!

Quinta de Saes Reserva branco 2010

Quinta da Pellada Jaen tinto 2010

Quinta da Pellada VV tinto 2013 (ainda não engarrafado, tirado de manhã da barrica)

Dente de Ouro tinto 2013 (ainda não engarrafado, tirado de manhã da barrica)

 

(Parte VI – Continua)

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 09:30

Celso Pereira e a altitude do planalto de Alijó

por Raul Lufinha, em 15.08.14

O enólogo Celso Pereira

Na região demarcada do Douro, um dos locais em que o factor altitude marca a diferença é o planalto de Alijó...

… e os vinhos de altitude

... permitindo ao enólogo Celso Pereira produzir nas Caves Transmontanas vinhos de excelente qualidade, em especial os espumantes Vértice!

Espumante Vértice 2012 (apesar de o rótulo dizer 2011)

Terra a Terra Reserva 2012

Quanta Terra Grande Reserva 2009

Espumante Pinot Noir 2007 (apesar de o rótulo dizer 2006)

 

(Parte V – Continua)

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 17:24

Rui Reguinga e o Alentejo da Serra de Portalegre

por Raul Lufinha, em 10.08.14

Rui Reguinga

Os vinhos alentejanos de Rui Reguinga na Serra de Portalegre são um claro exemplo do efeito que o factor altitude causa.

E não é apenas por a colheita das uvas ter que ser feita cerca de três semanas mais tarde do que na planície…

É que a altitude provoca uma temperatura média inferior e uma maior amplitude térmica, devido às noites na serra serem mais frias…

… o que tem consequências ao nível da flora!

E consequentemente… influencia o vinho feito a partir dessas vinhas!

O qual, naturalmente (ou seja, sem qualquer efeito artificial) tem uma maior acidez e uma maior frescura, com um teor alcoólico mais reduzido…

… bem como um maior potencial de evolução em garrafa, o que é uma grande diferença relativamente à maioria dos vinhos alentejanos.

O Alentejo não é só planície

Ora, para ilustrar este Alentejo de altitude… Rui Reguinga trouxe quatro vinhos, dois brancos e dois tintos:

1) Primeiro, o Terrenus branco de 2011 – vinhas velhas com cerca de 90 anos, no terroir alentejano da Serra de São Mamede.

2) Depois, o Terrenus branco já da colheita de 2013… e que ainda não está engarrafado!

3) Passando aos tintos, Rui Reguinga pretendeu isolar o factor altitude, para poder mostrar o efeito desse factor altitude sem a interferência do factor vinhas velhas – de modo que escolheu um vinho de vinhas maduras (mas não velhas), o Pedra Basta do ano de 2010, provando que o factor predominante da frescura desse vinho… é mesmo a altitude!

4) Por fim, o fresco e mineral Terrenus tinto da colheita de 2010 – blend de 10 castas provenientes de vinhas velhas (60 anos)… plantadas a 600 metros de altitude!

Terrenus branco 2011

Terrenus branco 2013 (amostra)

Pedra Basta tinto 2010

Terrenus tinto 2010

Quatro excelentes exemplos de como o Alentejo… não são só vinhos de planície!

 

(Parte IV – Continua

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 03:08

Beyra, os vinhos de altitude de Rui Roboredo Madeira… no planalto da Beira Interior

por Raul Lufinha, em 28.07.14

Rui Roboredo Madeira

É no planalto da Beira Interior, em plena Beira Alta mas já na bacia hidrográfica do rio Douro, que nascem os vinhos de altitude de Rui Roboredo Madeira.

Uma região marcada pela altitude (700 metros), pelo clima agreste (com Invernos rigorosos e temperaturas negativas, a que se seguem Verões quentes e secos) e pelos solos graníticos e xistosos, com filões de quartzo…

… em que, contou Rui Roboredo Madeira, o maior desafio é encontrar as castas que melhor se adaptam a estas condições extremas.

Daí a preferência por si dada às castas autóctones e às vinhas mais antigas, algumas delas centenárias.

… trouxe três brancos minerais e cítricos…

Para mostrar o seu terroir único, Rui Roboredo Madeira apresentou três brancos e um tinto.

Primeiro, o BEYRA Quartz, proveniente de vinhas de Síria e Fonte Cal a uma altitude média de 725 metros, em solos graníticos com filões de quartzo…

… das colheitas de 2011 e de 2012, provando a capacidade de evolução do vinho em garrafa – mineralidade, estrutura e acidez, sem madeira.

E depois o elegante e complexo BEYRA Superior – as melhores uvas de Rui Roboredo Madeira, oriundas de vinhas muito velhas de Síria, Fonte Cal e Rabo de Ovelha, plantadas em solos de xisto e granito, com muitos filões de quartzo, a uma altitude média de 700 metros, com fermentação parcial em barricas novas de carvalho francês e bâtonnage durante 6 meses.

… e um tinto biológico, todos “vinhos de altitude”

Finalmente, um tinto.

Biológico, exclusivamente de Jaen e proveniente de uma vinha muito velha e de baixa produtividade, com solo de granito – a prova de que a BEYRA não são só brancos!

BEYRA Quartz branco 2011

BEYRA Quartz branco 2012

BEYRA Superior branco 2011

BEYRA Jaen Biológico tinto 2012

 

(Parte III – Continua

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 00:42

O factor altitude… influencia o vinho em quê?

por Raul Lufinha, em 23.07.14

João Paulo Gouveia, partindo do Dão para explicar o factor altitude

Se só devemos falar em “vinhos de altitude” quando o factor altitude fizer efectivamente a diferença…

… em que é que se manifesta essa diferença originada pela altitude?

A resposta, simples e directa, é a de que a altitude permite fazer vinhos mais frescos e com maior acidez – características actualmente muito valorizadas (e procuradas) nos vinhos.

Embora naturalmente o factor altitude não seja o único factor a ter conta nem possa ser visto isoladamente – há todo um conjunto de outros factores (solo, clima, etc.) que influenciam o resultado final de um vinho.

Questão diferente é perceber por que é que a altitude é um factor que contribui para que os vinhos sejam mais frescos e tenham maior acidez.

Estando a principal resposta na temperatura:

– na temperatura média, que desce à medida que vamos subindo em altura;

– e também na amplitude térmica, maior em altitude, com as noites a serem mais frias nas zonas altas.

Mas não é só a circunstância de as zonas altas serem menos quentes.

A altitude também influencia a pluviosidade, as horas de sol, a qualidade e quantidade da radiação solar (em altitude, a radiação é menor mas há uma quantidade mais elevada de raios ultravioletas, porque a radiação percorre uma distância menor da atmosfera), os solos (e subsequentemente a alimentação hídrica e mineral da planta), a humidade (que é menor nas zonas altas, o que contribui para que o clima seja menos ameno e as amplitudes térmicas maiores), etc.

E depois depende sempre de terroir para terroir… e de produtor para produtor.

O que é seguro é que, como defendeu João Paulo Gouveia, a viticultura de altitude é uma forma que os produtores têm de contornar os inconvenientes das alterações climáticas e da inexorável tendência para o aquecimento global.

 

(Parte II – Continua

Ver também:

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 01:55

Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

por Raul Lufinha, em 18.07.14

Vinho de altitude não é aquele que é feito a partir de um determinado número de metros acima do nível do mar – o critério não é quantitativo.

Só estamos perante um vinho de altitude quando o factor altitude for capaz de introduzir diferenciação e tiver influência no produto final.

Como é sabido, existem inúmeros factores com influência no vinho: solo, clima, exposição solar, etc. E também altitude!

Ora, só quando este factor altitude marca a diferença é que temos um vinho de altitude – independentemente de tal suceder a 250, 500 ou 1000 metros de altitude!

Celso Pereira, Dirk Niepoort, Álvaro Castro, Rui Reguinga, Luís Lopes, Rui Roboredo Madeira, João Paulo Gouveia

 

(Parte I – Continua)

Ver também:

Parte I – Vinhos de altitude: só quando o factor altitude faz a diferença

Parte II – O factor altitude... influencia o vinho em quê?

Parte III – Beyra, os vinhos de altitude de Rui Roboredo Madeira... no planalto da Beira Interior

Parte IV – Rui Reguinga e o Alentejo da Serra de Portalegre

Parte V – Celso Pereira e a altitude do planalto de Alijó

Parte VI – Álvaro Castro e o Dão da Serra da Estrela

Parte VII – Dirk Niepoort... e a altitude como forma de obter a acidez

 

Workshop Vinhos de Altitude | Vila Nova de Tazem, Gouveia, Portugal | 18 Julho 2014

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publicado às 23:08


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